PESQUISAS
De 7 pesquisas realizadas no município, sendo uma impugnada, Chamonzinho lidera com folga ou o dobro das intenções de voto em 5. Na mais recente, de um instituto criado há menos de 6 meses, Toni Cunha surge misteriosamente à frente, ainda que em empate técnico dentro da margem de erro
Matéria do Blog Zé Dudu | Publicado em 14/09/2024 | às 20:47
Os quase 177 mil eleitores de Marabá, 5º maior colégio eleitoral do Pará, estão até agora sem entender uma pesquisa divulgada neste sábado (14) em que o candidato a prefeito Toni Cunha (PL) aparece em primeiro lugar nas intenções de voto. Ele — cujo patrimônio declarado à Justiça Eleitoral subiu 1.157% de 2016 para cá, mas não consegue explicar o “milagre da multiplicação” — agora vai ter de explicar à sociedade marabaense outra “graça” alcançada: a de se colocar em 1º lugar numa sondagem para lá de suspeita e olhada com desconfiança pela população.
Acontece que Toni Cunha vinha, sabidamente, em 2º lugar em todas as pesquisas, de todos os institutos sérios e confiáveis que percorreram Marabá até então. Já foram registrados sete levantamentos junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições deste ano, e apenas o instituto Ampla Pesquisa de Opinião Pública Ltda afirma que Toni está levemente à frente, ainda que empatado dentro da margem de erro, tanto na entrevista espontânea quanto na estimulada. Coincidência em dose dupla ou esquisitice?
Esse instituto, o Ampla Pesquisa, nasceu no dia 25 de março deste ano, portanto, há cinco meses e 20 dias, e esta é sua primeira pesquisa perante o TSE, registrada sob número PA-06003/2024. Institutos tradicionais, conhecidos e reconhecidos no Pará, como o Doxa e o Acertar, que fizeram duas pesquisas cada em Marabá este ano, apontam resultados diferentes. E muito diferentes mesmo.
Na primeira Doxa, divulgada em 25 de julho, Chamonzinho (MDB) já liderava na estimulada com 46,2% contra 23,2% de Toni Cunha (veja aqui). Na segunda pesquisa Doxa, divulgada quatro dias atrás, Chamonzinho subiu para 53,1% ante 25,2% de Toni Cunha (veja aqui).
Já o Instituto Acertar, que divulgou sua primeira sondagem em 12 de agosto, cravou 51,7% para Chamonzinho contra 27,9% para Toni Cunha (veja aqui). Na segunda rodada do Acertar, que foi divulgada em 5 de setembro, Chamonzinho subiu a 52,1% ao passo que Toni Cunha caiu para 26,2% (veja aqui ).
Doxa e Acertar têm números claros e similares, que mostram uma tendência em comum: a de que o candidato emedebista está muito à frente do representante do PL. Mesmo a sondagem do Instituto Paraná Pesquisas divulgada em 15 de julho, quando as candidaturas ainda não estavam definidas e concretizadas, já mostrava Chamonzinho adiante, com 40,3%, contra 31,2% de Toni Cunha (veja aqui). A única pesquisa que não prosperou foi a do Instituto Data Sensor (ou MCF Chaves), barrada pela justiça por indícios de fraude (veja aqui).
Pesquisa vira piada
A nova pesquisa de um instituto criado “esses dias” virou motivo de piada em Marabá assim que foi divulgada. Nas ruas da segunda maior cidade do sudeste do Pará, o comentário é de que a pesquisa é “furada”, uma verdadeira “marmelada”, segundo cidadãos ouvidos pelo Blog.
Contratada pela TV Livre ao custo de R$ 10 mil e com indicação de ter ouvido 800 eleitores, nem mesmo os fã-boys de Toni Cunha acreditam na hipótese de ele estar ligeiramente à frente de Chamonzinho. “Isso é conversa fiada, moço. O Chamon fez muito aqui em São Félix, principalmente com a distribuição de óculos pelo Instituto Miguel Chamon. Sou PL, sou Bolsonaro, sou Toni Cunha em Marabá, mas dizer que ele está à frente nas pesquisas, isso não está. É lorota”, dispara seu Aderbal Pereira, 74 anos, cético quando informado da pesquisa em que Toni estaria liderando. “Tiraram essa potoca de onde?”, questiona, ironizando a sondagem do instituto Ampla Pesquisa.
Tags Eleição, Pesquisa Eleitoral
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