sexta-feira, 11 de março de 2022

Amazônia tem recorde de alertas de desmatamento em fevereiro

 

Notícias da Amazônia

Área sob alerta no mês é 62% maior do que mesmo período do ano passado. Este é o pior fevereiro desde 2016. Desmatamento consolidado no ano é 3 vezes maior que em 2021

Cristiane Prizibisczki| 11 de março de 2022
 
Desmatamento na Amazônia bateu novo recorde em fevereiro de 2022. Foto: Carl de Souza/AFP
 

O número de alertas de desmatamento na Amazônia bateu recorde em fevereiro. Os dados consolidados para o mês, atualizados nesta sexta-feira (11) na plataforma do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), mostram que foram gerados alertas para 199km², um crescimento de 62% em relação ao mesmo período de 2021, quando os alertas indicaram desmatamento em 122,89 km². Este é o pior fevereiro desde 2016.

Janeiro já havia registrado recorde na área sob alerta, considerando a série histórica do Deter-B, que tem início em 2016. No acumulado do ano (janeiro e fevereiro), os alertas indicam desmatamento em 629,11 km² de floresta, número três vezes maior que o mesmo período do ano passado, quando foram desmatados 205,68 km².

 
“Isso tudo em um período no qual o desmatamento costuma ser mais baixo por conta do período chuvoso na região. Este aumento absurdo demonstra os resultados da falta de uma política de combate ao desmatamento e dos crimes ambientais na Amazônia, impulsionados pelo atual governo. A destruição não para”, afirma o porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Rômulo Batista.

Entre os estados que mais desmataram em fevereiro, o Mato Grosso foi o que registrou alertas para a maior área (78,05 km²), seguido do Pará (48,79 km²), Amazonas (40,49 km²), Rondônia (22,56 km²), Roraima (4,95 km²) e Maranhão (3,46 km²). Acre e Amapá não registraram alertas para o período.

Segundo a Sala de Situação da Amazônia, outra ferramenta de monitoramento do INPE, no Mato Grosso, até o dia 4 de março, a maioria dos alertas (60%) foram gerados para áreas com Cadastro Ambiental Rural (CAR). No Pará, 28,1% dos alertas foram concentrados em Áreas de Preservação Permanente (APPs), 23,9% em áreas com CAR e 18,9% em Assentamentos. No Amazonas, 56% dos alertas foram gerados para áreas indefinidas e 36,1% em Assentamentos.

 

  • Cristiane Prizibisczki

    Cristiane Prizibisczki é Alumni do Wolfson College – Universidade de Cambridge (Reino Unido), onde participou do Press Fellow...

 
 

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