quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Na Argentina de Milei, população corta consumo até de papel higiênico

 
As medidas do novo governo, como a desvalorização da moeda e o fim dos congelamentos, reduziram o consumo e o turismo. As compras nas festas de fim de ano caíram 14%, com cortes em alimentos e bebidas

Agenda do poder |17 de janeiro de 2024 – 17:39


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A Argentina vive uma crise econômica desde que o ultradireitista Javier Milei assumiu a presidência, em dezembro. Os preços dispararam e a inflação mensal dobrou para 26% em um mês.

As medidas do novo governo, como a desvalorização da moeda e o fim dos congelamentos, reduziram o consumo e o turismo. As compras nas festas de fim de ano caíram 14%, com cortes em alimentos e bebidas. Os comerciantes preveem quedas de até 50% em janeiro e fevereiro. O vice-presidente da Confederação Geral de Armazéns da Argentina, Fernando Savore, disse que as vendas em dezembro foram 20% menores.

A inflação, que era de 13% em novembro, mudou o hábito dos consumidores, que passaram a comprar diariamente. Muitas famílias precisam ajustar o orçamento e trocar de marca ou deixar produtos no caixa. A população também relata cortes no padrão de vida e na compra de itens básicos, como papel higiênico.

A falta de recursos também tem levado algumas pessoas a cortar refeições, evidenciando a gravidade da crise econômica. Um exemplo é Florencia Rocha que, grávida, foi recomendada pela nutricionista a evitar comer macarrão em quase todas as refeições. “Eu falei: olha, não é porque eu quero. Eu tenho que comer o almoço e a janta, e se compro verdura não vai sobrar para mais nada. Às vezes eu não como para que as crianças comam, no último mês piorou muito. Antes já estávamos mal, mas se conseguia de um jeito ou de outro. Agora já não”.

O impacto não se limita ao consumo interno; as classes média e média alta também sentem os efeitos. Destinos turísticos tradicionais, como Bariloche e as praias de Mar del Plata e Pinamar, registraram uma redução na ocupação de hotéis, refletindo a queda na demanda. O aumento do preço dos combustíveis também influenciou negativamente as viagens de carro.

Com informações de Brasil 247

 

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