Antonio
Temóteo/Do UOL, em Brasília/31/12/2020 04h00
O
ministro da Economia, Paulo
Guedes, não conseguiu fazer avançar no Congresso Nacional em
2020 a agenda de reformas fiscais para reequilibrar as contas
públicas. Também as privatizações prometidas não evoluíram. As
propostas de reforma administrativa e parte da tributária foram
enviadas ao Legislativo, mas ainda não têm nem sequer relatórios
apresentados.
Guedes
também não
conseguiu criar o programa social que substituirá o Bolsa Família,
com a unificação de benefícios sociais e protagonizou
disputas públicas com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), e com o ministro do Desenvolvimento,
Regional, Rogério Marinho. Por outro lado, a equipe econômica
conseguiu reduzir parte do efeito negativo da pandemia
de coronavírus na
economia, liberando ajuda a empresas e trabalhadores. A avaliação é
de especialistas ouvidos pelo UOL.
Alguns dizem que Guedes ajudou o país, mas outros dizem que ele foi
"incompetente". Veja em detalhes a seguir.
Guedes
tem de dividir resultados com Maia
Os
especialistas também afirmam que pelo segundo ano consecutivo Guedes
teve de dividir o protagonismo com Maia. O presidente da Câmara
ajudou na elaboração ou na aprovação das propostas para enfrentar
a pandemia. Exemplos são o pagamento do auxílio emergencial, a
liberação de crédito para empresas, a renegociação de dívidas e
o programa de redução de salários e de jornada de trabalho.
Enquanto
a queda do PIB (Produto Interno Bruto) ultrapassará 10% em vários
países - entre os exemplos estão Espanha e Itália -, no Brasil, a
retração é estimada em 4,5%. Mesmo que a redução do PIB seja
menor que a de outros países, será a maior queda da história da
economia brasileira em um único ano, segundo dados do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Pessimismo
com recuperação econômica.
Mesmo
que o governo e o Congresso tenham reduzido os danos econômicos em
2020, os especialistas estão pessimistas com a recuperação da
economia em 2021, sobretudo no primeiro trimestre, sem o início da
vacinação e com o fim do auxílio emergencial.
“Até
a Argentina, que é um país quebrado, já tem uma vacina. A
população brasileira e os empresários têm medo de uma segunda
onda do coronavírus, mas o Brasil não tem perspectiva de um
programa de vacinação. O setor de serviços, o maior da economia,
está abalado pela crise do coronavírus e pode sofrer de novo se
nada for feito. Nova quarentena, com restrição de mobilidade, vai
quebrar várias empresas.”
Margarida
Gutierrez, economista e professora da UFRJ (Universidade Federal do
Rio de Janeiro).
Danos
foram reduzidos, mas desafios continuam.
Margarida
Gutierrez declarou que as críticas feitas ao ministro da Economia,
de que ele só prometeu e não cumpriu nada, são exageradas, já que
a pandemia afetou todo o país. Ela afirmou que o Brasil terá uma
das menores quedas de PIB em relação aos demais países.
“Avaliar
o Guedes é avaliar que o Brasil se sustentou bem durante a crise.
Essa performance é melhor que a maioria dos países. Deve-se ao
pacote fiscal e ao BC [Banco Central], que elevaram a liquidez e
disponibilizaram quase R$ 3 trilhões. Somente o nosso pacote fiscal
chega a R$ 620 bilhões, o equivalente a 8,5% do PIB. Sob esse ponto
de vista, não podia ser melhor.”
Margarida
Gutierrez.
Apesar
de considerar o resultado positivo no combate à pandemia, Margarida
afirmou que o desequilíbrio das contas do governo é recorde, e 2021
será um ano de redução de gastos públicos.
“O
problema é como equacionar isso e dar sustentabilidade para a dívida
pública. As demandas sociais são imensas. Vão exigir uma
calibragem da política fiscal [gastos do governo], econômica e
retirada de estímulos. Estamos muito atrasados na vacinação.
Teremos um primeiro trimestre ruim.”
Margarida
Gutierrez..
A
economista afirmou que o país precisará manter algum estímulo
fiscal ou auxílio para os pobres, mas precisará aprovar as reformas
fiscais para manter alguma credibilidade e se recuperar. A manutenção
de benefícios sociais sem nenhuma aprovação de propostas pelo
Congresso afundará o país em uma recessão, avalia.
Ministro
não soube lidar com pandemia, diz economista.
O
economista José Luís Oreiro, professor do Departamento de Economia
da UnB (Universidade de Brasília), declarou que em 2020 chamou
atenção o fato de Guedes "não
ter a mais remota ideia do que fazer para lidar com a pandemia do
coronavírus".
Segundo
Orereiro, Guedes errou ao declarar em março que o Brasil liquidaria
o coronavírus com R$ 5 bilhões. Além disso, ao sinalizar um
auxílio emergencial de R$ 200, Guedes mostrou que estava perdido.
“O
ministro da Economia foi contra o auxílio emergencial. Queria um
coronavoucher de R$ 200. O Congresso Nacional que votou a criação
do auxílio de R$ 600, com o protagonismo do deputado Rodrigo Maia.”
José
Luís Oreiro.
"Economista
incompetente"
“Guedes
se mostrou incompetente. Também não tem a menor ideia do que fazer
após a crise
José Luis Oreiro.
O
economista da UnB criticou a decisão de Guedes de tirar férias até
janeiro enquanto o país está mergulhado em uma crise enorme. Ele
afirmou que o governo e Guedes acreditam que em 1º de janeiro de
2021, como em um passe de mágica, a economia vai voltar a crescer e
o vírus vai sumir.
“O
cenário para 2021 é uma economia sem auxílio emergencial, com
aumento dos casos de coronavírus e sem nenhuma perspectiva de início
da vacinação. Vai ser a tempestade perfeita em janeiro, fevereiro e
março. Estamos indo par ao caos. Torço para que em 2021 a gente
tenha outro ministro da Economia José
Luís Oreiro.
Ano
de brigas com Maia e Marinho
O
ministro da Economia também protagonizou diversas brigas com o Maia
e Marinho ao longo de 2020.
Em
um deles, Guedes, afirmou, sem provas, de que havia boatos de que o
presidente da Câmara fizera um acordo com a esquerda para não
pautar as privatizações. Guedes também afirmou também que o
debate sobre o tema está interditado. Maia rebateu dizendo que
Guedes estava "desequilibrado"
Em
outro episódio, Guedes afirmou em audiência pública no Congresso
que a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) financiava estudos
para "ministro gastador" furar o teto de gastos, em
referência a Marinho.
O
UOL obteve com exclusividade uma cópia do contrato que detalha o
objetivo do estudo financiado pela Febraban e outras 10 entidades,
citado por Guedes. A proposta prevê investimentos públicos e
privados em obras de infraestrutura, mas não aponta estouro de
gastos e apoia a "política liberal" do governo. Política
liberal defende controle de gastos públicos.
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/12/31/guedes-reformas-privatizacoes-danos-pandemia.htm?utm_source=chrome&utm_medium=webalert&utm_campaign=economia
Guedes tem de dividir
resultados com Maia
Os especialistas também afirmam que pelo segundo ano consecutivo Guedes
teve de dividir o protagonismo com Maia. O presidente da Câmara ajudou
na elaboração ou na aprovação das propostas para enfrentar a pandemia.
Exemplos são o pagamento do auxílio emergencial, a liberação de crédito
para empresas, a renegociação de dívidas e o programa de redução de
salários e de jornada de trabalho.
Enquanto a queda do PIB (Produto Interno Bruto) ultrapassará 10% em
vários países - entre os exemplos estão Espanha e Itália -, no Brasil, a
retração é estimada em 4,5%. Mesmo que a redução do PIB seja menor que a
de outros países, será a maior queda da... - Veja mais em
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/12/31/guedes-reformas-privatizacoes-danos-pandemia.htm?utm_source=chrome&utm_medium=webalert&utm_campaign=economia&cmpid=copiaecola
Guedes tem de dividir
resultados com Maia
Os especialistas também afirmam que pelo segundo ano consecutivo Guedes
teve de dividir o protagonismo com Maia. O presidente da Câmara ajudou
na elaboração ou na aprovação das propostas para enfrentar a pandemia.
Exemplos são o pagamento do auxílio emergencial, a liberação de crédito
para empresas, a renegociação de dívidas e o programa de redução de
salários e de jornada de trabalho.
Enquanto a queda do PIB (Produto Interno Bruto) ultrapassará 10% em
vários países - entre os exemplos estão Espanha e Itália -, no Brasil, a
retração é estimada em 4,5%. Mesmo que a redução do PIB seja menor que a
de outros países, será a maior queda da... - Veja mais em
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/12/31/guedes-reformas-privatizacoes-danos-pandemia.htm?utm_source=chrome&utm_medium=webalert&utm_campaign=economia&cmpid=copiaecola
Guedes tem de dividir
resultados com Maia
Os especialistas também afirmam que pelo segundo ano consecutivo Guedes
teve de dividir o protagonismo com Maia. O presidente da Câmara ajudou
na elaboração ou na aprovação das propostas para enfrentar a pandemia.
Exemplos são o pagamento do auxílio emergencial, a liberação de crédito
para empresas, a renegociação de dívidas e o programa de redução de
salários e de jornada de trabalho.
Enquanto a queda do PIB (Produto Interno Bruto) ultrapassará 10% em
vários países - entre os exemplos estão Espanha e Itália -, no Brasil, a
retração é estimada em 4,5%. Mesmo que a redução do PIB seja menor que a
de outros países, será a maior queda da... - Veja mais em
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/12/31/guedes-reformas-privatizacoes-danos-pandemia.htm?utm_source=chrome&utm_medium=webalert&utm_campaign=economia&cmpid=copiaecola
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