JULGAMENTO
Audiência tem início nesta quarta-feira, no 4º Tribunal do Júri do Rio, no Centro do Rio de Janeiro
Os réus confessos pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes vão a julgamento 2.422 dias — mais de seis anos — após os homicídios, nesta quarta-feira. Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e pela tentativa de homicídio contra a então assessora da vereadora, Fernanda Chaves, que sobreviveu.
A audiência será realizada no 4º Tribunal do Júri do Rio, no Centro do Rio de Janeiro, com início marcado para as 9h. Os réus, que estão presos desde 2019, vão a júri popular e participam de forma remota, por videoconferência, a partir dos presídios onde estão. Testemunhas também poderão participar de forma on-line. O julgamento terá transmissão ao vivo pelo canal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro no YouTube.
São esperados os depoimentos de nove testemunhas e dos dois réus, além de tempo para que os defensores dos réus e a acusação debatam o processo. A previsão é de que o julgamento se estenda por pelo menos dois dias.
O juiz Gustavo Kalil, titular do 4º Tribunal do Júri, definiu que comparecerão no plenário apenas os participantes do júri. A juíza Lucia Glioche irá presidir o julgamento. Os réus vão prestar depoimento por videoconferência: Lessa a partir do Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo; e Queiroz do Complexo da Papuda, presídio federal em Brasília.
O Juízo solicitou às partes envolvidas no processo que apenas compareçam em plenário as pessoas que efetivamente participarão do júri.
Em uma reunião, realizada em setembro no Fórum Central do Rio, quando foi escolhida a data para o julgamento, também foi decidido que os depoimentos do delegado Giniton Lages e do policial civil Marco Antônio de Barros Pinto não serão tomados. Eles constavam no rol de testemunhas.
Ronnie Lessa assumiu que foi o responsável pelos disparos, matando Marielle, o alvo da ação, e o motorista Anderson, em 14 de março de 2018. Élcio de Queiroz admitiu ser o responsável por dirigir o Cobalt prata, veículo usado no ataque.
Depoimentos no STF
Na semana passada, prestaram depoimento os réus em uma ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso. O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) elogiou Marielle, em que afirmou que ela tinha um “futuro brilhante” e afirmou que tinham boa relação. Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), negou conhecer Ronnie Lessa. Os irmãos foram apontados pelo ex-PM como os mandantes do homicídio da vereadora. Eles negam as acusações.
Já o ex-chefe da Polícia Civil e delegado Rivaldo Barbosa a elogiou a atuação de Marielle Franco e afirmou que os dois tinham uma boa relação. Ele foi apontado por Ronnie Lessa como o responsável por proteger os mandantes, impedindo que as investigações chegassem até eles. O policial também nega as acusações.
Com informações de O Globo
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