terça-feira, 9 de agosto de 2022

Bolsonaro se explica do seu jeito: não vou “peidar na farofa” para ter imunidade e “falei merda” ao dizer que usava imóvel funcional para “comer gente”

 

PODER | Manchete | Última atualização:


Não se pode dizer que Jair Bolsonaro se preocupe demais em escolher as palavras quando se manifesta, embora talvez seja indicado, diante de algumas entrevistas dele, pedir que as crianças saiam da sala. Foi em tom chulo que ele deu uma entrevista a um podcast, ontem.

Em entrevista ao Flow Podcast nesta segunda-feira (8), Jair Bolsonaro (PL) negou estar interessado em alguma PEC [Proposta de Emenda à Constituição] que lhe dê anistia ou imunidade após o fim do seu mandato.

Notícias especulam que parlamentares bolsonaristas estariam articulando um texto para que Bolsonaro, assim como outros ex-presidentes, tivesse direito ao cargo de senador vitalício, como forma de blindá-lo de eventuais investigações após sua saída do poder.
 
“Não estou interessado nisso [PEC da anistia], vão falar que eu estou pedindo arrego, ‘peidou na farofa’. Não quero essa imunidade”, afirmou.

Durante a conversa, Bolsonaro também admitiu ter atuado com “imoralidade” enquanto deputado federal, ao receber auxílio-moradia da Câmara dos Deputados, mesmo tendo imóvel próprio em Brasília. “Recebi auxílio-moradia da Câmara, sim. A legislação… Eu tenho um apartamento no Sudoeste [região do Plano Piloto, em Brasília] de 75 m², um apartamento da Câmara são quatro vezes isso, 300 m². O apartamento era meu, comprei, paguei e recebi o auxílio-moradia, sim. Não é ilegal, pode ser imoral. Mas eu vivia do meu salário, tinha outras despesas que… Agora, eu, por exemplo não pagaria condomínio do apartamento da Câmara. Lá no meu, pagava condomínio. Concordo contigo, entra na imoralidade”.

Bolsonaro ainda admitiu ter falado “merda” no passado ao dizer que usava seu apartamento funcional em Brasília para “comer gente”. “Lógico que eu falei merda, porra. Falei que usava o dinheiro para fazer um negócio aí [comer gente]. Daí a negada falou pra mim ‘porra, se fosse o contrário, para namorar um homem não tinha problema’. Eu não fazia nada daquilo. Cheguei em casa, minha mulher [estava com] um olho, ela que me comeu aquele dia com olhos, esporro, mijada. ‘Como é que você fala um negócio desses? Como é que eu fico?’ Ela tem razão, aloprei”.
 
 
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