quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Delegado da PF afirma que Giniton sabia, antes de denúncia anônima à DH, sobre participação de Lessa na execução de Marielle

 CASO MARIELLE

Informante anônimo teria apontado o ex-policial militar e um bombeiro para o delegado 

Matéria Agenda do Poder | Escrito por Gustavo Kaye | 14 de agosto de 2024 – 05:46 

No segundo dia da audiência de instrução e julgamento sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, no Supremo Tribunal Federal (STF), só o delegado da Polícia Federal Guilhermo Catramby, responsável pelo inquérito, prestou depoimento como testemunha. Catramby afirmou que o então titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) Giniton Lages, o primeiro a apurar o duplo homicídio, sabia quem matou Marielle, antes de uma suposta ligação anônima para a delegacia, no dia 15 de outubro de 2018.

Na referida denúncia para o telefone da DHC, algo raro de ocorrer, o informante anônimo teria apontado o ex-policial militar Ronnie Lessa e um bombeiro, sem citar o nome. Segundo Catramby, ao receber a notícia, Giniton já teria pedido ao Núcleo de Investigação Policial (NIP) dados sobre Lessa e do ex-bombeiro Maxwell Simões, apesar de a denúncia não trazer o nome deste último.

Além disso, o fato de o secretário de Polícia Civil, Marcos Amim, ter procurado Giniton para falar de Lessa, mas ter sido ignorado, foi apontado pela testemunha como mais uma evidência de que o delegado tinha ciência.

Ontem, por quase seis horas, Catramby respondeu às peguntas da Procuradoria-Geral da República e dos advogados de defesa e acusação. Ele voltará à sessão hoje para ser sabatinado pelas defesas dos irmãos Domingos e Francisco Brazão — conselheiro e deputado federal acusados do crime — e do delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil.



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