terça-feira, 17 de setembro de 2024

Como o capitalismo associa-se às mudanças climáticas?

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Sistema prometeu avanços, mas entregou a exploração — do homem e da Natureza. Catástrofe ambiental se avizinha e ações mitigadoras não bastarão: será preciso uma revolução. O primeiro passo: reconhecer ação predatória do homem

Por Robson Coelho Cardoch Valdez | por Redação em 16 de setembro de 2024

 



Na prática, o capitalismo opera sob os condicionantes de duas forças: a “Força Político-Econômica” e a “Força antrópico-inercial”. Neste processo, a “Força Político-Econômica” representa a interface dinâmica onde se dá o conflito e se constrói a cooperação entre as três principais variáveis do sistema capitalista: o Estado, o capital e o trabalho. Por este ângulo, o crescimento da economia apresenta-se como condição necessária para a convergência política das três variáveis mencionadas (ou grupos de interesses conflitantes) e a superação de algumas de suas diferenças. Já a “Força Antrópico-Inercial” diz respeito ao fato de não existir um modelo de desenvolvimento econômico sustentável alternativo, forçando, assim, a “Força Político-Econômica” a seguir operando o sistema capitalista de forma ambientalmente insustentável e humanamente cruel.

Isso posto, não se pode discutir mudanças climáticas sem considerar o impacto do sistema capitalista sobre o meio ambiente. Esse impacto tem sido percebido nos níveis históricos de emissões de gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento generalizado da temperatura no planeta.






A pressão do capitalismo sobre a sustentabilidade do planeta tem sido evidente. A partir dos anos 1950, a população mundial dobrou para 6 bilhões de habitantes no final do século XX e hoje já somos 7,8 bilhões de pessoas.



A quantidade de automóveis em 1996 era de aproximadamente 700 milhões e hoje a estimativa é de que seja 1,3 bilhão; o número de pessoas vivendo em áreas urbanas passou de 30% para 50% da população mundial, podendo chegar a 70% em 2050; o consumo de papel alcançou 412 milhões de toneladas (STEFFEN, CRUTZEN, MCNEILL, 2007). Interpretando esses dados sob qualquer perspectiva, não é nenhum absurdo imaginar que o enfrentamento da questão ambiental passa pela busca de “mecanismos” que equacionem os interesses do capital, as necessidades materiais das pessoas, o uso racional dos recursos naturais, a preservação dos ecossistemas e a viabilidade dos estados como agentes provedores de segurança e bem estar para suas populações.

A afirmação do Ministro Paulo Guedes, no início desse ano em Davos, de que “O pior inimigo do meio ambiente é a pobreza” e que “As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer” não surpreende. Ele é parte de um governo que defende o negacionismo em várias áreas e o meio ambiente é apenas uma delas. Assim, infere-se da fala do ministro que aquele que já está penalizado pela sua condição de pobreza tem de carregar, também, o fardo de ser inimigo do meio ambiente. O ministro está equivocado. Vale ressaltar que o Brasil tem sido alvo global de críticas, justamente, por não apresentar uma estratégia ambiental para o país.

O enfrentamento dos desafios impostos pelos efeitos destrutivos do sistema capitalista sobre o meio ambiente passa por uma revolução que abranja a sociedade, a economia e o meio ambiente como um todo. Nesse sentido, o primeiro passo é reconhecer, e não negar, que as mudanças climáticas foram potencializadas pela ação do homem, principalmente, a partir da aceleração do crescimento econômico mundial nos últimos 50-60 anos.


Referência:

STEFFEN, Will; CRUTZEN, Paul J; MCNEILL, John R. The Anthropocene: Are Humans Now Overwhelming the Great Forces of Nature? Ambio Vol. 36, Nº8, December, 2007. pp. 614- 621.

Extraído do site “Outras Palavras / Terra e Antropoceno”: https://outraspalavras.net/terraeantropoceno/como-nao-associar-o-capitalismo-as-mudancas-climaticas/

Imagem: Internet

 

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Entidades médicas indicam cuidados para aliviar desconfortos respiratórios em tempo seco

SAÚDE

A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Academia Brasileira de Rinologia destacam que alguns cuidados podem ajudar a minimizar os malefícios da baixa umidade e poluição.

Enviado por: Mediaria | Minhas Editorias: Notícias das Cidades | Editorias deste Release: Notícias das Cidades | 17/09/2024

A piora da qualidade do ar, que ficou mais poluído em decorrência das queimadas em diversas regiões do Brasil, traz consequências à saúde, segundo alertam a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e a Academia Brasileira de Rinologia (ABR).  As entidades destacam que a situação traz efeitos negativos, como irritação das vias respiratórias, dificuldade de respirar, surgimento de coriza ou ressecamento na mucosa nasal, redução da capacidade filtrante do nariz e agravamento de quadros de doenças respiratórias, como a asma e a rinite alérgica.

As partículas tóxicas resultantes das queimadas representam ameaça à saúde pública, especialmente para as populações com o sistema imunológico mais fragilizado, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias prévias.

“As partículas da poluição e a baixa umidade não só exigem muito do nariz e seios da face, como causam inflamação no sistema respiratório. Esses danos ao revestimento interno das vias aéreas prejudicam todo o preparo do ar inspirado necessário a uma função respiratória adequada”, explica o presidente da ABR e membro da ABORL-CCF, Otavio Piltcher.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para 15 estados brasileiros e o Distrito Federal devido à baixa umidade do ar, que pode cair abaixo de 20%. As regiões afetadas incluem Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rondônia. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível ideal de umidade é de aproximadamente 60%. Acima ou abaixo desse percentual, a umidade pode oferecer riscos à saúde se o nariz não conseguir ajustar esse desequilíbrio.

Orientações para melhorar a saúde da respiração nasal

Nessas circunstâncias ambientais, é fundamental tomar medidas preventivas para diminuir a exposição a poluentes no ar. “Nos períodos de queimadas, o ideal é evitar ambientes externos e não realizar atividades ao ar livre. Se sair, o uso de máscaras N95 são úteis para minimizar a entrada de partículas relacionadas à fumaça e à poluição”, destaca Piltcher.

Cuidados simples podem manter o ambiente doméstico protegido e também garantir o bem-estar do organismo e a hidratação das vias aéreas. “É importante manter a casa bem fechada para evitar a entrada de partículas no ambiente. Além disso, deve-se beber bastante água”, orienta.

Além da hidratação adequada, muitos pacientes recebem alívio dos sintomas através das lavagens nasais. Essa é uma técnica reconhecida na medicina pelos efeitos positivos em pacientes com alergias respiratórias e outras disfunções das estruturas relacionadas ao nariz. Utilizando diversos dispositivos que produzem jatos nasais com soluções com diferentes salinidades, ela busca através da umidificação da mucosa nasal ajudar na manutenção do funcionamento saudável das vias aéreas, especialmente em condições climáticas e ambientais com baixa umidade relativa do ar. 

O presidente da ABR indica que “as lavagens nasais sejam feitas proporcionalmente à percepção de irritação nas vias aéreas, sem exageros”. Além disso, a hidratação nasal com aplicação de gel específico para o nariz e a nebulização são outras opções para manter o nariz umidificado.

A ABORL-CCF desenvolveu o “Manual de Lavagem Nasal na Criança e no Adulto” que pode ser acessado gratuitamente. No material, é possível visualizar o passo a passo da lavagem com os diferentes tipos de instrumentos, como garrafa apropriada e seringa.

Passo a passo da lavagem nasal

  • A pessoa deve inclinar o corpo para frente, a cabeça lateralmente para um dos lados e aplicar o soro na narina que estiver mais elevada, para facilitar a saída da solução em direção à pia. 
  • Importante garantir o fechamento completo da narina acoplada ao dispositivo com a solução salina.
  • A pressão de introdução da solução deve ser sempre suave, o importante é o fluxo, não a pressão do jato. 
  • Se houver desconforto durante a lavagem nasal, interrompa o procedimento imediatamente e revise a técnica de lavagem.

“Não é recomendado nenhum tipo de limpeza com introdução de algodões, papéis ou qualquer elemento rígido no nariz, pois ao traumatizar a entrada nasal, poderá piorar ainda mais a situação pela formação recorrente de crostas, saída de sangue e até infecções dessa região. O manual também alerta para os riscos de lavagens realizadas de forma inadequada, principalmente, em crianças pequenas e idosos”, destaca Piltcher.

Mês Mundial de Conscientização sobre a Saúde dos Seios Nasais

A Academia Americana de Otorrinolaringologia–Cirurgia de Cabeça e Pescoço (AAO-HNS) instituiu setembro como o Mês Mundial de Conscientização sobre a Saúde dos Seios Nasais, com o objetivo de educar a sociedade sobre as causas dos sintomas nasais e as condições que podem afetar esse órgão vital. No Brasil, a ABORL-CCF e a ABR apoiam a iniciativa e promovem uma campanha de orientação à população sobre o importante papel do nariz, as causas dos sintomas nasais e sinusais, as diversas opções de tratamento disponíveis e o momento certo de procurar atendimento especializado. 

Além de ser responsável pelo olfato, o nariz desempenha funções essenciais como umidificar, aquecer e filtrar o ar respirado, bem como, sinalizar possíveis problemas de saúde. 

“O conhecimento é importante para disseminar os diferentes tipos de tratamentos, considerando a individualidade de cada diagnóstico. Com uma avaliação especializada, o paciente pode receber orientações sobre os sinais de alerta e o encaminhamento adequado para a especialidade correta, garantindo um tratamento mais eficaz”, finaliza Piltcher.

Sobre a ABORL-CCF

Com 75 anos de atuação entre Federação, Sociedade e Associação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Médica Brasileira (AMB), promove o desenvolvimento da especialidade por meio de seus cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbios científicos, entre outras entidades nacionais e internacionais. Busca também a defesa da especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.600 otorrinolaringologistas em todo o país.

 

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Círio de Nazaré agora é Manifestação Da Cultura Nacional

RELIGIÃO

Lei foi sancionada pelo presidente Lula na última sexta-feira (13), assim como outros dois projetos: o que cria o Dia do Pastor Evangélico, e o que reconhece o Cristianismo como Manifestação Cultural Nacional

Matéria do Blog Zé Dudu | Por Val-André Mutran – de Brasília |  Publicado em 16/09/2024 | às 19:16

Círio de Nazaré reúne mais de 2 milhões de romeiros, aqueles que foram considerados a maior procissão a céu aberto do mundo







 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou três leis em aceno ao público cristão na última sexta-feira (13), com publicação no Diário Oficial da União (DOU nesta segunda (16). Os textos reconhecem expressões culturais e dedicam datas a homenagear símbolos de evangélicos e católicos.

Lula e o Partido dos Trabalhadores tentam uma aproximação com o eleitorado cristão. Em agosto, a legenda divulgou uma cartilha em que aponta caminhos para candidatos dialogarem com o público evangélico nas eleições de 2024, sem esbarrar em preconceitos e estereótipos.

No primeiro semestre, o governo Lula lançou a campanha publicitária intitulada “Fé no Brasil”, com filmes para juntar as marcas da gestão e, ao mesmo tempo, fazer um aceno aos evangélicos. Pesquisas encomendadas pelo Palácio do Planalto mostraram queda na popularidade do presidente, especialmente no segmento evangélico, que representa 30% do eleitorado. A portas fechadas, a avaliação é de que o governo tem perdido a batalha da comunicação para aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

As leis foram aprovadas no Congresso Nacional e têm o caráter simbólico, reconhecendo o Cristianismo como manifestação cultural do país, criando o Dia Nacional da Pastora e do Pastor e considerando o Círio de Nazaré como Manifestação Cultural Nacional.

Lei nº 14.972: Reconhece Círio de Nazaré como manifestação da cultura nacional

Reconhece como manifestação cultural nacional o Círio de Nazaré, realizado na cidade de Belém, no Pará. O culto a Nossa Senhora de Nazaré começou há 300 anos no município, quando a imagem peregrina foi levada por missionários a todas as capitais brasileiras. Desde então, a procissão é uma das maiores manifestações religiosas do Estado.

O texto foi assinado por Lula, pelo ministro interino da Cultura, Márcio Tavares Dos Santos, e pela nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo.

Lei nº 14.969: Reconhece o cristianismo como manifestação cultural nacional

O texto reconhece “expressões artísticas cristãs e os reflexos e as influências do cristianismo, além de seus aspectos religiosos, como manifestação cultural nacional”. A lei é assinada por Lula e pelo ministro interino da Cultura, Márcio Tavares Dos Santos.

O objetivo é “assegurar que o cristianismo seja valorizado como parte importante do patrimônio cultural brasileiro, ressaltando a influência histórica e sociocultural ao desenvolvimento do País”, disse, em nota, o governo.

Lei nº 14.970: Cria o Dia do Pastor Evangélico

Institui o Dia Nacional da Pastora Evangélica e do Pastor Evangélico. A data será celebrada no segundo domingo de junho, sem ser feriado. A lei foi assinada por Lula e pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

“A criação de um dia específico também reforça a importância da diversidade religiosa no Brasil, um país caracterizado por sua pluralidade e respeito às manifestações religiosas e culturais,” informou o governo em nota.


Por Val-André Mutran – de Brasília

 


 Tags: Cultura, Política, Religião

 

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Exército entra na luta contra incêndios na região de Marabá

 INCÊNDIOS

O apoio consiste no emprego de viaturas de transporte de pessoal e material das equipes dos bombeiros militares e da Defesa Civil 

Matéria do Blog Zé Dudu | Publicado em 16/09/2024 | às 14:30 


O Comando Militar do Norte (CMN) deu início, neste sábado (14), ao apoio logístico das ações de combate a incêndios em áreas afetadas da região de Marabá e em outros municípios do Pará. A 23ª Brigada de Infantaria de Selva presta suporte à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros Militares em incêndios registrados no sudeste do estado, como é o caso de Bom Jesus do Tocantins, onde está localizada a Terra Indígena (TI) Mãe Maria, uma das áreas mais afetadas no momento.

O apoio consiste no emprego de viaturas de transporte de pessoal e material das equipes dos bombeiros militares e da Defesa Civil, caminhões tanques de água, que abastecem os cestos de aeronaves para o combate em focos de difícil acesso e no rescaldo de focos ao longo da BR-222, eixo de acesso à região, além de um trator de esteira na preparação de aceiros, para a impedir o alastramento do fogo para outras áreas de floresta preservada.

“Estamos fazendo a aproximação de viaturas e equipamentos para prestar o apoio e suporte ao Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Neste momento, temos viaturas de transporte de pessoal, caminhão tanque de água e trator de esteira. Esses equipamentos e essas viaturas vão trabalhar no apoio para fazer o aceiro e mitigar os focos de incêndio na Terra Indígena Mãe Maria,” explicou o coronel Faustino, comandante do 23° Batalhão Logístico de Selva de Marabá, sobre a atuação do Exército Brasileiro.

Em 24 horas, o apoio dos meios do Exército permitiu o aumento da capacidade dos meios aéreos e terrestres no combate ao incêndio, com mais de 1 km de aceiros realizados, transporte e abastecimento de 24 mil litros de água, reconhecimento de locais de difícil acesso e apoio de abastecimento de combustível, dentre outras atividades, demonstrando a capacidade de resposta imediata.

As ações serão desencadeadas também no estado do Tocantins, contando com meios terrestres e fluviais prontos, para garantir a segurança das populações e do meio ambiente amazônico.

O CMN mantém a 23ª Brigada de Infantaria de Selva, que é uma das Forças de Emprego Estratégico do Exército e Força de Prontidão, com meios preparados para aumentar o apoio à Defesa Civil na área de responsabilidade. Tudo com a finalidade de prestar o apoio necessário às instituições nas esferas federal, estadual e municipal, empregando militares adestrados para atividades dessa natureza.


Incêndio

 

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AGU quer R$ 635 milhões de fazendeiros no Pará por dano climático em primeira ação em nome do Instituto Chico Mendes

 CRIMES AMBIENTAIS

Ação em nome do ICMBio mira 3.000 cabeças de gado ilegais na Floresta Jamanxim

Matéria da Agenda do Poder | Escrito por Gustavo Kaye | Geral | 17 de setembro de 2024 – 01:16

A AGU (Advocacia-Geral da União) anunciou nesta segunda-feira (16) que entrou na Justiça em sua primeira ação de reparação por dano climático em nome do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

O valor estipulado é de R$ 635 milhões de ressarcimento por uma destruição de 7.075 hectares de floresta amazônica. A cifra foi calculada a partir do custo social do 1,1 milhão de toneladas de gases de efeito estufa emitidos em razão da degradação, segundo cálculo da advocacia.

De acordo com o ministro da AGU, Jorge Messias, a ação tem cinco alvos e se dá em resposta a crimes cometidos na Floresta Nacional de Jamanxim, no Pará.

De acordo com Messias, fazendeiros invadiram a unidade de conservação, promoveram desmatamento ilegal, destruição de áreas de preservação, queimadas, uso de agrotóxicos, impediram a regeneração da mata e utilizaram o terreno para criação irregular de 3.000 cabeças de gado, que não tinham registro nem estavam sob controle de autoridades sanitárias —o que caracteriza fraude sanitária.

Os nomes dos responsáveis, no entanto, devem permanecer sob sigilo até que a Justiça Federal autorize o bloqueio de bens dos alvos.

Messias afirmou ainda que eles já foram alvo tanto do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) quanto da PF (Polícia Federal).

“Essas identificações partem de laudos bem detalhados por autoridades ambientais. São fazendeiros que atuam de modo irregular numa área de preservação ambiental”, disse.

A procuradora nacional do clima da AGU, Marina Cerne, afirmou ainda que a expectativa é que esse tipo de ação, antes limitada ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), passe a ser frequente para o ICMBio.

Messias disse também que novas ações devem ser protocoladas nesta mesma linha. “Essa é a primeira de uma leva grande de ações que nós estamos apresentando, cobrando de infratores ambientais o que nós chamamos de dano climático”, afirmou.

As cabeças de gado foram identificadas e contadas durante sobrevoos na região e teriam sido retiradas às pressas do local logo antes de as operações de fiscalização começarem.

Segundo a AGU, foi solicitada ainda a desocupação total da área irregular, com a demolição das estruturas construídas na região. O órgão pede ainda que a Justiça dê prazo máximo de 30 dias para a retirada, com aplicação de multa em caso de descumprimento.

Outro requerimento foi para que o gado seja considerado indisponível no sistema de rastreio do Pará.

Com informações da Folha de São Paulo

 

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AGU quer R$ 635 milhões de fazendeiros no Pará por dano climático em primeira ação em nome do Instituto Chico Mendes

 

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De X ao G20: a luta contra a desinformação entra pela primeira vez na declaração ministerial


Portal DPL News | Mayara Figueiredo (peça)  | Setembro 16, 2024 
 
 

Sob a presidência do Brasil, que recentemente bloqueou o acesso ao X-share no país, espalhando discursos controversos, incluindo notícias falsas, o G20 terá, de forma sem precedentes, uma agenda para combater a desinformação na declaração ministerial; um esforço do grupo Economia Digital. A declaração sobre o assunto foi entregue aos ministros em 13 de setembro e será lida na reunião de cúpula do G20 em novembro.

Já temos como marco histórico colocar esse problema no centro da mesa e tratá-lo de maneira bastante ampla, disse Joo Brant, secretário de Política Digital da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (SECOM/PR) do Brasil.

Além dos inéditos, o culminar da declaração do grupo Economia Digital foram as questões de conectividade significativa e Inteligência Artificial, temas prioritários do grupo com relevância para a soberania do Sul Global, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A declaração final, no que diz respeito à Inteligência Artificial, foi assinada com o compromisso das 20 maiores economias para promover a colaboração internacional na criação de estruturas interoperáveis de IA. O investimento em infraestrutura tecnológica, bem como em treinamento, se concentrará em países de baixa renda para reduzir as desigualdades digitais, incluindo conectividade significativa.

O grupo estabeleceu um novo índice que recomenda a redução dos custos da Internet, pois esta é uma das principais barreiras ao acesso. O índice também avaliará a velocidade da conexão, a variedade de dispositivos, as habilidades digitais e a segurança cibernética.

No geral, as agendas digitais orientaram as discussões de diferentes grupos de trabalho no G20, com uma abordagem à IA e a digitalização de vários setores sociais e industriais. O Fórum Empresarial, em seu ramo de transformação digital, também fez recomendações com foco em TIC, com a representação do Vrio.
 
(Matéria traduzida com aplicativo do Google)
 
 
 
 
Mayara Figueiredo 
 
 
 

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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Vitória histórica: Terra Indígena Apiaká do Pontal e Isolados é reconhecida pelo Estado brasileiro

TERRITÓRIOS

Mais um passo para a demarcação foi dado nesta quinta-feira (5), em Brasília, com a publicação da portaria declaratória pelo ministro Ricardo Lewandowski

Leandro Krixi Sabanes e Raimundo Paigo Munduruku saíram de suas aldeias na Terra Indígena (TI) Apiaká do Pontal e Isolados, em Mato Grosso, com a missão de participar de uma audiência com o ministro Ricardo Lewandowski, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), nesta quinta-feira (5), em Brasília, para cobrar o andamento do processo de demarcação de sua terra. O que eles não imaginavam era que conseguiriam sair da reunião com a portaria declaratória assinada pelo ministro, em mãos.

Helena Corezomaé | Publicado em: 05/9/24


Ministro ao lado de Raimundo. Foto: Estella Libardi

Ao receberem a notícia diretamente de Lewandowski, os olhos de Leandro e Raimundo brilharam de alegria e esperança. A conquista representa um marco histórico para o povo Apiaká, selando a luta de mais de 25 anos por seus direitos territoriais.

O documento reconhece que a área, com 982 mil hectares, pertence ao território do povo Apiaká. Essa é a terceira etapa do procedimento demarcatório.

“O dia 5 de setembro vai ficar marcado na história, na luta do povo Apiaká da Terra Indígena Apiaká do Pontal e Isolados. É um grande passo que a gente está dando hoje, extremamente importante para nós Apiaká”, disse Leandro, que é presidente da Associação da Aldeia Matrinxã.

Raimundo Paigo Munduruku, da Aldeia Pontal e presidente da Associação Uruwy Apiaka Baixo Juruena, lembrou que a luta para que esse momento acontecesse é antiga e começou em 1999.

“É alegria para nós que estamos aqui e, também, para quem está na aldeia. A felicidade não tem tamanho. Agora é aguardar a Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas] fazer a demarcação física”.

Raimundo e Leandro em audiência com o ministro. Foto: Ricardo Carvalho | OPAN

Raimundo ainda afirmou que a conquista representa um passo fundamental para a proteção do meio ambiente, da biodiversidade e da cultura dos Apiaká e Munduruku, mas também para os povos indígenas isolados que vivem no território.Terra Indígena Apiaká. Foto: Adriano Gambarini/OPAN


Terra Indígena Apiaká. Foto: Adriano Gambarini/OPAN

A presidente da Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), Eliane Xunakalo, comemorou a vitória do povo Apiaká e disse que é resultado de muita mobilização.

“A Fepoimt fez várias incidências. Conversamos com o Ministério da Justiça, MPI [Ministério dos Povos Indígenas] e a Funai. Agora, a gente precisa continuar lutando para que mais territórios também tenham a declaração e a demarcação”, afirmou.

Na audiência, o ministro Ricardo Lewandowski ressaltou que, apesar de todas as discussões enfrentadas no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, em relação às demarcações dos territórios indígenas, é necessário avançar.

“Eu destaco que esse dia 5 de setembro de 2024 ganha ainda maior relevância porque é a primeira vez em seis anos que o Ministério da Justiça e Segurança Pública emite novas portarias de demarcação de terras indígenas. A última declaração emitida por essa pasta foi em 2018”.

Além da TI Apiaká do Pontal e Isolados, outras duas, a Terra Indígena Cobra Grande e Maró, no Pará, foram declaradas pelo ministro Lewandowski.

Próximos passos

Após declarada pelo MJSP, o processo retorna à Funai para que seja realizada a demarcação física da área, colocando as placas e os marcos indicando os limites da terra.

Feita a demarcação física, o processo é encaminhado novamente ao Ministério da Justiça para conferência e, depois, à Presidência da República para homologação.

Após a homologação, a Funai procede ao registro da terra indígena na Secretaria do Patrimônio da União (SPU)e nos cartórios de registros de imóveis, por ser uma terra pública de usufruto exclusivo dos povos indígenas.

 

Origem da matéria:

Vitória histórica: Terra Indígena Apiaká do Pontal e Isolados é reconhecida pelo Estado brasileiro

 

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Presidente do PSDB confirma que Datena continua candidato em São Paulo após cadeirada em Marçal

AGRESSÃO

Em debate na noite de domingo (15), o candidato tucano agrediu fisicamente o adversário do PRTB

Por Lucyenne Landim | Publicado em 16 de setembro de 2024 | 08:47 - Atualizado em 16 de setembro de 2024 | 09:30


“Datena é e continuará a ser o candidato do partido”, disse Perillo após o debate da TV Cultura.

BRASÍLIA - O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, informou que o partido não pretende retirar a candidatura de José Luiz Datena (PSDB) para aPrefeitura de São Paulo. Em debate realizado pela TV Cultura na noite de domingo (15),Datena agrediu fisicamente o candidato Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeirada.

“Datena é e continuará a ser o candidato do partido”, disse Perillo à CNN logo após o episódio. A escalada entre os dois começou após Marçal citar uma denúncia de assédio e perguntar a Datena quando o adversário iria parar com a “palhaçada” e desistir da candidatura.

Na resposta, o candidato do PSDB chamou o ex-coach de “bandidinho”. Ocupando o tempo de réplica, o candidato do PRTB continuou as ofensas. Em seguida, a situação escalou e Datena saiu de sua bancada com a cadeira em mãos e acertou seu adversário.

A situação resultou na paralisação do debate e na expulsão de Datena, que alegou ter “perdido a cabeça” após a referência ao suposto caso de assédio. O candidato do PSDB disse que sua sogra morreu por AVCs por conta da denúncia e que, por isso, não pôde se conter.
Marçal foi levado a um hospital com suspeita de fraturas na região torácica e dificuldade para respirar. Ele registrou um boletim de ocorrência contra Datena por lesão corporal e injúria.

Esta não foi a primeira ocasião de troca de ofensas entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Em debate da TV Gazeta junto ao canal My News em 1º de setembro, Datena chegou a sair de sua bancada e ir em direção a Marçal, ato proibido pelas regras definidas entre as equipes dos candidatos. Ele não chegou a qualquer atitude física e usou direito de resposta.



Tags PABLO MARÇAL BRASÍLIA ELEIÇÕES EM SÃO PAULO ELEIÇÕES 2024 JOSÉ LUIZ DATENA


Origem da Matéria: Presidente do PSDB confirma que Datena continua candidato em São Paulo após cadeirada em Marçal



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Bancada do Pará é a favor da exploração de petróleo na Margem Equatorial

PETRÓLEO

Os 20 congressistas do estado divergem apenas em detalhes sobre as condicionantes ambientais, se posicionando a favor da imediata pesquisa pela Petrobras nos poços já mapeados

Matéria do Blog Zé Dudu | * Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília. | Publicado em 16/09/2024 | às 10:59

O “Novo Pré-Sal”, se entende por cinco bacias na Margem Equatorial, do Norte e uma pequena faixa do Nordeste do país

O polêmico início da perfuração de poços nas cinco bacias que compõem a chamada Margem Equatorial, ou o “Novo Pré-Sal”, cuja exploração vai dimensionar o tamanho das reservas de petróleo e gás natural na região, conta com o apoio dos 3 senadores e 17 deputados federais da Bancada do Pará no Congresso Nacional. Do PT ao PL, todos são favoráveis ao início imediato das pesquisas, divergindo, apenas, em detalhes sobre as condicionantes ambientais exigidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que negou permissão em maio de 2023 e, até o momento, não se manifestou sobre o pedido de reconsideração da Petrobras.

Hélder Barbalho participou de seminário em São Paulo e defendeu a pesquisa para estabelecer qual o potencial de petróleo e gás na região

Por sua vez, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), afirmou que defende a pesquisa da Petrobras para avaliar a possível exploração de combustíveis fósseis na foz do rio Amazonas. Principal cabo eleitoral do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Norte do país. Barbalho será, ao lado do presidente, um dos principais anfitriões da COP 30 — a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada na cidade de Belém, capital do Pará, que se prepara para receber cerca de 100 delegações durante o evento, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025.

Câmara dos Deputados
Deputados federais do Norte do país e de outras regiões, defenderam a exploração de petróleo e gás natural na Margem Equatorial, faixa marítima que se estende do litoral do Amapá ao Rio Grande do Norte, e inclui cinco bacias sedimentares (Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar). O assunto foi discutido em várias reuniões nas Comissões Temáticas da Casa, especialmente em audiências públicas na Comissão de Minas e Energia.

Quando presidiu o colegiado, o deputado Rodrigo de Castro (União-MG), que anteriormente solicitou através de requerimento, um debate sobre o tema, afirmou que a audiência pública contribuiu para municiar os deputados sobre a importância da exploração petrolífera do chamado Arco Norte do Brasil.

“A audiência deu subsídio à comissão para nos ajudar a destravar essa quest,ão”, disse Castro. Segundo ele, a exploração da região é uma necessidade, principalmente para os estados da Margem Equatorial (Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte). “A população daqueles estados não pode ser punida com o atraso”, completou.

O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) também defendeu as atividades de exploração na Margem Equatorial e criticou o Ibama que negou a licença de pesquisa após a mudança de governo nas eleições de 2022

O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) também defendeu as atividades de exploração na Margem Equatorial e criticou o Ibama por ter indeferido, em maio de 2023, licença solicitada pela Petrobras para perfuração de um poço na bacia da Foz do Amazonas para averiguar a existência de petróleo.

“Quando aparece uma oportunidade, para os estados do Norte poderem ‘desafogar’ essa pobreza que temos lá, aparecem técnicos que talvez nunca tenham ido à Amazônia, que não conhecem a foz do Amazonas”, disse Passarinho.

Passarinho apontou uma série de benefícios econômicos com a exploração petrolífera no território estadual. “Para ver a importância da exploração do petróleo na nossa Amazônia Equatorial basta ver o resultado que está havendo na Guiana, O maior pib per capita do mundo, este ano, será lá em virtude da exploração do petróleo”.

“Os investimentos feitos, a geração de empregos, a geração de renda com a venda desse petróleo, então, é importantíssimo que a Amazônia não perca essa oportunidade de trazer trabalho, emprego e renda para nossa população, que é pobre e tem o pior IDH do Brasil. O resultado da Guiana nos mostra a chance que nós temos de melhorar a condição de vida de quem mora nesta região da Amazônia”, afirmou Joaquim Passarinho.

Em documento interno da Petrobras encaminhado ao Ibama ao qual a reportagem do Blog do Zé Dudu teve acesso (confira a íntegra aqui), revela como a estatal tem operado para conseguir convencer os órgãos ambientais a liberar a exploração de petróleo na chamada margem equatorial.

O documento, assinado por Daniele Lomba Zaneti Puelker, Gerente Executivo de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras, se refere a conformidade do processo de outorga do Bloco FZA-M-59, na Foz do Amazonas e que seria o primeiro a ser perfurado na Margem Equatorial Brasileira é a locação Morpho (1-APS-57). O referido poço está localizado no bloco exploratório FZA-M-59 em águas ultra profundas do estado ao Amapá, na Bacia da Foz do Amazonas, distando aproximadamente 175 km do ponto mais próximo da costa, em lâmina d’água de cerca de 2.880 metros, 80 km a sudeste do poço GM-ES-4 (CBUS) CEBUS, 127 km do poço GM-ES-1 (Zaedyus), ambos localizados na Guiana Francesa, e em plena operação de extração de petróleo e gás natural, gerando bilhões de dólares em receita ao país vizinho.

Sobre o Processo de Licenciamento Ambiental

De acordo com o documento, ao longo de todo o processo de licenciamento foi dada a ampla oportunidade de participação da sociedade. Foram realizadas, 47 reuniões setoriais em 22 municípios, além de três audiências públicas, em 2017, nos municípios de Oiapoque/AP, Macapá/AP e Belém/PA. Além disso foram realizadas, entre outubro e dezembro de 2022, um total de 20 reuniões informativas, em 18 municípios da área de influência da atividade, sendo duas reuniões ampliadas, em novembro de 2022, nos municípios de Oiapoque e Belém.

Essas reuniões contaram com ampla participação de entidades representativas de populações indígenas e quilombolas, associações e colônias de pescadores, representantes de reservas extrativistas e de órgãos públicos dos municípios abrangidos, bem como de instituições de pesquisa e universidades, entre outras partes interessadas.

Ainda de acordo com o documento, no que tange às discussões relativas aos estudos de modelagem de óleo, a Petrobras apresentou, em novembro de 2022, modelagem atualizada, incorporando os avanços computacionais ocorridos nos últimos anos, tais como a atualização de softwares de simulação e novos dados de correntes e ventos não disponíveis à época da elaboração de modelagem até então constante no processo. Em 31/01/2023, através do Parecer Técnico no 31/2023-Coexp/CGMac/Dilic (SEI 14749626), o Ibama aprovou a nova modelagem de dispersão de óleo apresentada pela Petrobras, a qual corroborou os padrões de hidrodinâmica da região e os resultados obtidos na modelagem de 2015.

Ressalta-se que a modelagem de 2015 já havia sido aprovada pelo Ibama. Ambos os estudos indicam que não há probabilidade de toque de óleo na costa brasileira. Ressalta-se que modelagem é realizada conforme previsto no Termo de Referência emitido pelo órgão ambiental, considerando cenário conservador de 30 dias de vazamento de óleo em volume de pior caso, sem qualquer atuação de contenção pela empresa.

Ainda que os cenários acidentais representados pela modelagem de dispersão de óleo não indiquem a possibilidade de óleo atingir a costa brasileira, a Petrobras conta com uma estrutura de resposta extremamente robusta, com profissionais altamente capacitados e equipamentos seguros, tanto para ações no mar quanto para ações de proteção de costa, assim como para a proteção de fauna. A estrutura de resposta a emergências foi detalhadamente apresentada ao órgão no âmbito do processo, tendo sido incorporadas diversas melhorias ao longo das discussões realizadas.

Visando garantir a eficácia das ações de resposta nacional e transfronteiriça em caso de eventos acidentais com vazamento de óleo, a Petrobras realizou diversas reuniões com interlocutores estrangeiros, mediante coordenação com o Ministério de Relações Exteriores (MRE), com vistas à apresentação do projeto de perfuração no bloco FZA-M-59, dos riscos associados aos cenários de vazamento de óleo e dos resultados de deriva de mancha com atingimento de águas de jurisdição da Guiana Francesa, do Suriname e da Guiana.

Mudança de governo

O Ibama caminhava para liberar a perfuração, mas, com a virada do governo federal de Bolsonaro para Lula, o processo passou a ser revisto pelo órgão ambiental federal.

No mais recente movimento, analistas do órgão emitiram um parecer técnico sugerindo a rejeição do licenciamento ambiental sob a justificativa de que há forte impacto ambiental.

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira

No governo federal, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira — assim como o comando da Petrobras —, são entusiastas da operação, enquanto a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem defendido cautela.

Senado

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, classificou como “uma incoerência e um absurdo” a exigência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a realização de novos estudos sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, no litoral norte do país. A declaração foi durante audiência pública da Comissão de Infraestrutura do Senado no ano passado.

Para o Alexandre Silveira, documentos apresentados por um grupo de trabalho do Ministério do Meio Ambiente em 2012, antes da licitação dos blocos pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), seriam suficientes para a prospecção de reservas no poço de Foz do Amazonas.

Durante a audiência pública, Silveira sugeriu que o Ibama indique exigências ambientais que possam resultar na liberação da área. Mas o órgão condiciona a exploração à apresentação de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS).

“O parecer do Ibama não tem questões intransponíveis. Só vai se tornar intransponível se se discutir a AAAS. Será uma incoerência e um absurdo com brasileiros que precisam do desenvolvimento econômico com frutos sociais e equilíbrio ambiental. Podemos até discutir que nenhum outro bloco deve ir a leilão antes da AAAS. Mas para aquilo que já foi leiloado, se formos recomeçar esse licenciamento, vamos estar descumprindo contratos. Outras petroleiras no mundo ganharam blocos de petróleo ali e vão discutir com a União ressarcimento de recursos investidos, inclusive de outorga”, disse Alexandre Silveira.

O ministro de Minas e Energia defendeu mais “sinergia política” entre os diversos setores do governo federal envolvidos na liberação ambiental e na exploração de petróleo. Ele se disse “surpreendido” com a decisão do Ibama, tornada pública no ano passado sem “um debate mais profundo” sobre o tema.

“Não temos e não devemos ter dois, três ou quatro governos. Devemos ter um único governo. E, na minha opinião, só temos um: um governo liderado pelo presidente Lula. Tomei a liberdade de ligar para o presidente do Ibama e dizer da importância de ele ‘sinergizar’ a decisão final dele. Estudar a possibilidade de o caminho ser, em vez da negativa, as condicionantes ambientais que superassem esta questão. É inadmissível que não possamos conhecer das nossas potencialidades minerais no país”, afirmou.

O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) e o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), trabalham para destravar a regulamentação de pesquisa de petróleo e gás no “Novo Pré-Sal”

Já o senador Zequinha Marinho (Podemos-Pará) fez questão de reiterar o que tem defendido nos últimos meses. “Como tenho dito, a exploração na Foz vai contribuir em diversos aspectos, mas especialmente no socioeconômico, pois vai gerar riqueza ao país e oportunidades a quase 30 milhões de brasileiros, habitantes da Amazônia, que convivem historicamente com os piores índices de desenvolvimento humano do Brasil. Não vejo a hora de isso se tornar realidade”.

Nova fronteira

A Margem Equatorial é vista como uma nova fronteira exploratória por causa de descobertas de petróleo e gás natural realizadas nos vizinhos Guiana e Suriname. O avanço das atividades de exploração é questionado por ambientalistas devido a presença de ecossistemas pouco conhecidos.

Atualmente, existem 41 blocos exploratórios sob concessão na região, todos fruto da 11ª Rodada da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ocorrida em 2013. A então diretora-geral da ANP na época da concessão, Magda Chambriard — nomeada recentemente presidente da Petrobras —, afirmou à comissão que a rodada foi pensada para descentralizar a atividade petrolífera no Brasil, concentrada no Sudeste.

Desde então, no entanto, a produção na margem equatorial tem sido marginal, motivada por fatores como dificuldades para a obtenção das licenças ambientais e centralização de investimentos petrolíferos na camada pré-sal, na bacia de Santos.

Declínio

Durante a audiência pública, os convidados também defenderam a ativação da nova fronteira. O diretor do Departamento de Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Rafael Bastos, afirmou que estudos recentes do governo apontam que a produção de petróleo e gás no pré-sal, hoje responsável por quase 80% da produção nacional, vai declinar no médio prazo.

“Se não houver reposição de reservas, na década de 2030 poderemos ter o risco de perder a autossuficiência de petróleo e termos a necessidade de importar petróleo bruto”, afirmou. A mesma advertência foi feita pelo diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia. “Se não produzirmos petróleo, teremos que importá-lo”, disse.

Arrecadação do petróleo para proteção da Amazônia

O governo pode ser obrigado a aplicar parte dos ganhos da produção petrolífera — como royalties — na proteção da Floresta Amazônica e dos povos tradicionais. Para isso, projeto de lei do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) destina 20% dos recursos do Fundo Especial do Petróleo (FEP) a projetos em áreas afetadas pela atividade petrolífera.

Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, promove audiência pública para debater sobre as potencialidades econômicas das reservas previstas de petróleo e gás na chamada margem equatorial brasileira. Da esquerda para a direita, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar; o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho; presidente eventual da CMA, senador Beto Faro (PT-PA), em pronunciamento; o diretor-executivo de Exploração e Produção do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Júlio Moreira; o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Falcão Mendes; e a gerente-geral de Licenciamento Ambiental da Petrobras, Daniele Lomba Zaneti Puelker

O projeto de lei (PL) 13/2024 ainda será incluído na pauta da Comissão de Meio Ambiente (CMA) pela presidente do colegiado, senadora Leila Barros (PDT-DF). O texto busca conciliar a preservação ambiental com o desenvolvimento econômico, segundo informa Randolfe na justificação do projeto, que é relatado pelo senador Beto Faro (PT-PA) na forma de uma versão alternativa (substitutivo).

“Dessa forma, garantimos a manutenção da nossa floresta e desenvolveremos uma economia pujante e verde […]. Investiremos em integração logística e exploração sustentável dos recursos naturais, promovendo a pesquisa e lavra seguras e beneficiando a todos e todas que habitam essas regiões”, defende Randolfe.

O senador é favorável às pesquisas de viabilidade de produção de petróleo na chamada Margem Equatorial, com poços a 175 quilômetros da foz do Rio Amazonas. A exploração na região enfrenta impasse entre a Petrobras, o governo federal e o Ibama, responsável por conceder licenciamento ambiental.

 
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Amazônia, Bancada do Pará, Economia, Meio Ambiente, Política 

 

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Dino autoriza governo a usar crédito extraordinário fora da meta fiscal no combate a incêndios

ECONOMIA

Autorização até o final deste ano e recursos só podem ser utilizados no
combate ao fogo


Estadão Conteúdoi | 15/09/2024 - 16:51

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), reconheceu a crise climática causada pelas queimadas em todo País e determinou uma série de medidas a serem adotadas pelo governo federal para conter a devastação em biomas como a Amazônia e o Cerrado.

Em decisão publicada neste domingo, 15, o magistrado autorizou, por exemplo, a abertura de crédito especial fora do arcabouço fiscal para fazer frete à devastação.

A autorização de gastos fora da regra fiscal vale até o final deste ano. Os recursos extraordinários, contudo, só podem ser utilizados no combate ao fogo. Dino argumentou na decisão que a crise climática provocada pelas queimadas, que já atingem 60% do território nacional, é semelhante à tragédia provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul meses atrás.

“A semelhança jurídica é nítida em relação às recentes enchentes no Rio Grande do Sul, que redundaram em intensas medidas de socorro e reparação”, argumentou.

“Sob a perspectiva de conflito entre valores constitucionais (Responsabilidade Fiscal e Responsabilidade Ambiental), deve-se fazer preponderar aquele que possui o maior risco de extinguir-se irremediavelmente, qual seja, o Meio Ambiente e a Vida das populações afetadas”, prosseguiu o ministro.

Dino ainda autorizou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a eliminar o intervalo de tempo previsto em lei para contratar brigadistas temporários pelo Ibama e ICMBio. Atualmente, os órgãos ambientais precisam esperar três meses para efetuar novas contratações. O interregno ficará suspenso até o final deste ano, assim como os gastos fora do arcabouço fiscal.

“Pode-se dizer que as consequências negativas para a Responsabilidade Fiscal serão muito maiores devido à erosão das atividades produtivas vinculadas às áreas afetadas pelas queimadas e pela seca do que em decorrência da suspensão momentânea, e apenas para estes últimos quatro meses do exercício financeiro de 2024, da regra do § 7º do art. 4º da Lei de Responsabilidade Fiscal”, escreveu Dino.

O ministro também determinou o uso dos recursos do Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-fim da Polícia Federal (Funapol) na condução dos inquéritos que apuram crimes ambientais, como queimadas ilegais, na Amazônia e no Pantanal.


Fogo consumiu um território equivalente ao estado da Paraíba em agosto

A área queimada no Brasil este ano mais do que dobrou em relação a 2023. Desde janeiro, foram destruídos quase 11,4 milhões de hectares (cerca de 11 milhões de campos de futebol), alta de 116% em relação a 2023. O levantamento é do Monitor do Fogo, do MapBiomas, que reúne ONGs, universidades e empresas de tecnologia.

A escalada de focos de fogo em todo o País é a pior desde o início da série histórica do MapBiomas, de 2019. Em várias regiões do País, a fumaça de incêndios tem deixado o ar poluído e causado fenômenos como a “chuva preta”, registrada no Rio Grande do Sul. Só em agosto foram 5,65 milhões de hectares destruídos, área equivalente à do Estado da Paraíba.

Como o Estadão mostrou, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi alertado antecipadamente sobre a seca e o risco de incêndios florestais no Brasil. Uma série de documentos incluindo ofícios, notas técnicas, atas de reuniões e processos judiciais mostra que a gestão petista tinha ciência do que estava por vir desde o início do ano.

O Ministério do Meio Ambiente afirmou, após a publicação da reportagem, que o governo se antecipou, mas que ninguém esperava eventos nas proporções atuais e que não é possível controlar a situação se o “povo” continuar provocando incêndios.

 

Origem da matéria: Dino autoriza governo a usar crédito extraordinário fora da meta fiscal no combate a incêndios 

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domingo, 15 de setembro de 2024

Sefa apreende 32 toneladas de minério de cobre no Araguaia

FINANÇAS E FAZENDA 

A carga foi avaliada em R$ 64 mil

Matéria Agência Pará | Por Ana Márcia Pantoja (SEFA) | 15/09/2024 12h10 


Foto: DivulgaçãoUma fiscalização realizada pela equipe da Coordenação de controle de mercadorias em trânsito do Araguaia, da Secretaria da Fazenda do Pará (Sefa), no km-15 da PA-447, em Conceição do Araguaia, sudeste do Estado, apreendeu, no dia 14/09, apreendeu 32 toneladas de minério de cobre, mercadoria avaliada em R$ 64 mil.

“Durante fiscalização, conduzida pela equipe de Barreira de Campo, localizada na Rodovia PA 441 - km 38, na fronteira entre Pará e Tocantins, um caminhão não obedeceu à ordem de parada obrigatória e foi perseguido e trazido de volta pela Polícia Militar do Estado do Pará”, contou o coordenador da unidade Sefa no Araguaia, Cicinato Oliveira.


Foto: Divulgação

O condutor da carga apresentou documentação fiscal de 37 toneladas de soja que supostamente iam de Santana do Araguaia para Santa Maria das Barreiras, no Pará. “No entanto, após a verificação física da carga, foi constatado que o conteúdo transportado não era soja, mas sim minério”, informou o fiscal de receitas estaduais.

Posteriormente, foi apresentada uma nova nota fiscal indicando que o material era rejeito de cobre, com origem em Anapu, PA, e destino Atibaia, SP. “O condutor alegou ter retirado a carga em Canaã dos Carajás, PA”, relatou Oliveira.

Imagens da amostra do minério foram enviadas à Agência Nacional de Mineração (ANM), que confirmou que a carga era de minério de cobre, cuja extração e transporte não possuíam autorização.

Diante das irregularidades foi emitido um Termo de Apreensão e Depósito (TAD) no valor de R$ 13.824,00, referente a ICMS e multa. O caminhão foi escoltado pela Polícia Militar do Estado do Pará, juntamente com o fiscal de plantão da Secretaria de Estado da Fazenda, e entregue à Polícia Federal em Redenção, para investigação e procedimentos legais.


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Sefa apreende 32 toneladas de minério de cobre no Araguaia

 

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