quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Dono de site é assassinado em Fortaleza

 

Dono de site é assassinado em FortalezaLogo do portal de notícias Pirambu News. (Imagem: reprodução/ Pirambu News).


Proprietário do portal de notícias Pirambu News, Givanildo Oliveira foi assassinado na noite da última segunda-feira, 7, em Fortaleza, no Ceará. Conhecido como Gigi, ele foi atingido por tiros de arma de fogo e morreu próximo à sua casa. As informações foram divulgadas em nota de pesar do Sindicato dos Jornalistas no Ceará (Sindjorce).

Testemunhas do crime afirmaram ao G1 e ao Sindjorce que Oliveira foi alvo de diversos tiros. Ao portal de notícias ligado ao Grupo Globo, familiares do comunicador afirmam que ele deixa filhos.

Com presença nas redes sociais e em portal de notícias independente, o Pirambu News é dedicado a publicar notícias de diversas editorias, especialmente com teor contrário à violência e denúncias da região. Temas relacionados ao bairro da capital cearense, que dá nome ao veículo de comunicação, têm maior presença editorial. A última publicação do site abordava a captura de um suspeito de homicídio na região e tem sido apontada, em especulações dos leitores, como motivo do assassinato.


O crime ocorre em momento considerado preocupante para a segurança dos jornalistas e números relacionados à violência contra a categoria batem recorde no Brasil. Relatório divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) no último mês aponta que 430 casos de agressões contra profissionais da imprensa foram registrados em 2021.

Em nota, o Sindjorce se solidariza com os familiares de Givanildo Oliveira e cobra esclarecimentos sobre uma possível relação do crime com a profissão da vítima. “A violência contra jornalistas e comunicadores constitui um grave atentado à democracia”, destaca.

Leia a nota do Sindjorce na íntegra:

“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) lamenta o assassinato de Givanildo Oliveira, proprietário do canal virtual de notícias ‘Pirambu News’, ocorrido em Fortaleza, na noite da segunda-feira (7/02). Ao mesmo tempo em que se solidariza com a família da vítima, a diretoria da entidade sindical cobra a apuração do crime, para saber se está relacionado a atuação do comunicador popular.

Givanildo Oliveira, conhecido como “Gigi”, era o criador e administrava as redes sociais do canal, que acumulava mais de 73.600 seguidores no Instagram, Facebook, YouTube e no blog de notícias. Nas postagens, ele divulgava matérias contra violência, denúncias e casos que ocorriam principalmente no bairro Pirambu.

Conforme testemunhas, Gigi foi atingido por diversos disparos de arma de fogo (a maior parte no rosto), na esquina da Avenida Doutor Theberge com a Rua Nossa Senhora das Graças. Ele morreu próximo de casa.

A última postagem feita por Gigi nas redes sociais do Pirambu News foi noticiando a prisão de um suspeito de matar duas pessoas no bairro, no domingo (6/02). O autor do duplo homicídio foi capturado nesta segunda-feira (7/02), no mesmo bairro que o crime ocorreu.

Entre os anos de 1995 e 2021, ao menos 70 jornalistas e comunicadores foram executados por conta do exercício da profissão no Brasil. A crescente violência contra os profissionais da mídia preocupa o Sindjorce e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), que têm defendido a federalização das investigações dos crimes contra a categoria.

Segundo o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa – 2021 da FENAJ, no ano passado, foi registrado um assassinato de jornalista, mas a violência contra a categoria segue em níveis elevados, registrando recorde pelo segundo ano consecutivo, desde o início da série histórica, em 1990. No ano que passou, foram 430 casos de violência, dois a mais que os 428 registrados em 2020.

A Diretoria do Sindjorce destaca, ainda, a necessidade de adoção de um protocolo de segurança dos jornalistas que envolva as entidades representativas dos trabalhadores, dos empregadores e as forças de segurança, sejam nacionais, estaduais ou municipais.

A violência contra jornalistas e comunicadores constitui um grave atentado à democracia.”

https://portal.comunique-se.com.br/dono-de-site-e-assassinado-em-fortaleza/ 

Julia Renó

Jornalista, 24 anos. Natural de São José dos Campos (SP), onde vive atualmente, após temporadas em Campo Grande (MS). Formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (MS), pós-graduanda em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi e voluntária da ONG Fraternidade sem Fronteiras, integra o time de jornalistas do Grupo Comunique-se desde julho de 2020.

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