ANCESTRALIDADE
A peça de valor histórico inestimável voltou ao Brasil em julho e está sob a guarda do Museu Nacional
Matéria da Agenda do Poder | Escrito por Carter Anderson | Geral | 9 de setembro de 2024 – 19:18
Cerca de 200 indígenas tupinambás se reuniram na manhã desta segunda-feira (9), na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, para celebrar o retorno de seu manto sagrado, um artefato ancestral confeccionado com penas de guará, que permaneceu por quatro séculos em um museu na Dinamarca.
O manto, considerado pelos tupinambás como um espírito ancião, voltou ao Brasil em julho e está sob a guarda do Museu Nacional. Embora tenha retornado ao país, esta foi a primeira vez que os indígenas puderam se reunir e celebrar sua chegada.
A caravana tupinambá percorreu um longo trajeto desde o litoral da Bahia até o Rio de Janeiro para esse momento histórico. No domingo (8), uma pequena comitiva de descendentes da anciã Amotara, que visitou o manto em 2000 e iniciou a luta por sua repatriação, teve a oportunidade de vê-lo de perto no museu.
Tupinambás dizem que manto é símbolo ancestral e bom presságio
Para os tupinambás, o manto é um símbolo ancestral e sua volta é interpretada como um bom presságio, especialmente em relação à principal demanda da comunidade: a demarcação de suas terras, esperada há 15 anos.
As lideranças indígenas, como o cacique Jamopoty, destacaram à imprensa a importância desse retorno e as esperanças de que ele represente uma nova fase para o povo tupinambá de Olivença. O Museu Nacional está preparando o manto para cerimônias futuras, atendendo ao pedido dos indígenas de que o artefato seja exposto em pé, como desejado pelos tupinambás.
Além disso, os tupinambás esperam que essa permanência no museu seja temporária, defendendo que o manto seja transferido para um futuro museu em Olivença, em seu território ancestral, e aguardam a repatriação de outros dez mantos que ainda estão em museus europeus.
Com informações da Agência Brasil
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