terça-feira, 19 de abril de 2022

MPF pede ao WhatsApp que adie os megagrupos para 2023

Nova funcionalidade possibilitará grupos de até 2.560 pessoas; limite hoje é de 256 integrantes

Tiago Angelo 18.abr.2022 (segunda-feira) - 19h18 

WhatsApp
WhatsApp disse ao TSE que só lançará nova função depois do 2º turno das eleições

O MPF (Ministério Público Federal) em São Paulo perguntou no sábado (16.abr.2022) se o WhatsApp pode lançar a ferramenta “Comunidades” só em 2023. A funcionalidade possibilitará que até 2.560 pessoas participem de um mesmo grupo. O limite hoje é de 256.


O WhatsApp disse ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que só lançará a nova função depois do 2º turno das eleições deste ano. Não prometeu, no entanto, aguardar a posse presidencial, em janeiro de 2023.


“A nova funcionalidade agora anunciada precisa ser vista com muito cuidado, pois pode, a depender de como vier a ser implementada, representar um real retrocesso do movimento de contenção de comportamentos abusivos potencialmente ligados à desinformação, que o WhatsApp, a princípio, vinha promovendo de forma eficiente nos últimos anos”, afirma o MPF de São Paulo.


O órgão deu 10 dias para que o aplicativo de mensagens informe sobre a possibilidade de lançar o Comunidades só em 2023. O órgão também perguntou se o WhatsApp adotará medidas regulatórias para “compensar os riscos” de flexibilizar o “controle de viralização de conteúdos” e quais os impactos “que a nova funcionalidade trará sobre a atual política de enfrentamento à desinformação”.

Segundo o aplicativo, o “Comunidades” terá até 10 grupos com 256 integrantes cada. Os administradores poderão enviar mensagens a todos simultaneamente, por meio de 1 grupo de aviso. O encaminhamento de mensagens se manterá restrito a no máximo 5 grupos por vez. 

Eis alguns pontos elencados pelo WhatsApp sobre o novo recurso:


  • admins  –  terão mais controle no “Comunidades”, podendo “apagar mensagens ou arquivos de mídia abusivos ou inadequados para todos os membros do grupo”, além de escolher quais grupos as integrarão;

 
  • saída silenciosa  –  integrantes poderão deixar os grupos “sem que ninguém seja notificado, caso decidam que a conversa não é mais do seu interesse“;
 
  • remoção em atividade suspeita  –  o WhatsApp afirma que “Comunidades envolvidas em abusos, como a distribuição de material de abuso sexual infantil ou a coordenação de violência ou tráfico de pessoas” serão dissolvidas e terão membros banidos;

  • arquivos compartilhados  –  poderão ter até 2 GB;
 
  • chamadas de áudio – com até 32 pessoas.



Tiago Angelo Repórter

 

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