segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

A ameaça das águas

 
Rio Tocantins - Lago Tucuruí (PA) - Rui Faquini/Banco de Imagens ANA

Rio Tocantins - Lago Tucuruí (PA) - Rui Faquini/Banco de Imagens ANA

Ontem, as águas do rio Tocantins ocuparam 97,10% da área do reservatório, o segundo maior do Brasil, da hidrelétrica de Tucuruí, a segunda maior inteiramente nacional. Estavam chegando à barragem 36 mil metros cúbicos (36 milhões de litros) de água a cada segundo. Menos de 2% estavam sendo retidas. A capacidade de geração da usina é de 8,2 mil megawatts, mas a produção efetiva estava inferior a 5 mil MW. Em Belo Monte, no rio Xingu, também no Pará, era de 8,6 mil MW. E no rio Madeira, em Rondônia, com Jirau e Santo Antônio, 5,1 mil MW.


A Eletronorte faz uma projeção otimista da vazão do Tocantins, mas os fatos sugerem o contrário. Com a liberação de água próxima do máximo possível, a população a jusante está vivendo um drama semelhante ao de Marabá, a maior cidade do vale em território paraense, que fica 250 quilômetros rio acima. A prefeitura de Baião, município que fica 170 quilômetros abaixo da hidrelétrica, já decretou estado de calamidade pública. A enchente já desalojou 1,9 mil famílias.


Se desta vez a Eletronorte não acertar, a cheia vai ser desastrosa nos dois sentidos a partir da barragem de Tucuruí, que constitui a última possibilidade de controle do rio.
 
 

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