quarta-feira, 24 de agosto de 2022

1º Encontro Nacional de Castanheiras e Castanheiros reúne extrativistas da Amazônia em Manaus

AMAZÔNIA

 Comércio justo, políticas de apoio ao extrativismo, ameaças aos territórios e castanhais e atuação em rede estarão na pauta de debates do encontro

programação
Mais de 80 extrativistas de todos os estados produtores de castanha-da-amazônia estarão reunidos para o 1º Encontro Nacional de Castanheiras e Castanheiros. O evento, que acontece em Manaus de 23 a 25 de agosto, é promovido pelo Coletivo da Castanha e pelo Observatório Castanha-da-Amazônia (OCA) em parceria com uma série de organizações da sociedade civil, movimento social e organizações de base comunitária produtoras de castanha-da-amazônia.
 
Serão três dias de trocas de experiências, conversas, debates, oficinas, apresentações culturais e reuniões para alinhar a atuação do Coletivo. Entre os convidados, representantes do Coletivo da Castanha e organizações comunitárias, OCA, CNS, COIAB, CIR, CPT e ÓSócioBio.
Coletivo da castanha e OCA

O Coletivo da Castanha é uma rede com mais de 100 extrativistas de mais de 50 organizações comunitárias que trabalham com castanha-da-amazônia, cobrindo todos os sete estados produtores. O coletivo realiza o monitoramento participativo de preços das safras de castanha desde 2017 e irá reunir presencialmente os participantes pela primeira vez desde sua fundação.

O Coletivo é coordenado pelo Observatório Castanha-da-Amazônia, o OCA, uma rede de organizações que tem como missão produzir conhecimento e inteligência, além de mobilizar os diversos atores da cadeia de valor para consolidar um mercado justo, que valorize os povos, populações e comunidades envolvidas ao mesmo tempo em que promove a conservação da floresta. Saiba mais sobre o OCA aqui.

Ambas iniciativas buscam cobrir, debater e buscar soluções para gargalos históricos da cadeia da castanha, como:

  • – Falta de incentivo estatal à atividade
  • – Falta de informações qualificadas sobre o mercado e sobre o produto
  • – Produção pulverizada e de difícil acesso
  • – Insegurança fundiária nas áreas de coleta
  • – Grande presença de intermediários e atravessadores
  • – Dificuldades de infraestrutura logística
  • – Baixo acesso a insumos e serviços
  • – Falta de padronização do produto
  • – Demanda instável e alta oscilação de preços
  • – Baixo conhecimento da sociedade sobre os aspectos culturais e socioambientais da castanha
Fatos sobre a castanha e a cadeia de valor
  • – Movimenta mais de R$ 2 bilhões por ano, no Brasil
  • – Mais de 33 mil toneladas produzidas em 2020
  • – Produção proveniente essencialmente do extrativismo em áreas protegidas
  • – Produção não acontece sem a floresta em pé
  • – Envolve mais de 60 mil pessoas de povos e comunidades tradicionais
  • – Envolve ao menos 127 organizações comunitárias
  • – Envolve aproximadamente 60 empresas de beneficiamento e comercialização
A castanha, o extrativismos e a cadeia de valor

A castanha-da-amazônia, do-pará ou do-brasil, é fundamental para a conservação da Amazônia. Com produção proveniente quase exclusivamente do extrativismo, a castanha e o castanheiro compartilham extensos pedaços de terra na floresta e, para realizar a coleta, são necessárias grandes áreas de floresta conservada, onde se encontram os castanhais.

A castanheira tem no extrativista um aliado. Ao mesmo tempo em que ele coleta e dispersa as sementes, realiza também um trabalho de vigilância e gestão territorial, percorrendo grandes distâncias e protegendo seu território contra a grilagem de terras, desmatamento, queimadas e outras ameaças.

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Jovens Wai Wai despejam ouriços cheios de castanhas. Atividade é feita tradicionalmente em família 📷 Rogério Assis/ISA

A relação castanheira-extrativista faz parte das culturas de inúmeros povos e comunidades tradicionais da Amazônia há milênios. Indígenas, quilombolas e ribeirinhos são os principais responsáveis pela coleta desse fruto que é parte das tradições e modos de vida dessas populações.    

Além dessas valiosas características, a castanha é um dos principais produtos do extrativismo brasileiro, com enorme potencial de geração de renda. A castanha movimenta mais de R$ 2 bilhões por ano só no país, mas de toda essa riqueza gerada, a menor parte fica com os extrativistas.

Estima-se que a cadeia de valor da castanha-da-amazônia envolva mais de 60 mil pessoas de povos e comunidades tradicionais, ao menos 127 organizações comunitárias (sendo 98 associações e 29 cooperativas) e aproximadamente 60 empresas de beneficiamento e comercialização.

E é para buscar caminhos de valorização do trabalho do extrativista coletor de castanha e enfrentar as muitas questões que exigem transformação na cadeia de valor e no apoio ao extrativismo na Amazônia que o Coletivo da Castanha promove o 1º Encontro Nacional de Castanheiras e Castanheiros.

Esta ação do Observatório Castanha-da-Amazônia (OCA) tem apoio do projeto Bioeconomia e Cadeias de Valor, desenvolvido no âmbito da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, com apoio do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha; da Aliança pelo Clima e Uso da Terra (CLUA); e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional – USAID.

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Com a força da castanha, povo Wai Wai cuida da floresta e do nosso futuro. Clique aqui e conheça essa história

 

Por: Adriano Maneo
Fonte: ISA

 

https://amazonia.org.br/1o-encontro-nacional-de-castanheiras-e-castanheiros-reune-extrativistas-da-amazonia-em-manaus/ 

 

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