QUEIMADAS
Matéria do portal ClimaInfo, 30 de setembro de 2024.
Takumã Kuikuro via congressoemfoco |
Área queimada de janeiro a agosto soma 11,3 milhões de hectares, mais que o dobro dos 5,2 milhões de hectares de igual período de 2023.
Dois estados da Paraíba, uma Croácia ou quase metade do estado de São Paulo. Esse é o tamanho da área queimada no país de janeiro a agosto deste ano, de acordo com um levantamento do IPAM e do MapBiomas divulgado na 6ª feira (27/9). E mais da metade da devastação pelo fogo foi registrada em Terras Indígenas e grandes fazendas.
De acordo com o levantamento, 11,3 milhões de hectares foram queimados em todo o território brasileiro até o mês passado. É mais que o dobro dos 5,2 milhões de hectares – equivalente à área do Rio Grande do Norte – registrados em igual período do ano passado, informa o g1.
Do total queimado, nada menos que 5,9 milhões de hectares estão em Terras Indígenas e grandes fazendas, destaca a Folha. E a maior perda ocorreu nas TIs, que registraram 3,08 milhões de hectares queimados, com grandes propriedades rurais respondendo pelos demais 2,8 milhões de hectares.
Em relação a 2023, o crescimento no tamanho da área queimada em Terras Indígenas foi de 76%. Nas comunidades, os efeitos de tanto fogo são sentidos por toda a população, mas especialmente por jovens e idosos que sofrem com problemas respiratórios.
Contudo, o impacto das chamas não é sentido apenas pela fumaça que polui o ar. O avanço dos incêndios dificulta o acesso aos territórios, destrói casas e roças e coloca em risco a segurança alimentar de comunidades inteiras.
Lideranças indígenas e ambientalistas ouvidos pela BBC afirmam que os dois principais fatores responsáveis pela explosão de área queimada em TIs são os efeitos das mudanças climáticas e o avanço do agronegócio. “É importante entender que não estamos dizendo que foram os indígenas que colocaram fogo na floresta. Esses territórios são cercados por regiões agropecuárias onde se utiliza muito o fogo”, explica Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM.
Nas grandes fazendas, o tamanho da área queimada de janeiro a agosto deste ano cresceu 163% em relação a igual período de 2023. Segundo o IPAM, os números refletem um aumento significativo do uso do fogo nas propriedades, possivelmente ligado a práticas agropecuárias, tanto para expansão de áreas quanto para manejo produtivo. Somando-se o fogo em médias e pequenas propriedades, a área queimada em fazendas sobe para 4,4 milhões de hectares.
Ainda de acordo com o levantamento, houve a queima de 1,1 milhão de hectares em Unidades de Conservação (UCs), 116% mais que de janeiro a agosto do ano passado. Já nas Florestas Públicas Não Destinadas (FPNDs), que são o principal alvo de grilagem na Amazônia, o fogo consumiu 870 mil hectares queimados, crescimento de 176% sobre 2023.
Brasil 247, Congresso em Foco e Poder 360 também repercutiram os dados do IPAM.
Em tempo 1: Candidatos a prefeito nos municípios com os maiores índices de incêndio florestal do país ignoram propostas de combate ao fogo. Levantamento da CNN com base nas 10 cidades que mais registraram queimadas em 2024 mostra que só 23,2% dos políticos apresentaram nos planos de governo medidas de combate às queimadas. Ao todo, 43 candidatos disputam o comando dessas cidades, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E apenas 10 deles incluíram nos planos de governo medidas para prevenir e combater queimadas. Entre os que disputam a reeleição, esse número é quase irrisório: apenas um tem proposta neste sentido. E como o que é ruim sempre pode piorar, em quatro cidades – Colniza (MT), Apuí (AM), Novo Progresso (PA) e Altamira (PA) – não há nem sequer uma proposta.
Em tempo 2: O IBAMA aplicou duas multas que somam R$ 100 milhões a proprietários de uma fazenda em Corumbá (MS). O local seria a origem de um incêndio florestal de grandes proporções no Pantanal. De acordo com o órgão, foram queimados cerca de 333 mil hectares, duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo. É a maior área devastada por fogo provocado por uma única propriedade este ano no Pantanal —135 imóveis rurais foram afetados. A identidade dos proprietários não foi divulgada, informa a Folha.
Em tempo 3: Os prejuízos econômicos com as queimadas no país em 2024 já chegam a R$ 1,3 bilhão, e o número de pessoas atingidas diretamente pelos incêndios florestais passou de 15,4 milhões. Os números são de um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) atualizado na 5ª feira (26/9), informa o Estadão. Os dados consideram 573 municípios que decretaram situação de emergência por conta do fogo. Ou seja, o prejuízo pode ser muito maior do que o detectado pela CNM.
Dois estados da Paraíba, uma Croácia ou quase metade do estado de São Paulo. Esse é o tamanho da área queimada no país de janeiro a agosto deste ano, de acordo com um levantamento do IPAM e do MapBiomas divulgado na 6ª feira (27/9). E mais da metade da devastação pelo fogo foi registrada em Terras Indígenas e grandes fazendas.
De acordo com o levantamento, 11,3 milhões de hectares foram queimados em todo o território brasileiro até o mês passado. É mais que o dobro dos 5,2 milhões de hectares – equivalente à área do Rio Grande do Norte – registrados em igual período do ano passado, informa o g1.
Do total queimado, nada menos que 5,9 milhões de hectares estão em Terras Indígenas e grandes fazendas, destaca a Folha. E a maior perda ocorreu nas TIs, que registraram 3,08 milhões de hectares queimados, com grandes propriedades rurais respondendo pelos demais 2,8 milhões de hectares.
Em relação a 2023, o crescimento no tamanho da área queimada em Terras Indígenas foi de 76%. Nas comunidades, os efeitos de tanto fogo são sentidos por toda a população, mas especialmente por jovens e idosos que sofrem com problemas respiratórios.
Contudo, o impacto das chamas não é sentido apenas pela fumaça que polui o ar. O avanço dos incêndios dificulta o acesso aos territórios, destrói casas e roças e coloca em risco a segurança alimentar de comunidades inteiras.
Lideranças indígenas e ambientalistas ouvidos pela BBC afirmam que os dois principais fatores responsáveis pela explosão de área queimada em TIs são os efeitos das mudanças climáticas e o avanço do agronegócio. “É importante entender que não estamos dizendo que foram os indígenas que colocaram fogo na floresta. Esses territórios são cercados por regiões agropecuárias onde se utiliza muito o fogo”, explica Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM.
Nas grandes fazendas, o tamanho da área queimada de janeiro a agosto deste ano cresceu 163% em relação a igual período de 2023. Segundo o IPAM, os números refletem um aumento significativo do uso do fogo nas propriedades, possivelmente ligado a práticas agropecuárias, tanto para expansão de áreas quanto para manejo produtivo. Somando-se o fogo em médias e pequenas propriedades, a área queimada em fazendas sobe para 4,4 milhões de hectares.
Ainda de acordo com o levantamento, houve a queima de 1,1 milhão de hectares em Unidades de Conservação (UCs), 116% mais que de janeiro a agosto do ano passado. Já nas Florestas Públicas Não Destinadas (FPNDs), que são o principal alvo de grilagem na Amazônia, o fogo consumiu 870 mil hectares queimados, crescimento de 176% sobre 2023.
Brasil 247, Congresso em Foco e Poder 360 também repercutiram os dados do IPAM.
Em tempo 1: Candidatos a prefeito nos municípios com os maiores índices de incêndio florestal do país ignoram propostas de combate ao fogo. Levantamento da CNN com base nas 10 cidades que mais registraram queimadas em 2024 mostra que só 23,2% dos políticos apresentaram nos planos de governo medidas de combate às queimadas. Ao todo, 43 candidatos disputam o comando dessas cidades, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E apenas 10 deles incluíram nos planos de governo medidas para prevenir e combater queimadas. Entre os que disputam a reeleição, esse número é quase irrisório: apenas um tem proposta neste sentido. E como o que é ruim sempre pode piorar, em quatro cidades – Colniza (MT), Apuí (AM), Novo Progresso (PA) e Altamira (PA) – não há nem sequer uma proposta.
Em tempo 2: O IBAMA aplicou duas multas que somam R$ 100 milhões a proprietários de uma fazenda em Corumbá (MS). O local seria a origem de um incêndio florestal de grandes proporções no Pantanal. De acordo com o órgão, foram queimados cerca de 333 mil hectares, duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo. É a maior área devastada por fogo provocado por uma única propriedade este ano no Pantanal —135 imóveis rurais foram afetados. A identidade dos proprietários não foi divulgada, informa a Folha.
Em tempo 3: Os prejuízos econômicos com as queimadas no país em 2024 já chegam a R$ 1,3 bilhão, e o número de pessoas atingidas diretamente pelos incêndios florestais passou de 15,4 milhões. Os números são de um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) atualizado na 5ª feira (26/9), informa o Estadão. Os dados consideram 573 municípios que decretaram situação de emergência por conta do fogo. Ou seja, o prejuízo pode ser muito maior do que o detectado pela CNM.
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