quarta-feira, 31 de julho de 2024

Norte do Brasil - Para a população da região, fake news durante a campanha política deveriam cancelar a candidatura, aponta pesquisa inédita

 NORTE DO BRASIL E AS FAKE NEWS

Levantamento do Observatório FEBRABAN revela que 55% dos moradores da região Norte acreditam que a situação vai se repetir na campanha deste ano

Por: Agência Em Foco/Minhas Editorias: Notícias das Cidades/Data: 31/07/2024 - 08:21  Para: Comunicação Popular na Amazônia - Blog

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

A poucos meses das eleições municipais, as fake news das campanhas são uma das maiores preocupações do eleitor no Norte. Segundo levantamento inédito do Observatório Febraban, 50% da população na região já recebeu fake news nas redes sociais e a grande maioria (86%) acha que o político que usa esse expediente deve ser punido.

A punição mais defendida por 54% das pessoas é a impugnação da candidatura. Outros 17% defendem a suspensão temporária da campanha eleitoral, enquanto 13% acreditam que uma multa em dinheiro já seria suficiente. Outras punições lembradas foram a suspensão por completo da propaganda eleitoral (8%) e a repreensão pública (1%). Os mais exigentes, que disseram ser necessário aplicar todas essas punições, somaram 3%.

A maior parte da população (68%) afirma que vai ficar atenta ao recebimento de fake news durante a campanha das eleições municipais. Uma parte considerável (22%) disse já ter bloqueado alguém em grupos de aplicativo WhatsApp em função de fake news política. Entre esse grupo, 55% disseram acreditar que a situação vai se repetir na campanha deste ano.

O sentimento de já ter sido prejudicado por fake news política atinge 33% das pessoas.

“As eleições municipais são as que têm maior preocupação do eleitor com sua realidade. Isso aumenta o entendimento de que é preciso ser muito responsável na escolha de representantes que irão executar as políticas e ações que afetam suas comunidades nos próximos anos. Fake news é algo que não combina com esse entendimento”, avalia o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE.

Sobre o Observatório FEBRABAN – O levantamento inédito procura investigar o que pensam os brasileiros sobre o grau de envolvimento da população com as campanhas, as opiniões sobre as Fake News no contexto eleitoral e as formas pelas quais as pessoas se informam sobre o pleito eleitoral. Traz ainda a avaliação da população sobre o trabalho de seus atuais prefeitos e vereadores.
 
 

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Justiça manda “Bodim Marabá” apagar pesquisa falsa publicada no Instagram

 JUSTIÇA ELEITORAL

Caso não cumpra a decisão em até 24 horas, Carlos Eduardo Rocha, administrador do Bodim, pode pagar multa no valor de R$ 10.000,00 

Matéria Blog do Zé Dudu | Publicado em 31/07/2024 | às 11:00

O juiz eleitoral Caio Marco Berardo, da 100ª Zona Eleitoral de Marabá, determinou no final da tarde desta terça-feira, 30, que a Meta, administradora do Instagram e Facebook, exclua a publicação da página do Instagram Bodim de Marabá (@bodimdemaraba) que mostra uma pesquisa falsa tentando favorecer o pré-candidato Toni Cunha. O prazo para a publicação ser retirada é de 24 horas, com multa estipulada no valor de R$ 10 mil.

A postagem, feita no dia 27 de julho de 2024, mostra uma suposta “enquete”, referente aos pré-candidatos à Prefeitura de Marabá.

Para o magistrado, a publicação consiste em “um mero levantamento de opiniões, sem controle de amostra, que não utiliza método científico para a sua realização, dependendo apenas da participação espontânea do entrevistado”.

Além disso, o juiz Caio Berardo enfatiza que publicar enquetes ou sondagens de opiniões resulta em danos, especialmente durante o período eleitoral, pois o risco de propagação de enquetes falsas nas redes sociais tem potencialidade de manipular o eleitor e proporcionar, inequivocamente, insegurança ao processo eleitoral, que deve ser imparcial e sólido.

Vale ressaltar que as entidades ou empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às eleições ou aos candidatos devem, obrigatoriamente, efetuar o cadastro no Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais na Justiça Eleitoral.

Além disso, devem conter as seguintes informações: nome do contratante; valor e origem dos recursos despendidos no trabalho; metodologia e período de realização; plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico e área física de realização do trabalho a ser executado; intervalo de confiança e margem de erro; sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados e do trabalho de campo; questionário completo aplicado ou a ser aplicado; nome de quem pagou pela realização do trabalho e cópia da respectiva nota fiscal.

A ação na Justiça contra a página “Bodim de Marabá” foi solicitada pelo Partido Renovação Democrática (PRD).

 

Tags:

Eleição 2024,      Instagram  

 

https://www.zedudu.com.br/justica-manda-bodim-maraba-apagar-pesquisa-falsa-publicada-no-instagram/

 

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quarta-feira, 24 de julho de 2024

Médicos Sem Fronteiras realiza treinamento sobre atendimento a sobreviventes de violência sexual em Portel, na região da Ilha do Marajó, no Pará


Imprensa-Rio <imprensa@rio.msf.org> 10:44 (há 3 horas)




Equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) estão trabalhando em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Portel, na região da Ilha do Marajó, no Pará, para otimizar o atendimento a sobreviventes de violência sexual no município. Como organização internacional médico-humanitária, MSF tem vasta experiência na criação de fluxos e no atendimento de saúde a casos de violência sexual em diversos países.

Em Portel, as equipes de MSF colaboram em dois eixos principais relacionados à essa temática: na definição das etapas necessárias para o atendimento humanizado às pessoas sobreviventes e na capacitação de profissionais que realizam o acompanhamento de saúde a esses pacientes.

Recentemente, mais de 100 profissionais do Hospital Municipal e de Unidades Básicas de Saúde (UBS) participaram de um treinamento sobre os impactos da violência sexual na saúde física e mental dos sobreviventes. Médicos, enfermeiros e assistentes sociais são algumas das especialidades dos participantes dessa série de treinamentos realizada por MSF, a pedido das autoridades de saúde do município, entre junho e julho de 2024.

“Nosso objetivo é apoiar o desenvolvimento das habilidades desses profissionais para um atendimento adequado que uma emergência médica deste tipo requer, de acordo com as etapas estabelecidas no protocolo clínico e de apoio psicossocial estabelecidos pelo Ministério da Saúde . Ao mesmo tempo, é fundamental que o atendimento a esses pacientes seja feito de forma humanizada e empática, evitando a revitimização dos pacientes”, explica a gerente de saúde mental e apoio psicossocial de MSF Veronica Yanic.

Trabalho de MSF na região da Ilha do Marajó

O trabalho de Médicos Sem Fronteiras (MSF) relacionado à temática de violência sexual em Portel faz parte de uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde iniciada em março de 2023, quando a organização começou as atividades na região da Ilha do Marajó para levar cuidados de saúde à população, principalmente em comunidades ribeirinhas localizadas em áreas remotas.

Desde então, equipes de MSF trabalham para ampliar a oferta de cuidados de saúde mental e saúde sexual e reprodutiva, apoiando Unidades Básicas de Saúde (UBS) e postos de saúde nas zonas urbana e rural. Além disso, contribuem capacitando profissionais (médicos, enfermeiros e agentes comunitários) que atuam na atenção básica voltada a sobreviventes de violência sexual e em temas de saúde sexual e reprodutiva.

ASSESSORIA DE IMPRENSA

Twitter: @MSF_Imprensa

imprensa@msf.org.br



Danielle Bastos

+ 55 21 98595-8044

danielle.bastos@rio.msf.org

 

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terça-feira, 23 de julho de 2024

URGENTE! Concurso de Canaã terá 540 vagas; veja cargos

Expectativa da FGV, banca organizadora, é de que no mínimo 45 mil candidatos se inscrevam de olho nos salários que mais crescem no Brasil, em nível municipal. A título de informação, em vários cargos de nível superior salários na Terra Prometida já superam os da Capital do Minério

Blog do Zé Dudu | Publicado em 23/07/2024 | às 10:13

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Não é novidade que a riquíssima Prefeitura de Canaã dos Carajás — atualmente arrecadando até mais que a de Parauapebas em royalties de mineração — está preparando um poderoso concurso público para preenchimento de dezenas de cargos de provimento efetivo. Mas o que os interessados ainda não sabem é para quais cargos. E isso é tarefa para o Blog do Zé Dudu, que descobriu quais oportunidades virão pela frente, para a “briga de cachorro grande”.

O Blog teve acesso à proposta de trabalho da Fundação Getúlio Vargas (FGV), banca escalada para a missão de realizar o certame, e os dados são os seguintes:

  • 540 vagas é a quantidade a ser ofertada no edital
  • 232 vagas para cargos que exigem ensino fundamental incompleto
  • 141 vagas para cargos que exigem ensino médio
  • 40 vagas para cargos que exigem curso técnico em diferentes áreas
  • 62 vagas para cargos que exigem ensino superior
  • 65 vagas para cargos que exigem ensino superior (licenciatura) para atuação no magistério público municipal

O certame ficou “salgado”, ao custo de R$ 3,255 milhões simplesmente porque a FGV espera, no mínimo, 45 mil inscritos no certame, dado o valor dos salários, altos e atrativos, pagos pela Prefeitura de Canaã. Inclusive, para cada inscrição efetivada acima das 45 mil previstas, a banca organizadora vai embolsar R$ 50 a título de serviço por inscrição excedente.

Com esse padrão, a seleção a ser realizada na Terra Prometida vai se igualar ao “naipe” de outras já realizadas pela fundação em níveis municipal, estadual e até federal. Guardadas as devidas proporções com os certames de outros entes, o concurso de Canaã terá padrão elevado e não será para amadores.

Sem contar a administração indireta, a Prefeitura de Canaã dos Carajás possuía, em junho, 1.657 servidores concursados e incríveis 2.861 servidores temporários, além de 364 comissionados. Juntando-se temporários e comissionados, os não estáveis são praticamente o dobro dos efetivos. Logo, o concurso em preparação “não vai dar nem para o sal”.
Sobre as provas

Haverá provas objetivas (de caráter eliminatório e classificatório) para todos os cargos, bem como haverá prova escrita (de caráter eliminatório e classificatório) para os cargos de nível superior, estes os quais também serão espécie de avaliação de títulos (de caráter apenas classificatório). Essas etapas, mais a perícia médica para os candidatos que desejarem concorrer na condição de pessoa com deficiência, ficarão a cargo da FGV.

A proposta inicial de prova objetiva envolve 60 questões para cargos de nível superior e 50 para os demais cargos. No caso dos cargos de nível superior, os candidatos ainda terão de fazer uma redação, como prova escrita. A exceção a isso será o cargo de procurador, que terá como desafio redigir uma peça prática profissional na área do Direito.

As disciplinas nas quais se basearão os conteúdos das provas serão detalhadas pela Secretaria de Administração (Semad) de Canaã e a FGV por ocasião do lançamento do edital, que estará saindo do forno por estes dias.

A título de curiosidade, os salários da Prefeitura de Canaã dos Carajás estão entre os que mais crescem no Brasil e em alguns cargos já são maiores que os de Parauapebas. Um engenheiro civil concursado em Canaã, por exemplo, está recebendo por mês quase R$ 30 mil, enquanto um profissional do mesmo cargo em Parauapebas está na faixa dos R$ 20 mil. Na maioria dos cargos da saúde, a Terra Prometida também leva vantagem com supercontracheques. 

Veja abaixo, com exclusividade, a lista de cargos e vagas do concurso da Prefeitura de Canaã que vai rodar o Brasil! 


 
 
https://www.zedudu.com.br/urgente-concurso-de-canaa-tera-540-vagas-veja-cargos/


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Programa A Voz do Brasil completa 89 anos e tem ação para comemoração do 90º aniversário

 Brasília - Ação tem como objetivo reunir documentos do programa para a realização de uma exposição comemorativa

Matéria Tudo Rádio | Segunda-Feira, 22 de Julho de 2024 @ 19:01 

A Voz do Brasil convida para construção do acervo de 90 anos - Foto: Bruno Peres/Agência Brasil 



 
O programa A Voz do Brasil, um dos programas de rádio mais antigos do mundo, completa 89 anos no ar nesta segunda-feira (22). Como forma de comemoração, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) lançou uma campanha para celebrar o 90º aniversário da atração, entre elas a construção de um acervo do programa.

A ação tem como objetivo reunir documentos importantes que contem a história do programa para a realização de uma exposição comemorativa dos 90 anos de A Voz do Brasil, no próximo ano. Estão convidados a participar empregados e ex-empregados da empresa, bem como o público externo.

Jean Lima, presidente da EBC, afirmou que A Voz do Brasil é uma marca na vida da população brasileira, seja de quem mora nas capitais ou em áreas ribeirinhas da Amazônia. “É um orgulho para a EBC participar dessa história que alcança tantas pessoas. Agora, estamos nos preparando para celebrar os 90 anos do programa”, adiantou.

Aqueles que possuírem qualquer documento relevante, como fotos, transcrição de discursos, vídeos ou áudios em qualquer mídia, podem enviá-los para o e-mail voz90anos@ebc.com.br ou para o WhatsApp (61) 99656-7411. Se o material for físico, deve ser entregue na Gerência de Acervo de cada praça. Para cada envio/doação de material, será necessário assinar o Termo de Autorização de Uso de Direitos, disponível em voz.gov.br/90anos.

De acordo com a apresentadora de A Voz do Brasil, Mariana Jungmann, a ideia é contar com a ajuda dos funcionários das empresas públicas para levantar esse acervo. “A Voz do Brasil é o programa de rádio diário mais antigo do mundo. Sua história conta a história do Brasil nos últimos 90 anos. Queremos contar tudo isso em áudios, fotografias, documentos. E, como foi feita com amor e suor pelos funcionários das empresas públicas - Agência Nacional, EBN, Radiobrás, EBC - contamos com eles para levantar esse material”, explicou. Ela coordena o grupo de trabalho criado para elaborar o projeto de comemoração dos 90 anos de A Voz.
 
 
https://tudoradio.com/noticias/ver/31648-programa-a-voz-do-brasil-completa-89-anos-e-tem-acao-para-comemoracao-do-90-aniversario 
 
 
 
Teste
Carlos Massaro

Carlos Massaro atua como radialista e jornalista. Já coordenou artisticamente uma afiliada da Band FM (Promissão/SP) e trabalhou como locutor na afiliada da Band FM em Ourinhos/SP e na Interativa de Avaré/SP e como jornalista na Hot 107 FM 107.7 de Lençóis Paulista/SP e na Jovem Pan FM 88.9 e Divisa FM 93.3 de Ourinhos. Também é advogado na OAB/SP e membro da Comissão de Direito de Mídia da OAB de Campinas/SP, da Comissão de Direito da Comunicação e dos Meio da OAB da Lapa/SP e membro efetivo regional da Comissão Estadual de Defesa do Consumidor da OAB/SP. Atua pelo tudoradio.com desde 2009, responsável pela atualização diária da redação do portal.

 

 

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domingo, 21 de julho de 2024

A Receita Federal. A Operação Rei do Gado. Os Fazendeiros do Pará. As Vendas Fraudulentas de R$ 1,4 Bilhão


REI DO GADO

Por O Antagônico Publicado em 21 de julho de 2024
 
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Tem muitos fazendeiros paraenses envolvidos, até a medula, na operação “Rei do gado”, deflagrada esta semana pela Receita Federal para desmantelar um esquema de sonegação fiscal com vendas fraudulentas de gado no valor de R$ 1,4 bilhão. Estima-se que R$ 300 milhões tenham sido sonegados em impostos federais entre julho de 2020 e abril de 2023. Os agentes cumprem 50 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Tocantins e Goiás e no Distrito Federal.

O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Maranhão também participa da ação conjunta. A Justiça também autorizou a suspensão do exercício de servidores públicos e o bloqueio de bens dos envolvidos no valor de R$ 67 milhões. A Receita busca comprovar a identidade dos fornecedores do gado vendido com notas fiscais inidôneas, ou seja, com informações falsas.

O esquema – O esquema ilegal é realizado em quatro frentes, segundo a Receita. A primeira é formada por servidores públicos que ajudaram a inserir dados falsos em sistemas oficiais e na fabricação de Guias de Trânsito Animal (GTAs) fraudulentas. A GTA é o documento necessário para movimentar animais entre estabelecimentos. Em seguida, contadores emitiam as notas fiscais falsas a partir das GTAs fraudulentas.

O terceiro núcleo continha “laranjas” que constaram como remetentes de mais de 6.947 Notas Fiscais Avulsas inidôneas, no total de R$ 1,4 bilhão, referentes à venda de mais de 448.887 bovinos entre julho de 2020 e abril de 2023. Esse grupo inclui os líderes do esquema e seus familiares, empresas e funcionários. Já o quarto núcleo é formado por compradores de gado e transportadores de animais, que intermediavam as notas falsas e faziam a revenda do gado para frigoríficos no estado de São Paulo.
 
 
https://oantagonico.net.br/a-receita-federal-a-operacao-rei-do-gado-os-fazendeiros-do-para-as-vendas-fraudulentas-de-r-14-bilhao/ 
 
 





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Em 5 meses, governo contabiliza 1.000 operações na Terra Yanomami


Casa Civil diz que alertas de garimpo na região caíram 73% no período de janeiro até abril

Divulgação/Ibama - 11.mar.2023 PODER360 20.jul.2024 (sábado) - 8h15 
 
Na imagem, estrutura de suporte ao garimpo é destruída; desde fevereiro, autoridades já inutilizaram 18 aeronaves.
Na imagem, estrutura de suporte ao garimpo é destruída; desde fevereiro, autoridades já inutilizaram 18 aeronaves...

Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/governo/em-5-meses-governo-contabiliza-1-000-operacoes-na-terra-yanomami/)
© 2024 Todos os direitos são reservados ao Poder360, conforme a Lei nº 9.610/98. A publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia são proibidas.
Na imagem, estrutura de suporte ao garimpo é destruída; desde fevereiro, autoridades já inutilizaram 18 aeronaves...

Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/governo/em-5-meses-governo-contabiliza-1-000-operacoes-na-terra-yanomami/)
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O governo federal contabilizou, no último sábado (13.jul.2024), um total de 1.000 operações realizadas, no período de 5 meses, na Terra Indígena Yanomami. A última até aquela época foi na região de Palamiú, com o objetivo de retirar garimpeiros que atuam ilegalmente no local.

Um suspeito foi preso e equipamentos de mineração foram destruídos. As autoridades apreenderam cerca de 1.000 kg de cassiterita, 140 litros de combustível e uma antena Starlink.

De acordo com a Casa Civil, o combate à logística dos grupos de criminosos que agem na região tem sido o objetivo principal desde a instalação da Casa de Governo na cidade de Boa Vista, em 29 de fevereiro deste ano. Desde aquela época, 59 pessoas foram presas.
 
Além disso, os agentes apreenderam e inutilizaram 18 aeronaves, mais de 72.000 litros de óleo diesel, 467 motores, 54 antenas Starlink, 38.000 kg de cassiterita e 10.848 quilos de ouro.

Para os próximos meses, o governo pretende consolidar a retirada de invasores, bem como ampliar as políticas públicas e promover a autonomia dos yanomami, em especial para a saúde e a segurança alimentar.

Diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino explica que, sem o garimpo, é possível assegurar mais espaço para que o governo federal implemente políticas em prol da pauta indígena.

“Ainda é preciso muito apoio para o resgate do povo yanomami, porque os estragos do garimpo, como a contaminação por mercúrio, a disseminação de doenças, somados aos anos de descaso, deixaram uma herança de terra arrasada. É para mudar esta realidade que estamos trabalhando incansavelmente”, diz o diretor.

A Casa Civil informou que, diante às ações implementadas na região, já se percebe “queda acentuada” da atividade ilegal, bem como, o aumento dos custos para exploração do garimpo.

“O número de alerta de garimpo na Terra Indígena Yanomami teve queda de 73% no período de janeiro, fevereiro, março e abril de 2024, comparado ao mesmo período em 2023”, informou, em nota, a pasta. “Já os custos para a atividade do garimpo ilegal ficaram 40% mais caros”, acrescentou a Casa Civil.
 

Com informações da Agência Brasil.

 
 
https://www.poder360.com.br/governo/em-5-meses-governo-contabiliza-1-000-operacoes-na-terra-yanomami/
 
 
 

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sábado, 20 de julho de 2024

Lula se reúne com representantes de movimentos sociais em São Paulo e ouve pedidos de mais diálogo com organizações

Política

Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, relatou que Lula instou os movimentos a se manterem firmes na defesa da democracia

Matéria Agenda do Poder | Escrito por César Fernandes | 19 de julho de 2024 – 22:08

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O presidente Lula (PT) esteve reunido nesta sexta-feira (19) com representantes de 70 movimentos sociais em São Paulo, ouvindo apelos por maior diálogo com essas organizações. O encontro, realizado no Armazém do Campo, estabelecimento administrado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MTST), durou cerca de três horas e contou com a presença de vários ministros, incluindo Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Laércio Portela (Comunicação Social), além da primeira-dama Janja e da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Segundo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT), que participou do encontro, o governo se comprometeu a atender às demandas de mais diálogo. Macêdo mencionou que o presidente Lula instou os movimentos a se manterem firmes na defesa da democracia, destacando o papel crucial dessas organizações durante a Operação Lava Jato e na eleição de 2022.

Fernando Haddad fez uma detalhada explanação sobre a política econômica, com o objetivo de esclarecer e obter a compreensão dos movimentos sobre as ações do governo nessa área. O coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, mencionou que os movimentos solicitaram reuniões regulares com ministros para tratar de temas específicos e encontros periódicos com Lula.

Macêdo afirmou que o governo analisará os pedidos, garantindo que o Palácio do Planalto está aberto à participação dos movimentos em diversos fóruns oficiais. Juvandia Moreira, vice-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), destacou a importância do diálogo direto com o presidente, algo considerado impossível durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Lula, ao chegar ao Armazém do Campo, visitou o local e conheceu produtos da agricultura familiar e de assentamentos do MST. A reunião foi fechada para a imprensa, mas apoiadores se reuniram do lado de fora na esperança de ver o presidente. A reunião, em um auditório no piso superior, foi fechada. Apoiadores se reuniram do lado de fora, na esperança de ver o presidente.

Com informações da Folha de S. Paulo.


Lula se reúne com representantes de movimentos sociais em São Paulo e ouve pedidos de mais diálogo com organizações – Agenda do Poder

 

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Consignado tem 53 correspondentes e 6 agentes suspensos

Dados da Febraban e da ABBC sobre sanções por irregularidades na concessão de crédito consignado apontam que, em abril, 9 empresas foram advertidas ou suspensas e 29 agentes de crédito pontuados
 
Matéria Telesintese Redação DMI | 19 de julho de 2024 | 12:13



No mês de abril, nove correspondentes bancários sofreram medidas administrativas por causa de irregularidades na concessão de crédito consignado. Entre as medidas aplicadas, cinco foram advertências e quatro suspensões temporárias da autorização de conceder esse tipo de crédito.

Os dados, divulgados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) nesta sexta-feira, 19 de julho, mostram ainda que 29 agentes de crédito, profissionais autorizados a conceder esse tipo de empréstimo em nome de uma instituição financeira, também foram pontuados devido a irregularidades.

A aplicação das medidas faz parte da autorregulação do crédito consignado, que reúne um conjunto de regras que tem o objetivo de proteger os direitos dos consumidores. De acordo com a Febraban e a ABBC, o acompanhamento e a aferição das ações irregulares são feitos por várias fontes de informação, que refletem as reclamações dos consumidores. Desde março de 2020, quando entrou em vigência a autorregulação do consignado, 1340 medidas já foram aplicadas.

As infrações podem acarretar multas às instituições financeiras que caíram de R$ 45 mil a R$ 1 milhão. Atualmente, 64 instituições financeiras, que representam cerca de 99% do volume total da carteira de crédito consignado no país, participam da autorregulação do serviço.

As empresas que atuam como correspondentes ou os agentes de crédito suspensos podem ficar até 12 meses impedidos de atuar em nome das instituições financeiras autorreguladas. Segundo dados das duas instituições, atualmente, 53 empresas estão suspensas, além de seis agentes de crédito.

“Os bancos seguem rigorosos ao cumprimento das regras da Autorregulação, punindo e suspendendo a atuação dos maus profissionais que operam com o crédito consignado”, afirma Isaac Sidney, presidente da Febraban.

“Essa é uma ferramenta poderosa que as entidades de classe podem utilizar para combater práticas abusivas e preservar a credibilidade de uma das modalidades de crédito mais relevantes do mercado”, afirmou a presidente da ABBC, Sílvia Scorsato. (Com assessoria de imprensa)
 

 
https://telesintese.com.br/consigado-tem-53-correspondentes-e-6-agentes-suspensos/?utm_campaign=plant-o-tele-s-ntese&utm_edition=202407201233&utm_medium=email&utm_source=newsletter 
 
 

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sexta-feira, 19 de julho de 2024

Éder Mauro manda R$ 5 milhões a cidade onde comprou fazenda


VERBAS TURBINADAS

Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que o deputado federal bolsonarista Éder Mauro destinou R$ 5 milhões em verbas para Bujaru, no nordeste do Pará, onde comprou fazenda com tamanho equivalente a 335 campos de futebol.

terça-feira, 09/07/2024, 10:26 | - Atualizado 09/07/2024, 11:48- Autor: DOL - Fonte: Folha de S.Paulo 

Éder Mauro destinou verbas de emendas parlamentares para beneficiar localidade na região onde comprou fazenda no interior do Pará | Reprodução/Agência Câmara
 

O deputado federal Éder Mauro (PL-PA) é amplamente conhecido pelas diversas polêmicas em que seu nome sempre está envolvido. A mais recente delas ocorreu nas dependências do Congresso Nacional, quando o parlamentar e demais bolsonaristas partiram para cima do também deputado André Janones (Avante-MG) durante uma sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, em junho.

Já nesta semana, o nome de Éder Mauro está novamente envolvido em mais uma situação polêmica. Uma matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo revelou que o deputado paraense mandou, ao menos, R$ 5 milhões para Bujaru, cidade do nordeste do Pará onde o parlamentar comprou uma fazenda com tamanho equivalente a 335 campos de futebol.

A reportagem assinada pelo jornalista Ranier Bragon traz, ainda, detalhes sobre onde parte destes recursos foi aplicada: na região próxima à fazenda de posse do próprio deputado Éder Mauro, que é pré-candidato a prefeito de Belém nas Eleições de 2024.

Segundo a matéria da Folha, Éder Mauro adquiriu a fazenda "Benção Divinal" em 2020, mas, desde 2016, já destinou ao menos R$ 5 milhões para a cidade de Bujaru, onde a propriedade está localizada.

A fazenda "Benção Divinal", inclusive, é alvo de investigação da Polícia Civil do Pará. Isso porque a negociação anterior de transferência de posse da propriedade está envolta em suspeitas. A PC apontou uma possível falsificação de documentos na negociação anterior à de Éder Mauro, o que inclui a assinatura de uma idosa que morreu 15 anos antes.

EMENDAS

De acordo com o levantamento feito pela Folha, uma das emendas parlamentares de Éder Mauro direcionadas a Bujaru, no valor de R$ 1 milhão, objetivava a recuperação de estradas vicinais de acesso aos projetos de assentamentos do município paraense.

Bujaru possui, em seu território de cerca de 1.000 km², seis assentamentos. Apesar disso, a emenda resultou em um convênio voltado especificamente à recuperação de 26 quilômetros de estradas vicinais em torno do Projeto de Assentamento Itapeva, que fica, justamente, próximo à fazenda de Éder Mauro.

Ainda de acordo com a Folha, a propriedade do deputado federal, cuja entrada está localizada na rodovia PA-140, está distante cerca de seis quilômetros do local de início das obras.

A Folha de S.Paulo procurou o deputado Éder Mauro e sua assessoria de comunicação, mas ambas não se pronunciaram ao jornal sobre o assunto e optaram pelo silêncio.



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Congresso Nacional   Éder Mauro   eleições 2024 emendas parlamentares   investigação policial política 


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Pastor de Tucuruí que associou o autismo a “visita do diabo” é investigado pelo MP


Líder religioso usou discurso discriminatório em relação às pessoas com TEA e caso teve repercussão nacional 





O pastor Washington Almeida, da Assembleia de Deus em Tucuruí, no Pará, causou polêmica ao relacionar o Transtorno do Espectro Autista (TEA) a ações demoníacas. Durante a pregação, o pastor afirmou que “o diabo está visitando ventres”, e que “as crianças hoje, de cada 100, temos quase que 30% de autistas, em vários graus. O que está acontecendo? O diabo está visitando o ventre das desprotegidas. Daqueles que não têm a graça, a habilidade, a instrumentalidade e a mentalidade para saber lidar no mundo espiritual. E ele só procura os vulneráveis, os desassistidos”.

O Ministério Público do Estado do Pará registrou notícia de fato e apura, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tucuruí, o caso de discurso discriminatório de líder religioso em relação às pessoas com TEA. O fato ocorreu no último dia 12 de julho, durante a celebração de 90 anos da Assembleia de Deus no município.

O MPPA Informa que tem um Inquérito Policial (IPL) sobre o caso do pastor após falas capacitistas em uma pregação. O caso já está sendo diligenciando para a reparação do dano causado pela fala discriminatória e capacitista do pastor.

Assim que tomou conhecimento do fato no dia 17 de julho, para fins de instrução da notícia de fato, foi realizada reunião na Promotoria de Justiça de Tucuruí com mães, pais e familiares de pessoas com espectro autista. Na ocasião, foram repassadas informações, esclarecimentos e sugestões ao representante do Ministério Público. Uma nova reunião foi agendada para o dia 19 de julho, às 12h, no mesmo local.

No vídeo que circulou pela rede mundial de computadores o pastor proferiu um discurso que demonstra insensibilidade, despreparo e ignorância em relação às pessoas com TEA e suas famílias, em especial suas mães. O fato gerou indignação pela prática de capacitismo contra a pessoa com autismo, por disseminar desinformação na sociedade a respeito do que constitui o TEA, em desrespeito ao estabelecido no Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei 13.146/2015.

Sobre esse caso, em nota assinada pelo seu presidente, procurador de Justiça Waldir Macieira, a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Idosos – AMPID repudiou o discurso discriminatório do pastor.

O TEA é considerado uma condição de neurodesenvolvimento, de início precoce, caracterizado por déficits persistentes na comunicação e na interação social, associados a padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades, diz a nota da Ampid.

A 2ª Promotoria de Justiça de Tucuruí já soliciitou a juntada ao procedimento das mídias do vídeo com as falas do pastor durante o evento realizado e do vídeo por ele gravado posteriormente à repercussão da pregação – no qual declara ter sido infeliz em sua fala durante o evento -, nota de esclarecimento da diretoria da Assembleia de Deus de Tucuruí, divulgada no dia 16/07/2024, e print de tela comprovando a grande repercussão das falas do líder religioso.

Foi também contatado pelo MPPA o delegado de polícia civil João Paulo Benevenuto Machado, diretor da Delegacia Seccional de Tucuruí, que informou que já existe inquérito policial instaurado para investigação dos fatos.

OBRA TAMBÉM CRITICA

Diante das declarações preconceituosas e desinformativas, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará (OAB-PA), por meio da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Autismo e da Comissão de Proteção aos Direitos das Pessoas com Deficiência, se manifestou publicamente por meio de uma nota de repúdio.

Na nota, a OAB-PA destaca que tais declarações demonstram profunda ignorância, desinformação e preconceito sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O autismo é uma condição neurológica reconhecida pela comunidade médica e científica, e deve ser tratada com respeito, empatia e compreensão. Atribuir características demoníacas a uma condição de saúde é não só desrespeitoso, mas também irresponsável e perigoso, pois perpetua a desinformação e o estigma social”, diz trecho da nota.

A Ordem destacou ainda que repudia qualquer discurso que propague o ódio, a ignorância e a discriminação contra pessoas autistas. “É fundamental que líderes religiosos e figuras públicas utilizem suas plataformas para promover a inclusão, o respeito e o conhecimento sobre o autismo”, enfatizou a OAB-PA. 
 
 

https://www.zedudu.com.br/pastor-de-tucurui-que-associou-o-autismo-a-visita-do-diabo-e-investigado-pelo-mp/
 
 
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Imagens inéditas registram na Amazônia maior povo indígena isolado do mundo

Os mashco piro habitam a fronteira entre o Peru e o Brasil 

Matéria do Agenda do Poder | Escrito por Carter Anderson | Geral |18 de julho de 2024 – 17:40

Foto Ilustração






 

Nesta quinta-feira (18), foram divulgadas imagens inéditas que mostram dezenas de indígenas da comunidade isolada mashco piro vagando pelas margens do rio Las Piedras, no sudeste do Peru.

Os mashco piro, reconhecidos como a maior comunidade indígena isolada do mundo, habitam a fronteira entre o Peru e o Brasil, na Floresta Amazônica.

A presença de aproximadamente 50 indivíduos nas margens do rio, um local frequentado por outras comunidades, chamou a atenção de organizações dedicadas aos direitos indígenas na região.

Teresa Mayo, porta-voz da ONG Survival International, que divulgou as imagens, explicou à BBC que esse comportamento é muito “incomum”. “Não é comum que tantos se reúnam. Todos os que aparecem nas imagens são homens, por isso presumimos que saíram em busca de comida”, afirmou Mayo.

Com informações da BBC

 

Imagens inéditas registram na Amazônia maior povo indígena isolado do mundo 

 

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quinta-feira, 18 de julho de 2024

Alright promove live sobre desafios e soluções para novas tecnologias

 Encontro virtual 'Transformando veículos de notícias em negócios digitais' aconteceu na manhã desta quinta-feira 18/07/2024 11:00 

A live falou sobre as transformações e explorar como elas impactarão o futuro do Jornalismo Digital - Crédito: Reprodução


A Alright, em parceria com a Fast Company Brasil, promoveu a live 'Transformando veículos de notícias em negócios digitais', na manhã desta quinta-feira, 18. O debate foi realizado no canal do YouTube da startup com o objetivo de apresentar os principais desafios e as possíveis soluções em relação às novas tecnologias. O encontro virtual contou com a presença da jornalista Maria Luiza Borges; do fundador da Fast Company Brasil, Marcelo Lobianco; do diretor de Transformação do SBT, Roberto Grosman; do jornalista Marcelo Pimenta; e do fundador da Alright, Domingos Secco.

O encontro virtual tratou, ainda, sobre as transformações e como elas impactarão o futuro do Jornalismo Digital. Além disso, foram analisados os principais caminhos rumo à mudança e inovação dos veículos de Comunicação. A live reuniu editores, jornalistas, publicitários, anunciantes, estudantes, empresas e pessoas interessadas no assunto.

Temas debatidos

O principal tópico debatido durante a live foi a busca por solução frente às ondas de mudança que aconteceram nos últimos anos no mundo digital. Também, foi discutido sobre as assistentes de áudio, tráfego orgânico, replanejamento das estratégias de SEO, anúncios on-line, entre outros. Ainda, falou-se sobre as principais estratégias, de forma prática, para que jornalistas, editores e outros profissionais da Comunicação possam inovar e transformar veículos de notícias em negócios digitais mais prósperos.
 



CIA e Departamento de Estado estão entre os órgãos dos EUA que monitoraram Lula

 

Foram identificados 613 documentos produzidos pela CIA, 111 pelo Departamento de Estado, além de outras dezenas feitos por diversas agências


Matéria 247 |18 de julho de 2024, 11:24h | Atualizado em 18 de julho de 2024, 11:42 h

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

247 - A Agência de Inteligência dos Estado Unidos (CIA) e o Departamento de Estado foram os maiores responsáveis pela produção de documentos dos diferentes órgãos do governo estadunidense que monitoraram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por mais de cinco décadas. O monitoramento foi divulgado pelo jornalista e escritor Fernando Morais, biógrafo do presidente Lula, por meio de pedidos protocolados em 2019 e que, segundo a Folha de S. Paulo, abrangem o período de 1966 a 2019.

Ao todo foram produzidos 819 documentos, totalizando 3.300 páginas de registros. Até agora, foram identificados 613 documentos produzidos pela CIA, 111 pelo Departamento de Estado, 49 pela Agência de Inteligência da Defesa, 27 pelo Departamento de Defesa, além de 8 do Exército Sul dos EUA e 1 do Comando Cibernético do Exército. Ainda se aguardam respostas do FBI, NSA [Agência de Segurança Nacional] e da Rede de Combate a Crimes Financeiros (FinCEN). O prazo para resposta é de 20 dias úteis, prorrogáveis por mais 20, para informar se os dados serão fornecidos.

Os documentos detalham, entre outros aspectos, a relação de Lula com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), com autoridades do Oriente Médio e da China, além de planos militares brasileiros e dados sobre a produção da Petrobras. Os registros cobrem desde a ascensão de Lula no movimento sindical durante a ditadura militar até pouco após sua prisão injusta em 2018. Em 2013, o ex-analista da NSA Edward Snowden revelou documentos da agência indicando que a então presidente Dilma Rousseff e a Petrobras foram espionadas pelos órgãos de inteligência dos EUA.

Apesar do vasto acervo, Morais ainda não teve acesso à íntegra dos documentos e não há informações colhidas no atual mandato de Lula, iniciado em 2023. "Sabemos que o governo norte-americano analisou de perto o cenário político brasileiro nas últimas décadas, e o Lula é um dos personagens mais marcantes e importantes da história da América Latina", disse Morais. Ele ressaltou estar ciente de que o governo dos EUA pode vetar trechos que considera arriscados para a segurança do Estado.

Lançado em 2021, o primeiro volume da biografia de Lula, escrito por Morais, deve ganhar um segundo volume, atualmente em produção, que incluirá as novas informações obtidas dos registros estadunidenses.

 



https://www.brasil247.com/brasil/cia-e-departamento-de-estado-estao-entre-os-orgaos-dos-eua-que-monitoraram-lula?utm_source=mailerlite&utm_medium=email&utm_campaign=boa_tarde_name_as_principais_noticias_desta_tarde_no_brasil_247&utm_term=2024-07-18 

 

 


Guerrilha do Araguaia: Por justiça, ainda que tardia

 GUERRILHA DO ARAGUAIA

Foram dez mil soldados contra 69 guerrilheiros no segundo maior deslocamento militar da história do Brasil. Camponeses, até hoje, vivem a cultura do medo. Dez anos após o fim da Comissão Nacional da Verdade, “pacto de anistia” ainda persiste

A Comissão Nacional da Verdade

Em 2024, completam-se 10 anos da publicação do relatório final (Brasil, 2014a, 2014b) e da extinção da Comissão Nacional da Verdade (CNV). É essencial, então, revisitar essa comissão para entender qual era a sua finalidade e o que trouxe de mudanças anos depois. Instalada em 2012 a partir da Lei nº 12.528, de 18 de novembro de 2011, veio somente com a presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT). Sabendo que a comissão atrelada à legislação é uma vantagem, tinha como objetivo “efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional” (Brasil, 2011, online) na esteira da justiça de transição. Desde já, problemas aparecem.

Para começar, a lei delimita o período de investigação de violações de direitos humanos de 1946 a 1988, o que corresponde a 42 anos. A Ditadura Militar, porém, durou 21 anos, com seu início no golpe de 1964 e seu fim por meio da eleição presidencial indireta (via Colégio Eleitoral) de 1985. Trata-se de uma ambiguidade que amplia demasiadamente os anos de estudo. Conforme questionam Teles e Quinalha (2020, p. 47), “a ditadura não foi de 1964 a 1985 (ou 1988, se a referência for a nova Constituição; ou, ainda, 1989, se for a primeira eleição direta para presidente)? Então, quais violações de direitos humanos serão examinadas e esclarecidas a partir de 1946?”. Somando-se a isso, teve um curto intervalo para levantar e esclarecer os fatos, pois esteve ativa nos anos de 2012, 2013 e 2014, dissolvendo-se em 16 de dezembro de 2014, momento pós-eleitoral no qual Dilma já havia sido reeleita.

A despeito das comissões anteriores – como a Comissão de Anistia e a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos -, nenhuma delas conseguiu cumprir os quatro requisitos da justiça de transição, delineados por Teles e Quinalha (2020). Segundo os autores, as quatro ideias centrais em tal discurso são: 1) direito à reparação (pecuniária ou simbólica, individual ou coletiva); 2) direito à memória (esclarecimento dos fatos e homenagem aos perseguidos); 3) direito à verdade (acesso às informações dos arquivos da repressão); e 4) direito à justiça (investigação dos fatos e responsabilização jurídica/penal daqueles que violaram os direitos humanos). Embora a CNV seja a mais avançada, esclareceu, mas não puniu. No parágrafo 4º do artigo 4º da Lei nº 12.528, lê-se: “as atividades da Comissão Nacional da Verdade não terão caráter jurisdicional ou persecutório” (Brasil, 2011, online). O “valor legal do Relatório” (Weichert, 2014, p. 124) é significativo, mas não é suficiente para responsabilizar os torturadores, não deixando de apagar os fantasmas que perduram desde os anos 1980.

Além da falha justiça de transição brasileira, marcada pela Lei nº 6.683 – a famosa Lei da Anistia, de 28 de agosto de 1979 (Brasil, 1979) -, a própria CNV vem depois de um considerável hiato temporal. O intervalo entre o fim da ditadura e a instalação de uma comissão da verdade é gritante. São 48 anos depois do golpe de 1964 e 27 anos depois da eleição presidencial indireta de 1985. De fato, a redemocratização brasileira se deu sob tutela militar. Apesar de ser uma empreitada fundamental e indispensável, a CNV não enfrentou todos os problemas da transição, cujo exemplo máximo se manifesta na repressão à Guerrilha do Araguaia. 10 anos depois da CNV e 50 anos depois do extermínio perpetrado contra os guerrilheiros do Araguaia, há muito a ser descoberto.

Os problemas da transição no Brasil

Obviamente, a Lei da Anistia tem uma face positiva no que concerne à volta de exilados e ao perdão político de civis. Contudo, funcionou mais para os militares. Os civis já haviam sido punidos pelo Estado; os que estavam ao lado da repressão, não. O pacto trazido pela anistia “ampla, geral e irrestrita” privilegiou os torturadores. Em uma redemocratização negociada, nenhum torturador foi punido e os perpetradores de violações aos direitos humanos foram perdoados (Teles; Quinalha, 2020). Para Teles (2020, p. 243), “a lei [de 1979] foi considerada ‘recíproca’, equiparando a violência da tortura praticada pelos agentes do Estado à violência dos opositores da ditadura. Restrita e parcial, ela permitiu o retorno da maioria dos exilados ao Brasil. (…) A interpretação hegemônica da lei protege os agentes do Estado”.

Se os agentes do Estado foram protegidos, os responsáveis não foram punidos ou presos. No Brasil, o direito à reparação, nítido com indenizações pecuniárias, está presente, mas esse é não mais que um dos quatro elementos para efetivar uma justiça de transição, que aparece tardiamente no país. Ao englobar “crimes políticos ou conexo com estes” (Brasil, 1979, online) de 02 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979, surgia, entre o alto escalão das Forças Armadas que retirou João Goulart à força, um pacto de esquecimento e impunidade para um período de terror de Estado.

Para muitos militares, o que tinha a ser cicatrizado se cicatrizou com a Lei da Anistia. A CNV foi lida como uma ofensiva revanchista; apologistas da ditadura entenderam a CNV como uma vingança que entrava em conflito com a lei de 1979. Na verdade, ninguém foi punido no início dos anos 2010 – e o direito à justiça continua a ser deixado de lado. Para piorar a situação, Teles (2020) comenta uma provável subnotificação das vítimas fatais reconhecidas pelo Estado brasileiro. O relatório final da CNV (Brasil, 2014a, 2014b) reconhece 434 casos de morte; a Comissão Camponesa da Verdade (2014), criada em 2012 por movimentos sociais com a finalidade de pressionar a comissão atrelada à Casa Civil, denuncia a morte de 1.196 camponeses (e exclusivamente camponeses!) entre 1961 e 1988. Nesse sentido, olhar para o caso da Guerrilha do Araguaia é primordial.

A Guerrilha do Araguaia

Visto que a transição brasileira, durante a segunda metade da década de 1980, foi caracterizada pelo silenciamento e pela proteção aos torturadores, o combate à Guerrilha do Araguaia, empregado conjuntamente pelas Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e pelas polícias militares dos estados do Pará, Maranhão e Goiás (pois, até então, Tocantins não era um estado independente), é parte central para se entender as continuidades e as mudanças. De acordo com Campos Filho (2012, 2014) e Peixoto (2014), há uma guerra que continua depois do extermínio da guerrilha e depois do fim da Ditadura Militar, assustadora por afetar camponeses e indígenas diante da militarização da questão agrária. Ademais, em 2010, no caso Gomes Lund e outros versus Brasil, julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos, o próprio Estado brasileiro “foi considerado responsável pelo desaparecimento forçado de 70 pessoas,
entre as quais membros do PCdoB [Partido Comunista do Brasil, que optou pelo caminho da guerrilha rural, nos moldes do maoísmo] e camponeses da região da guerrilha do Araguaia” (Bernardi, 2017, p. 66).

Cinco décadas após os massacres de dezenas de guerrilheiros, o efetivo empregado para derrotar os pecedobistas continua a ser o maior deslocamento militar no interior na história do Brasil (Campos Filho, 2012; Maciel, 2014). Em números, perde somente para o efetivo do Brasil na Segunda Guerra Mundial, o qual teve mais de 25 mil homens na Força Expedicionária Brasileira. Enquanto o relatório final da CNV (Brasil, 2014a) e Martins (1985, 1986) reconhecem 10 mil soldados no combate aos guerrilheiros, Oliveira (1988) levanta uma quantia que chega na casa dos 20 mil. Segundo o autor, é justamente pela queima de arquivos, decorrentes da Operação Limpeza de 1975 (Campos Filho, 2012, 2014), que o número seria o dobro do divulgado pela CNV.

De qualquer maneira, a desproporcionalidade é colossal. Conforme se constata no relatório (Brasil, 2014a), as Forças Guerrilheiras do Araguaia totalizavam 69 homens e mulheres, divididos em três destacamentos (A, B e C) com 22 pessoas cada, que respondiam à Comissão Militar. 69 guerrilheiros enfrentaram, em três anos de conflito (1972, 1973 e 1974), 20 mil soldados. A média chegava a quase 300 membros das Forças Armadas e das polícias militares para 1 guerrilheiro. Foi, realmente, um extermínio. A Ditadura Militar buscava que não fossem deixados sobreviventes e que as notícias não se espalhassem.

Para entender esse movimento, as datas são cruciais. Os “paulistas” (como eram conhecidos os comunistas) chegaram no Sul do Pará em 1966. Os militares os encontraram 6 anos depois, no dia 12 de abril de 1972. Nesse ínterim, mesmo sem começar a fase de politização e propaganda, os guerrilheiros conseguiram certo apoio, pautado principalmente pelas relações de solidariedade e trocas diárias que construíram em meia década. Para combatê-los, as Forças Armadas começaram a insultá-los de “terroristas”. Após duas campanhas fracassadas, os militares partiram para a Operação Marajoara, Terceira Campanha, “operação de caça que buscava a eliminação total da guerrilha” (Brasil, 2014a, p. 691). Como escreve Peixoto (2014), a derrota da guerrilha passou por uma caçada humana que envolveu execuções sumárias, torturas e decapitações. A violência foi tamanha que corpos foram encontrados sem cabeças (Brasil, 2014a, p. 710), algo reconhecido e que consta entre os documentos da comissão.

No relatório final da CNV, dois capítulos abordam a Guerrilha do Araguaia. No volume 1, o capítulo 14 versa especificamente sobre tal episódio (Brasil, 2014a); no volume 2, uma seção é destinada à guerrilha dentro do texto 3, referente às violações de direitos humanos de camponeses (Brasil, 2014b). Isso ocorre porque houve adesão camponesa à luta armada proposta pelo PCdoB. Em 1973, 29 camponeses foram recrutados e passaram a integrar as Forças Guerrilheiras do Araguaia (Brasil, 2014b). Outrossim, os militares também reprimiram camponeses: foi identificada a presença de mão de obra qualificada para tortura, isto é, militares formados em “turmas de interrogatório” (Brasil, 2014a, p. 696). Para se ter uma dimensão da violência empregada, instituiu-se uma cultura de medo e de silenciamento entre os moradores da região.

As permanências da Ditadura Militar 60 anos depois do golpe

Não é hiperbólico afirmar que as heranças da ditadura são sentidas até hoje. 60 anos depois do golpe de 1964, 50 anos depois da Terceira Campanha e 10 anos depois da extinção da CNV, o negacionismo perpetua. Poucos anos depois da Lei nº 12.528, o cenário mudou brutalmente. Em 2011, Dilma estava no seu primeiro mandato; em 2014, é reeleita e, nas semanas seguintes, a CNV divulga seus três volumes de relatórios finais; em 2016, é deposta; em 2018, Jair Messias Bolsonaro é eleito.

Uma camada dos militares – que, erroneamente, entendia o golpe como uma “contrarrevolução” – sentiu-se atacada pela CNV, afinal o conluio interno e o acobertamento das Forças Armadas seriam, inevitavelmente, minados em prol do direito à verdade com o esclarecimento dos fatos e o acesso às informações dos arquivos da repressão. Já na votação da lei de 2011, Jair Bolsonaro, então deputado federal pelo Progressistas (PP), clamava que a CNV iria apunhalar as Forças Armadas em uma posição claramente negacionista (Almada, 2021). Em 2016, em outra votação de suma importância para cravar o destino do Brasil, abraçava outra polêmica.

Durante o impeachment de Dilma, o mesmo Jair Bolsonaro, desta vez deputado federal pelo Partido Social Cristão (PSC), homenageou, em seu voto, um comandante do DOI-CODI com envolvimento em prisões de opositores que resistiam à ditadura durante os anos de chumbo. Em sua fala, disse: “pela memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff” (Poder360, 2021). Depois de sair impune do plenário, veio a se tornar o chefe do Executivo na eleição presidencial seguinte. O resultado da eleição de 2018 é, acima de tudo, a marca da volta dos militares com Bolsonaro, que, proporcionalmente, compôs seus ministérios com uma participação relativa das Forças Armadas superior ao período de 1964 a 1985 (Fuccille, 2021).

Vê-se, portanto, que a Lei da Anistia privilegiou os golpistas. Apologias feitas no Congresso Nacional não renderam punições – e o problema vai além. Quando estava no Palácio do Planalto, Bolsonaro recebeu, em 2020, Sebastião Rodrigues de Moura, conhecido como Major Curió ou Doutor Luchini, e o tratou como “herói do Brasil” (Brasil de Fato, 2023; Castilhos; Matoso, 2020; Estado de Minas, 2023). Curió é um dos responsáveis pela repressão à Guerrilha do Araguaia e é citado nominalmente no relatório final da CNV como um dos líderes da Casa Azul, “centro clandestino de tortura” (Brasil, 2014a, p. 694) na sede do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, no município de Marabá-PA. Infelizmente, não é um acidente de percurso: enquanto ainda era deputado federal, Jair Bolsonaro se posicionava sobre a busca dos desaparecidos políticos da Guerrilha do Araguaia e afirmava que “quem procura osso é cachorro”.

Em 10 anos, o que, de tão profundo, mudou?

De 2014 para cá, retrocessos sociais enormes são sentidos, intensificando-se a partir daquilo que sabemos que ocorreu em 2016.

Uma coisa é certa: apesar das críticas feitas à CNV, é uma ação fundamental, posto que o paradeiro de muitos dos que ousaram lutar ainda não foi revelado, divulgado ou desvelado.

A CNV pode ter sido tardia e com funções tímidas, sem possibilidades de responsabilizar penalmente os torturadores mencionados nas 3.388 páginas que compõem os três volumes do relatório final, mas foi um passo adiante para tentar consolidar uma justiça de transição brasileira, carente, defeituosa e incompleta. Tal déficit passa, inegavelmente, pela Lei da Anistia.

A redemocratização pós-1985 foi altamente judicializada, protegeu torturadores, silenciou torturados, não teve punições e trouxe reparações discretas. Aqueles que violaram os direitos humanos em sessões de tortura morreram impunes, de velhice e com aposentadorias pomposas.

Em 2018, com menos de quatro anos completos depois da publicação do relatório final da CNV, simpatizantes da repressão já iam às ruas clamando por uma intervenção militar e por um novo Ato Institucional nº 5 para fechar o Congresso e suspender a garantia do habeas corpus, abrindo caminho para a perseguição de dissidentes. Com isso, vê-se, a despeito da subnotificação de vítimas fatais, do hiato temporal e do debate focado no âmbito legislativo (que deixou movimentos de familiares de desaparecidos políticos em segundo plano), a urgência de retomarmos e reavermos a CNV e seus resultados.

Para além dos relatórios, é imprescindível, paralelamente, relembrar a perseguição à Guerrilha do Araguaia. A Terceira Campanha foi uma caça, um massacre e um extermínio extrajudicial em que milhares (10 a 20 mil) mataram e apagaram os rastros de dezenas (69 membros do PCdoB e 29 camponeses que aderiram à luta armada). As consequências são sentidas até a atualidade, pois os locais também sofreram com os efeitos da repressão.

10 anos depois da CNV e 50 anos depois do extermínio contra os guerrilheiros do Araguaia, a ditadura ainda não foi totalmente vencida. Há um pacto de anistia que ainda permanece enquanto um obstáculo e favorece a manutenção da impunidade.


Referências:

ALMADA, Pablo Emanuel Romero. O negacionismo na oposição de Jair Bolsonaro à Comissão Nacional da Verdade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 36, n. 106, p. 1-21, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/3610608/2021. Acesso em: 30 jun. 2024.

BERNARDI, Bruno Boti. O Sistema Interamericano de Direitos Humanos e o caso da guerrilha do Araguaia: impactos no Brasil. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 22, p. 49-92, jan./abr. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcpol/a/3FYVrw4jYkhyKRxkgnnLWnd/?lang=pt. Acesso em: 30 jun. 2024.

BRASIL. Lei nº 6.683, de 28 de agosto de 1979. Concede anistia e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 28 ago. 1979. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6683.htm. Acesso em: 30 jun. 2024.

BRASIL. Lei n° 12.528, de 18 de novembro de 2011. Cria a Comissão Nacional da Verdade no âmbito da Casa Civil da Presidência da República. Diário Oficial da União, Brasília, 18 nov. 2011. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12528.htm. Acesso em: 28 jun. 2024.

BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório / Comissão Nacional da Verdade (v. 1). Brasília: CNV, 2014a. Disponível em: http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/images/pdf/relatorio/volume_1_digital.pdf. Acesso em: 08 fev. 2024.

BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório / Comissão Nacional da Verdade (v. 2). Brasília: CNV, 2014b. Disponível em: http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/images/pdf/relatorio/volume_2_digital.pdf. Acesso em: 08 fev. 2024.

CAMPOS FILHO, Romualdo Pessoa. Araguaia: depois da guerrilha, outra guerra – a luta pela terra no Sul do Pará, impregnada pela ideologia da Segurança Nacional (1975-2000). São Paulo: Fundação Maurício Grabois co-edição com a Editora Anita Garibaldi, 2014.

CAMPOS FILHO, Romualdo Pessoa. Guerrilha do Araguaia: a esquerda em armas. São Paulo: Anita Garibaldi, 2012.

CASTILHOS, Roniara; MATOSO, Filipe. Bolsonaro recebe Major Curió, que comandou repressão à Guerrilha do Araguaia durante a ditadura. G1, Brasília, 04 mai. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/05/04/bolsonaro-recebe-major-curio-que-comandou-repressao-a-guerrilha-do-araguaia-durante-a-ditadura.ghtml. Acesso em: 15 jul. 2024.

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