ALTAS TEMPERATURAS
VER-O-FATO | por Redação |25/06/2022
A confusão foi grande e teve ofensas, ameaças de agressão física e xingamentos dos partidários do prefeito contra um ex-prefeito de Tucuruí. Detalhe: todos apoiam Helder, mas se dividem no apoio a Elcione, a mãe do governador |
Um fato ocorrido hoje, 25, em Tucuruí, no sudeste paraense, reforça o que o Ver-o-Fato vem publicando já há algum tempo: para se reeleger a qualquer preço, o governador Helder Barbalho não mede riscos e, com isso, acaba expondo a própria família diante da violência que grassa por todo o estado. Sorte da deputada federal Elcione Barbalho, mãe de Helder, que saiu ilesa de um episódio que poderia ter redundado em graves consequências.
O problema é que Helder não quer apenas se reeleger, ele quer que até adversários municipais o apoiem, acenando para eles com cargos, benesses e favores do poder. Até aí, esse tipo de fisiologismo é considerado coisa normal na política brasileira, que se recusa a evoluir. Não, porém, com tamanha dose de obsessão pelo poder como a nutrida pelo atual governador paraense .
Em Tucuruí, hoje chamada de a “Cidade do Medo” – fruto da ação de organizações criminosas, execuções e predomínio do tráfico de drogas -, a violência política também está na ordem do dia. É aí que entra o projeto de reeleição de Helder. Ele conseguiu fechar um leque de adesões à candidatura dele que passa por cima das inimizades entre políticos locais. Pouco importa, o que interessa são mais quatro anos de mandato. É um risco político calculado e a possibilidade de isso dar errado não é avaliada pelo governador.
Para entender o que ocorreu nesta manhã de sábado, em Tucuruí, é preciso que se diga, didaticamente, sem precisar desenhar, quem apóia quem nessa eleição onde no município todos só têm um nome para o cargo maior do estado: o próprio Helder Barbalho. Pois bem.
O prefeito, Alexandre Siqueira, é aliado de primeira hora do governador. Assim, Barbalho é Siqueira e Siqueira é Barbalho até debaixo d´água, ou melhor no fundo do Lago de Tucuruí. Por outro lado, Siqueira é inimigo pessoal e nutre ódio pelo ex-prefeito Artur Brito. A recíproca é verdadeira. Acontece que Artur Brito também é aliado de Barbalho e está ao lado dele para o que der e vier. Siqueira e Brito, como se vê, não podem ser convidados para a mesma peixada, ou churrascada, naquela cidade.
Colocar os dois no mesmo palanque, na atual conjuntura, parece impensável. E ficou provado, hoje. E ainda tem um detalhe que só poderia dar na confusão que deu, inclusive com xingamentos e ameaças de agressão: Helder Barbalho levou a mãe a tiracolo, Elcione, que é deputada federal e disputa a reeleição.
O padrinho da candidatura dela, em Tucuruí, é ninguém menos que o ex-prefeito Artur Brito, que é pré-candidato a deputado estadual, em dobradinha com Elcione. Enquanto isso, o desafeto de Brito, o prefeito Siqueira, aposta suas fichas e a máquina na candidatura da própria mulher, Andréia Siqueira, a uma vaga na Câmara Federal, o que certamente vai dividir os votos que Elcione precisaria para se reeleger. Isso não cheira bem.
Ataques, clima tenso, palavrões
Em vídeos enviados ao Ver-o-Fato, as imagens mostram um clima pesado, que expõe a segurança física de quem estava na manifestação e foi recepcionar a chegada do governador, que além da mãe, Elcione, de 77 anos, estava acompanhado da mulher, a primeira dama, Daniela Barbalho. O prefeito Siqueira estava com cerca de 60% da claque na manifestação, enquanto Artur Brito, o desafeto dele, mobilizou em torno de 600 simpatizantes.
O alvo das agressões, inicialmente verbais, mas que depois evoluíram para agressões físicas, era a delegação de apoio de Elcione Barbalho e Brito. O que deveria ser um dia de festa política em Tucuruí, no entanto, se revelou um momento de pânico e muita violência, que colocou em risco a vida de muitas pessoas, dentre elas a da própria Elcione, de Helder e da esposa, além de muitas autoridades que integravam a comitiva governamental. Todos iriam participar da inauguração da Policlínica de Tucuruí.
Segundo informações, as hostilidades foram planejadas e anunciadas publicamente dias antes, pelo vereador local Weber Galvão, que apesar de várias decisões judiciais que desvinculam a participação de Artur na morte do ex-prefeito Jones William, irmão de Weber, este usa o fato como bandeira política na cidade.
Jones, que além de amigo de Artur Brito era parceiro político dele, foi assassinado em 25 de julho de 2017. O crime nunca foi elucidado mas em recente decisão desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará, de forma unânime, desvinculam Artur, seu irmão Lucas Brito e a mãe deles, Josenilde Brito, da condição de mandantes do crime.
Ainda no aeroporto, no momento da chegada da comitiva de Helder ao município, o assessor e motorista pessoal do prefeito Siqueira, conhecido como Dirceu, teria começado as primeiras agressões verbais e tentativas de bater nele. Artur precisou de apoio policial para se proteger. “Tu vais estragar o evento, safado, assassino, pilantra”, disse Dirceu para o ex-prefeito.
Logo após a inauguração da Policlínica, quando a comitiva se dirigia para a tenda onde foi montado o palco político, dezenas de assessores do prefeito partiram para cima de Artur, mesmo ele estando ao lado da mãe do governador. Brito, aos gritos, é chamado de “assassino, bandido, covarde”.
Governo de ódio
Há cerca de duas semanas, o prefeito, que vem sendo denunciado por vereadores locais, entre eles Lucas Brito, por diversas irregularidades administrativas, solicitou uma busca e apreensão que resultou na prisão do também pré-candidato a deputado federal, Leandro Maramaldo, solto alguns dias depois, inocentado das acusações.
“Já registramos boletim de ocorrência policial. Acreditamos nos órgãos de segurança pública, acreditamos na justiça. Não vamos nos intimidar com o contratempo que foi armado por nossos adversários políticos. Ao contrário, o ato covarde deles só revelou que são capazes de tudo para fazer o mal. Colocaram em risco muitas vidas, entre elas a minha, da nossa deputada Elcione e do nosso governador Helder Barbalho.”, afirmou Artur Brito
Boletim de Ocorrência
Vídeos gravados no momento da violência circulam pela internet. Veja
Abaixo temos local, para receber seus comentários: Avaliações, Ponto de Vista, Criticas, Elogios e Sugestões:
Obs: Pode ser assinados ou anônimos
Um comentário:
SÃO FARINHA DO MESMO SACO.
Postar um comentário