Até o momento, nenhuma punição foi aplicada à empresa ou a seus donos. A decisão do TRT-15, que ainda pode ser contestada no TST
Matéria de Agenda do Poder | Escrito por César Fernandes | 5 de julho de 2024 – 21:16 2 minutos
A Justiça do Trabalho condenou ontem a empresa Química Amparo, dona da marca de detergentes Ypê, por uma live para os funcionários a favor de Bolsonaro (PL) na campanha de 2022.
A empresa dona da Ypê foi condenada por assédio eleitoral pelo TRT-15 (Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região), em Campinas (SP). Publicada na quinta-feira (4), a sentença proíbe a Química Amparo “de fazer propaganda eleitoral a favor de qualquer candidato a cargo político”. Cabe recurso Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Até o momento, nenhuma punição foi aplicada à empresa ou a seus donos. A decisão do TRT-15, que ainda pode ser contestada no TST, determina multa de R$ 100 mil apenas se a Ypê voltar a fazer propaganda política a seus funcionários.
A sentença foi em segunda instância. Em dezembro de 2023, a Química Amparo já havia sido condenada pela Vara do Trabalho de Amparo (SP), município que abriga uma fábrica da empresa. A decisão foi confirmada ontem.
A sugestão de voto em Bolsonaro teria ocorrido após o primeiro turno das eleições de 2022. Segundo o Ministério Público do Trabalho, que entrou com a ação, a empresa promoveu “uma palestra voltada a persuadir os trabalhadores a votarem no candidato da situação, com o tema ‘cenário eleitoral pós-1º turno’”.
Procurada pelo UOL, a Química Amparo não comentou a sentença, mas afirmou ser “apartidária”. “A Química Amparo não comenta processos judiciais em curso, mas destaca que o caso ainda será apreciado pelas instâncias superiores. A empresa é uma companhia 100% brasileira, apartidária, e que segue acreditando e investindo no país há mais de 70 anos”, afirma a nota.
“Apesar do conteúdo aparentemente informativo, a exibição da live teve o propósito de influenciar o voto dos empregados da empresa, tendo ocorrido no mesmo dia em que se iniciou a propaganda eleitoral do segundo turno. O palestrante apontou diversos números sugerindo que a manutenção do então governo era a melhor opção para o país”, diz comunicado do Ministério Público do Trabalho.
Os donos da Ypê chamaram atenção por fazer doações à campanha de Bolsonaro em 2022. Três membros da família Beira, que integram o conselho de sócios da empresa, doaram juntos R$ 1 milhão ao então candidato à reeleição.
As doações repercutiram nas redes sociais à época. Enquanto apoiadores de Bolsonaro aprovaram a atitude e promoveram a marca, eleitores de Lula criticaram os donos da empresa e incitaram boicote.
Com informações do UOL.
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