POLÍTICA
O Executivo Federal desembolsou R$ 3,59 por máscaras do tipo PFF2, considerada uma das melhores, e R$ 8,65 por unidade do equipamento inadequado
Metropoles Da Redação | 29/08/2021 12:57,atualizado 29/08/2021 14:11
Em meio à pandemia de Covid-19, o governo pagou R$ 3,59 por máscaras do tipo PFF2, considerado um dos melhores modelos para proteção contra vírus, e R$ 8,65 por unidade de uma máscara que acabou escanteada por ser imprópria a profissionais de saúde. O contrato de menor valor teria sido ocultado do Ministério Público Federal (MPF) para esconder a informação de que havia sido pago mais do que o dobro do preço pelo equipamento de proteção inadequado. A notícia é do jornal Folha de S. Paulo.
As duas compras foram feitas com dispensa de licitação, no começo da pandemia da Covid, em 2020. A informação só foi fornecida após insistência do MPF. Agora, a Procuradoria da República investiga irregularidades na aquisição de equipamentos de proteção impróprios, do tipo KN95, de fabricação chinesa.
O então secretário-executivo do ministério, coronel do Exército Élcio Franco, e o então diretor do Departamento de Logística em Saúde, Roberto Ferreira Dias, foram cobrados por procuradores a entregar a relação de todos os contratos de compra de máscaras feitos pelo ministério durante a pandemia.
Dias assina esses contratos. Ele foi demitido do ministério após um atravessador de vacinas inexistentes denunciar uma cobrança de propina pelo diretor no valor de US$ 1 por dose.
Franco está abrigado em um cargo na Casa Civil da Presidência. O coronel e Dias são investigados pela CPI da Covid no Senado.
Em pelo menos três ocasiões, Dias teria escondido a existência do contrato com a 3M, omitindo da tabela de contratos informada ao MPF qualquer menção à compra feita ainda no começo da pandemia.
O único contrato referente a máscaras do tipo N95 —KN95 e PFF2 são associadas a esse modelo— que aparece nas tabelas é o da aquisição do produto suspeito.
Diante da impossibilidade de uso por profissionais de saúde, os equipamentos de proteção ficaram parados em galpões nos estados e acabaram sendo destinados para uso por pessoas fora de ambientes hospitalares.
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