sábado, 20 de outubro de 2012

Comunicação Comunitária em debate



Por Gizele Martins, jornalista, coordenadora voluntária do jornal “O Cidadão”, organizadora do I Seminário Regional de Comunicação Comunitária.


A ideia de se fazer um seminário como este tem como objetivo fazer uma conexão entre a academia e as mídias comunitárias feitas pelo povo dentro das favelas, além de ampliar o debate dentro destes espaços que, por muitas vezes, apenas estuda sobre o que é a comunicação e não vivencia o dia a dia de quem faz este movimento acontecer.

São muitos os problemas que encontramos quando fazemos comunicação comunitária, é a falta de sustentabilidade, a falta de equipamento, o que resulta na falta de uma equipe fixa e na ausência daquele meio, que deveria estar mais presente na favela não ter tanta atuação, já que os seus colaboradores, na maioria das vezes, são voluntários e dedicam apenas algumas horas semanais, assim como é o meu caso no “O Cidadão”, jornal que circula na Favela da Maré e que sou voluntária há dez anos.

Ainda no seminário, além de se discutir a sustentabilidade, a equipe, os equipamentos, estamos discutindo também as leis pela democratização da comunicação, estamos debatendo a linha edi
torial de uma mídia comunitária, a criminalização da pobreza, da cultura, das rádios comunitárias, os reais interesses das mídias comerciais, como se faz publicidade comunitária, UPP, Favela, dentre diversos outros temas que é de interesse dos comunicadores comunitários, populares e alternativos.


E todos estes assuntos foram colocados como temas das mesas e das experiência porque são assuntos que nós comunicadores comunitários estamos tentando buscar ali no dia a dia. E quem pode nos ajudar a responder todos estes temas são os alunos, professores, estudiosos da comunicação comunitária.


A força da Comunicação Popular
A comunicação comunitária tem um grande papel dentro dos espaços populares, ela é trabalho de base. Uma comunicação 
comunitária que não mobiliza não pode ser considerada comunicação comunitária. Ela tem o papel de valorizar a cultura, a identidade, a fala, a favela, os espaços populares, algo que mídia alguma faz ou irá fazer.

Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, eu tenho certeza que vai fazer crescer este movimento da comunicação comunitária, já existem grupos que discutem, debatem, trabalham o tema, o que podemos ajudar com este seminário é fazer aumentar esta rede, este movimento que luta pela democratização da comunicação há anos no Brasil.


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