segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Conheça alguns dos 54 bolsonaristas condenados pela AGU por financiar os atos golpistas

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A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou à Justiça Federal do Distrito Federal o primeiro pedido de condenação de 54 pessoas físicas, três empresas, além de uma associação e um sindicato, acusados de financiar o fretamento de ônibus para os atos que depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.

De acordo com informações do Globo online, na lista dos nomes apontados como responsáveis constam ex-candidatos bolsonaristas e empresários. O órgão quer que os envolvidos paguem R$ 20,7 milhões à União.

Na ação, a AGU afirma configurar “ato ilícito quando o titular de um direito (no caso em específico o direito à livre manifestação e reunião pacífica), ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes, nos termos do art. 187 do Código Civil”. Estas pessoas e empresas já tiveram os bens bloqueados.

Alguns deles, como João Carlos Baldan, ostentam fotos com o ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais ou com integrantes de seu governo, como os ex-ministros Milton Ribeiro e Marcos Pontes.

O órgão quer que os envolvidos sejam condenados em definitivo a ressarcir R$ 20,7 milhões ao erário.

O empresário de Bento Gonçalves (RS) Cesar Bagatini confirmou em janeiro ter participado de “manifestações pacíficas”, mas não das invasões, e que também financiou os atos.

Nelson Eufrosino, conhecido como “Nelsinho Chapeiro” é mais um dos nomes na lista de suspeitos. Ele aparece em imagens que circulam nas redes, em que pede para ser filmado depredando o prédio do Congresso Nacional. Já Jorge Rodrigues Cunha constava como um dos primeiros presos após os atos golpistas, ainda na semana após o acontecimento.

Na ação, que inclui no polo passivo 54 pessoas físicas, três empresas, uma associação e um sindicato, a AGU afirma configurar “ato ilícito quando o titular de um direito (no caso em específico o direito à livre manifestação e reunião pacífica), ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes, nos termos do art. 187 do Código Civil”. Estas pessoas e empresas já tiveram os bens bloqueados.

Conheça algumas pessoas condenadas pela AGU por financiar os atos golpistas:

Adailton Gomes Vidal

Dono da empresa Vidal Transportes, de Pinhais (PR), tem 48 anos e recebeu pagamentos do Auxílio Emergencial. Não respondeu ao contato do GLOBO em janeiro.

Ademir Luis Graeff

Aos 47 anos, é dono de empresa de comércio varejista na cidade de Missal (PR). Seu nome foi associado à empresa de turismo Transgiro, em viagem de Marechal Cândido Rondon (PR) para Brasília no domingo. Graeff afirma não saber como o nome foi parar na lista de financiadores, conta que fez uma excursão com a Transgiro há mais de dez anos e que é contra os atos antidemocráticos do dia 8.

Adoilto Fernandes Coronel

Dono da Madeportas, empresa de materiais de construção do Mato Grosso do Sul, aos 50 anos, consta como financiador de uma viagem de Maracaju (MS) que transportou 56 pessoas para Brasília. Contatado pelo GLOBO, não respondeu.

Alethea Verusca Soares

Aos 48 anos, teria fretado um ônibus de São José dos Campos (SP) dois dias antes do ataque terrorista. Ela foi presa pela Polícia Civil do DF na terça-feira, 10, por envolvimento na invasão às sedes dos Três Poderes. Antes, a bolsonarista publicou nas redes vídeos e fotos participando dos acampamentos bolsonaristas no Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica (DCTA) de São José dos Campos. O GLOBO não conseguiu localizar a defesa de Alethea.

Amir Roberto El Dine

Administrador, de 53 anos, da empresa Polati El Dine Médicos Associados, no campo da atividade médica laboratorial, restrita a consultas. Procurado pelo GLOBO em janeiro, não respondeu.

Aparecida Solange Zanini

Moradora de Três Lagoas (MG), negou envolvimento com os atos e financiamento.

Bruno Marcos de Souza Campos

Morador de Belo Horizonte, não retornou o contato do GLOBO.

Carlos Eduardo Oliveira

Policial Militar de São Paulo. Participou de atos que questionavam o resultado das eleições no município de São Pedro (SP), onde mora. Ele é suspeito de fretar um ônibus da cidade a Brasília dia 6 de janeiro. Contatado pelo GLOBO em janeiro, não quis se pronunciar.

Cesar Bagatini

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Cesar Bagatini, empresário de Bento Gonçalves (RS), é CEO da empresa de marketing e branding de marcas Coneex MD. Ele é apontado como financiador de veículo que transportou 36 pessoas de Garibaldi (RS) para Brasília. Ele nega financiamento de frete e participação nas invasões do dia 8, mas confirma que participou, com um grupo, das “manifestações pacíficas”. “Ninguém entrou lá dentro, fomos em grupo e ficamos no gramado”, afirmou ao GLOBO em janeiro.

Claudia Reis de Andrade

Empresária de Juiz de Fora, no ramo de imóveis. Procurada pelo GLOBO, não respondeu.

Daniela Bernardo Bussolotti

Dona da empresa Ferro & Pvc. Procurada, não respondeu.

Dyego Primolan Rocha

Personal trainer de 35 anos, de Presidente Prudente (SP), é suspeito de financiar ônibus que transportou 34 pessoas. Foi procurado, mas não houve retorno.

Fernando José Ribeiro Casaca

Empresário de São Vicente (SP), dono da empresa Technotel Ltda. Procurado em janeiro, não respondeu ao contato.

Franciely Sulamita de Faria

Moradora de Nova Ponte (MG), não respondeu ao contato do GLOBO.

Genival José da Silva

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Morador de Ribeirão Preto (SP), tem foto com o ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais e é suspeito de financiar os atos golpistas. Procurado em janeiro, disse que em sua viagem “não teve patrocínio nem financiador, todos dividiram o valor da viagem e seu nome foi colocado porque foi ele o organizador.

— Todo o grupo contribuiu com um pouco de dinheiro e eu coloquei meu nome como contratante do serviço porque estava organizando. Nós participamos, sim, da manifestação pacífica, mas ninguém entrou em nenhum dos prédios nem vandalizou nada, disse Genival José da Silva, que viajou a Brasília em um grupo de 41 pessoas.

Hilma Schumacher

Moradora de Belo Horizonte, não retornou ao contato do GLOBO.

Jasson Ferreira Lima

Morador de Paracatu (MG), é dono de uma empresa de transporte coletivo fretado. Contatado por telefone, não respondeu e desligou após a identificação.

Jean Franco de Souza

Morador de Mirassol (SP), foi procurado pelo GLOBO em janeiro, mas não respondeu ao contato.

João Carlos Baldan

Apontado pela Advocacia-Geral da União como um dos financiadores dos atos antidemocráticos do último domingo, o empresário João Carlos Baldan postou na manhã da invasão da Praça dos Três Poderes que a “boiada (estava) chegando” em Brasília. Baldan é apontado pela representação da AGU como o responsável por fretar um ônibus no dia 6 de janeiro de São José do Rio Preto, em São Paulo, com destino a Brasília. Não respondeu os contatos em janeiro.

Jorge Rodrigues Cunha

De Pilar do Sul, em São Paulo, é apontado também como responsável de um frete de ônibus de Campinas com destino ao Largo do Rosário, em Brasília. Em suas redes ele publicou diversos vídeos do acampamento montado no quartel da capital federal e está na lista de presos pelos atos antidemocráticos. Jorge fez uma transmissão ao vivo na última segunda-feira de dentro de um dos ginásios que os presos pelos atos foram levados. Procurado em janeiro, não respondeu os contatos da reportagem.

José de Oliveira

Morador de Bom Jesus dos Perdões (SP), não foi localizado pela reportagem.

José Roberto Bacarin

Morador de Cianorte, no Paraná, não respondeu o contato da reportagem.

Josiany Duque Gomes Simas

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Foi responsável, segundo a AGU, pelo fretamento de um ônibus no dia 6 de janeiro de Cuiabá para Brasília. A pedagoga tentou se eleger deputada federal nas últimas duas eleições por seu estado. Em 2022, pelo Patriota, recebeu R$ 325 mil repassados pela direção nacional do partido para sua campanha, que não foi vitoriosa. Ela não se elegeu e teve apenas 622 votos no pleito. Nas redes, Josiany se apresenta como “pró armas” e compartilhou dezenas de fotos e vídeos fazendo campanha para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Procurada em janeiro, não retornou os contatos do GLOBO.

Leomar Schinemann

Morador de Casa-Guarapuava (PR), não retornou o contato do GLOBO.

Marcelo Panho

De Foz do Iguaçu (PR), não atendeu o contato do GLOBO.

Marcia Regina Rodrigues

De Ribeirão Preto (SP), atuou como cabo eleitoral de Isaac Dalcol Antunes (PL), candidato a deputado federal por São Paulo. Recebeu R$ 5 mil para atividades de mobilização do candidato na última eleição. Procurada em janeiro, não retornou o contato.

Marcio Vinicius Carvalho Coelho

De Marilia (SP), não respondeu o contato da reportagem.

Sandra Nunes de Aquino

Moradora de Sorocaba (SP), não respondeu o contato da reportagem.

Sheila Mantovanni

Professora de 46 anos, em Mogi das Cruzes (SP), foi presa na terça-feira, após participar dos atos terroristas no domingo. Em uma rede social, a professora e se diz de direita e conservadora. A reportagem não conseguiu contato com ela.

Stefanus Alexssandro Franca Nogueira

Stefanus Alexssandro Franca Nogueira foi candidato a vereador na cidade paranaense de Ponta Grossa, nas eleições de 2016. Procurado, não respondeu aos contatos do GLOBO.

Nelson Eufrosino

No Facebook, é conhecido como “Nelsinho Chapeiro” e aparece em vários vídeos quebrando janelas e depredando prédios na Praça dos Três Poderes. As imagens viralizaram e páginas afirmam que Nelson é um dos 1.200 presos detidos em Brasília. No entanto, o nome do bolsonarista não aparece na lista divulgada pela SEAP-DF. Nelsinho foi chamado na internet de “terrorista de Ourinhos” e, no dia dos ataques, pediu para ser filmado depredando prédio no Congresso Nacional. Ele teria ido para Brasília em um ônibus que partiu do acampamento localizado ao lado da Câmara Municipal de Ourinhos (SP) na tarde da última sexta-feira (6).

Michely Paiva Alves

Empresária de Limeira (SP), de 35 anos, é dona da empresa Mittag Presentes. É suspeita de financiar um ônibus de Limeira na empresa TRANSMEGA TRANSPORTES E TURISMO EIRELI e seu nome consta na lista dos 1200 presos. Nas redes sociais, apenas o perfil da empresa segue ativo. O dela, é bloqueado. Além disso, a empresária recebeu pagamentos do Auxílio Emergencial entre 2020 e 2021, segundo o Portal da Transparência.

Marcos Oliveira Queiroz

De São Paulo (SP), não respondeu o contato da reportagem. Recebeu pagamentos do Auxílio Emergencial e do Bolsa Família.

Marco Antonio de Souza

É dono de uma empresa de produtos automotivos. Desligou o telefone ao saber do que se tratava a ligação.

Marlon Diego de Oliveira

Marlon Diego de Oliveira foi candidato a vereador na cidade de Tupã (SP) em 2020, pelo PP. Em fevereiro de 2022, a prefeitura ingressou com uma ação contra a empresa em que ele é sócio por loteamento irregular de imóveis e riscos ao meio ambiente.

É suspeito de ter fretado um ônibus saindo de Presidente Prudente no dia 6 de janeiro. Não retornou às tentativas de contato.

Monica Regina Antoniazi

Ao telefone, respondeu que não estava em Brasília no dia dos atentados.

— Teve vários ônibus na minha cidade. A gente trabalha com uma caixinha de doações lá ,em frente ao QG do Exército. Algumas pessoas foram responsáveis, mas eu não fui a Brasília e não vou responder mais nada, só com advogado — disse, ao Globo.

No final, agradeceu por ter sido informada sobre o nome dela constar na relação. Antoniazi é suspeita de fretar um ônibus saindo de Piracicaba no dia 6 de janeiro.

Nelma Barros Braga Perovani

Nelma é próxima ao ex-ministro Milton Ribeiro, a quem descreve como amigo em uma foto na internet. Também aparece em imagens ao lado de Marcos Pontes e Daniel Silveira, e participou de encontro com Tarcísio de Freitas em 2022.

Ela é a criadora de um canal de mensagens no aplicativo Telegram, chamado de Selva Brasil, mas o grupo não foi encontrado. Em tese, o canal foi bloqueado. Nelma é suspeita de ter fretado um ônibus de Bauru, no dia 5 de janeiro, e não respondeu às tentativas de contato em janeiro.

Patrícia Alberta dos Santos Lima

De Belo Horizonte, Minas Gerais, é apontada pela AGU como uma das financiadoras dos ônibus que levaram os golpistas até a Esplanada. Ela também participou dos atos e está presa no Complexo da Colmeia.

Pedro Luis Kurunczi

Apontado como um dos supostos financiadores dos atos golpistas em Brasília, Pedro Luis Kurunzi já foi condenado por crime contra a ordem tributária. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o empresário declarou que uma de suas empresas em 2011 e 2012 teve receitas de R$ 2 milhões, enquanto a Receita Federal descobriu que os livros contábeis da empresa registravam R$ 14,5 milhões em notas fiscais. Pelo crime, já transitado e julgado, ele cumpriu dois anos de pena em regime aberto, que, segundo sua defesa, foi convertido em prestação de serviços à comunidade e multa. No total, foram sonegados mais de R$ 1,2 milhão em imposto de renda e tributações.

Procurada, sua defesa negou que ele estava na capital federal durante os atos golpistas e criticou a AGU.

— Ele não pagou e não financiou esse valor todo. Mas o contrato precisa ficar no nome de uma pessoa e, ele sendo empresário esclarecido, acabou deixando no nome dele. Foram várias pessoas que resolveram fazer essa arrecadação para poder participar dessa manifestação em Brasília. O que era discutido era uma manifestação pacífica. O Pedro não tinha conhecimento e muito menos incentivaria atos de vandalismo. Eles simplesmente ajuizaram uma ação contra todos que fretaram ônibus a Brasília. É regra ter uma relação de passageiros e eles tem condições de apurar se algum deles tiveram relação com o vandalismo — afirmou Ana Paula Delgado, advogada do empresário.

Sobre a condenação por crime tributário, a advogada afirmou em janeiro que o empresário cumpriu a pena integralmente.

Pablo Henrique da Silva Santos

De Belo Horizonte (MG), não respondeu ao contato da reportagem.

Rafael da Silva

Morador de Catalão (GO), não respondeu o contato da reportagem.

Rieny Munhoz Marçula

De Campinas (SP), é dona de uma empresa de serviços estéticos, com manutenção de cílios e sobrancelhas. Procurada, não respondeu o contato da reportagem.

Rosangela de Macedo Souza

Moradora de Riolândia (SP), é servidora pública e atua como oficial administrativa do São Paulo Previdência (SPPREV). Procurada, não respondeu ao contato do GLOBO.

Ruti Machado da Silva

De Nova Londrina (PR), é dona da empresa de transporte escolar “R M Services”. Procurada, não atendeu a reportagem.

Sulani da Luz Antunes Santos

Empresária no ramo estético em Vinhedo (SP), é dona do La Mariee Estética e Cabelo. Procurada, não retornou o contato da reportagem.

Terezinha de Fátima Issa da Silva

De Caxias do Sul (RS), foi contatada pela reportagem, mas não respondeu.

Vanderson Alves Nunes

De Francisco Beltrão (PR), foi contatado pela reportagem, mas não respondeu.

 

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