quarta-feira, 10 de maio de 2023

Repondo os fatos


Lúcio Flávio Pinto | Blog | 9 maio 

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Caluniar é fácil. Desfazer a calúnia é que é difícil. A calúnia bem urdida tem a aparência de verdade, parece solidamente baseada em fatos, às vezes é apresentada com firmeza, mas é para a verdade o que a pirita é para o ouro. Parece mesmo ouro, mas para quem conhece o precioso metal tem um nome popular: ouro de tolo.

Meu maior patrimônio, para mim mesmo e meus filhos, é o meu nome, o meu conceito, a minha vida. Não construí esses valores do dia para a noite nem por um passe de mágica, ou como produto de marketing. Frente a todas as ofensas que já sofri, minha arma valiosa é a minha própria vida, sempre vivida diante do público, exposta a críticas, acusações e ataques, inclusive os físicos.

Para me defender, vou reproduzir matérias que escrevi entre 1991 e 1992. É o período no qual me foram atribuídos fatos inverídicos e deles deduzidas falsidades. Essa fase difícil, porém, começou em 1984. Foi quando mostrei ao governador Jader Barbalho, no segundo ano do seu mandato, que falava para valer no início de 1983, quando recusei o convite para integrar a sua administração e lhe garanti que continuaria a exercer minha função de jornalista crítico e independente.

O primeiro atrito foi em torno da desapropriação de uma área no Aurá para a construção de 35 mil casas populares. Seguiram-se outras irregularidades, logo se caracterizando como escândalos, de repercussão nacional. Fui seguidamente ameaçado de morte por causa dos artigos que então escrevia na minha coluna diária em O Liberal e alvo de uma campanha de mentiras do Diário do Pará, então sob a responsabilidade do jornalista Hélio Gueiros (que se aproveitava da sua imunidade de senador para dar cobertura ao jornal do governador, de quem era amigo e correligionário).

A partir de 1987, depois de um período de harmonia com Hélio Gueiros, repetiu-se a mesma situação: passei a ser tratado como inimigo. Do agravamento da tensão na nossa relação, pela repetição das mesmas irregularidades da gestão de Jader (Ambos tendo como conselheiro o médico, doublé de financista, Henry Kayath, colocado na superintendência por Jader, de quem se separou para tentar viabilizar sua candidatura à sucessão de Gueiros, mas vetado por Jader, empenhado em voltar ao governo.

No auge da guerra contra os "baratistas" de segunda e terceira geração, Romulo Maiorana, amigo de longa data de todos eles, mas que avalizara a minha coluna, vetou um artigo meu. Pedi demissão. Romulo morreu e no ano seguinte iniciei o Jornal Pessoal, que passou a atacar gregos, troianos e o cavalo de pau.

Certa vez, numa manhã luminosa que estimulava as caminhadas matutinas, o advogado Otávio Mendonça, querido amigo e perigoso adversário, interrompeu minha rota, passou um braço pelo meu ombro e impôs o pas de deux ao carimbó. Fazendo a conta com os dedos, começou a enumerar meus adversários: Alacid Nunes, Aloysio Chaves, Jarbas Passarinho, Jader Barbalho e Hélio Gueiros. Ao final, me empurrou e tonitruou: "Vai, canalha, sai de perto". E se foi, indo - como eu.

Em 1990 eu enfrentava um front extenso, cheio de armadilhas e poderoso. É desse período que tratarei, em capítulos, na esperança de poder repor os fatos e eliminar as aleivosias, como se costuma dizer nos quarteis. Contando com a paciência dos caros leitores.


https://lucioflaviopinto.wordpress.com/2023/05/09/repondo-os-fatos/#respond

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