Na ligação com o chanceler ucraniano, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, lamentou o conflito, chamando-o pela primeira vez de “guerra”
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247 - Depois de ter se posicionado de forma neutra na ONU, a China avançou um passo e se colocou à disposição para mediar as conversas entre Ucrânia e Rússia a fim de acabar com a guerra. O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, conversou com o chanceler da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pelo telefone nesta terça-feira (1º) e afirmou que a China ajudará nas negociações entre os dois países.
É a primeira conversa da China com a Ucrânia desde o início da guerra pela Rússia, em 24 de fevereiro.
A China evitou chamar o conflito de “guerra” e se recusou a acatar sanções econômicas decididas pela Europa e pelos Estados Unidos em resposta à ação russa.
Na ligação, Wang lamentou o conflito, chamando-o então pela primeira vez de “guerra”, e disse estar “extremamente preocupado” com os danos aos civis. Na semana passada, o governo chinês pediu para Putin negociar com a Ucrânia.
Kuleba solicitou ao colega chinês que use os laços de Pequim com Moscou para parar a invasão russa, de acordo com comunicado divulgado pelo governo ucraniano.
“Em vista da crise atual, a China pede à Ucrânia e à Rússia que encontrem uma solução para a questão por meio de negociações”, disse por sua vez a chancelaria chinesa também em nota, acrescentando que o país apoia todo esforço internacional construtivo que conduza a um “acordo político”.
Em nota, o governo chinês declarou que “a Ucrânia está disposta a reforçar a comunicação com a China e espera que a China tenha um papel na obtenção de um cessar-fogo”.
China sugere como Rússia e Ucrânia podem fazer a paz
Nesta segunda-feira, em uma sessão de emergência, o representante permanente da China na ONU, Zhang Jun, falou sobre como ele acredita que as tensões entre as duas ex-repúblicas soviéticas podem ser aliviadas.
As principais autoridades de Moscou e Kiev devem se sentar à mesa de negociações para estabelecer um caminho para diminuir a agressão, disse um dos principais diplomatas de Pequim, enquanto as forças armadas da Rússia permanecem na Ucrânia, disse ele.
“O mais importante agora é retornar ao caminho das negociações diplomáticas e [criar] um acordo político o mais rápido possível para ajudar a diminuir a situação”, afirmou.
Segundo o diplomata, “a China apoia o diálogo direto e a negociação entre a Rússia e a Ucrânia”, que ele insiste ser a forma definitiva de resolver o conflito. Zhang também disse que a comunidade internacional deve “priorizar a paz regional, a estabilidade e a segurança universal para todos”.
China responsabiliza Otan pelo conflito
Pequim já culpou os EUA por inflamar as hostilidades que levaram à incursão de Moscou em seu vizinho. Falando na quinta-feira passada, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, apelidou os funcionários de Washington como “os [principais] culpados das tensões atuais”.
“Se alguém continua jogando óleo nas chamas enquanto acusa os outros de não fazer o melhor para apagar o fogo, esse tipo de comportamento é claramente irresponsável e imoral”, afirmou Hua.
No mês passado, Putin e seu colega chinês Xi Jinping emitiram uma declaração conjunta pedindo a suspensão da expansão da Otan, à qual Moscou se opõe veementemente e tentou descartar obtendo garantias de segurança do bloco militar liderado pelos EUA.
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