O Pará é o segundo estado com maior número de cavernas conhecidas
Zé Dudu | Publicado em 28/05/2024 | às 09:41
No Brasil existem cerca de 23 mil cavernas cadastradas, mas este número pode chegar a mais de 100 mil. Nesse contexto, o Pará é o segundo Estado em número de cavernas. Para explorar toda essa riqueza de forma científica, foi criada em Marabá a 1ª Especialização em Patrimônio Espeleológico do Brasil, graças a uma parceria entre a Universidade de Passo Fundo (RS) e a Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM). E a partir desta semana, uma turma de 20 pesquisadores vai percorrer as cavernas da Serra das Andorinhas, para fazer as aulas práticas do curso.
A Espeleologia, que, grosso modo, é o estudo das cavernas, é uma ciência cada vez mais integrada à diversas atividades econômicas, sobretudo em áreas de mineração e de infraestrutura, como o sudeste do Pará. Quem afirma é o biólogo Maricélio Guimarães, que atua na Casa da Cultura, a partir do Núcleo Espeleológico de Marabá.
“Todo empreendimento, seja uma ferrovia, rodovia ou mineração, para ser instalado, precisa de um processo de licenciamento ambiental. Dentro desse processo, uma das exigências é se conhecer o patrimônio espeleológico, que são as cavernas da região”, explica o professor da especialização, ao acrescentar que toda a logística e na forma de instalação do empreendimento devem ser norteados pela relevância das cavernas.
Já o geólogo Luiz Paulo Fragomeni, estudante da Especialização em Patrimônio Espeleológico, observa que as cavernas são ambientes especiais que abrigam espécies de vida que só conseguem se manter ali. Além disso, a água de muitos municípios tem como nascentes justamente esses ambientes subterrâneos. “Proteger as cavernas é proteger a própria população”, explica.
Por sua vez, a historiadora Jacqueline Ahlert, da Universidade de Passo fundo, coordenadora do curso, observa que toda a região da Serra das Andorinhas é muito profícua em cultura material, remanescentes arqueológicos e abriga uma grande quantidade de cavidades que ainda estão por ser pesquisadas. “É um repertório enorme pra se pensar o passado e a formação da região”, argumenta.
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