domingo, 18 de setembro de 2022

A 15 dias das eleições, Instituto Doxa publica ranking para deputado estadual e federal no Pará

Foram feitos dois levantamentos em agosto e setembro


Zé Dudu | Publicado em 17/09/2022 | às 14:16 


Brasília – O Instituto Doxa Pesquisas publicou o mais completo retrato da corrida eleitoral para deputado estadual (41 vagas) e federal (17 vagas) dessas eleições no Estado do Pará. Os dois levantamentos abrangem 46 municípios paraenses que foram compilados em dois grandes Bancos de Dados. De acordo com Dornélio Silva, CEO do Doxa Pesquisas, “os estudos dos cargos proporcionais são baseados em duas pesquisas no estado realizadas nos meses de agosto e setembro. As pesquisas estão registradas no Tribunal Regional Eleitoral sob os números PA-04691/2022 e PA-00891/2022.

Os dados dos questionários aplicados foram compilados e cruzados resultando numa lista dos candidatos mais citados pelos entrevistados. No primeiro, o entrevistado escolhe o nome num disco de opções e no outro, os entrevistados, de forma espontânea, respondem em quem votarão para deputado estadual e para deputado federal.

Dados cruzados, a lista não apresenta muitas surpresas. Candidatos que fazem da política profissão lideram as listas, com raras exceções, que reflete os dias atuais e fenômenos recentes como a penetração e influências das redes sociais.

Vários dos candidatos bem colocados, têm por trás de si uma forte atuação nas redes sociais, como o vereador de Ananindeua Bob Fllay, uma espécie de Tiririca paraense. Como vereador, o agora candidato à deputado estadual “avacalha com a política”, o que agrada um eleitorado despolitizado e de baixa instrução. “A ordem é esculhambar e ganhar as eleições, depois, a gente vê o que faz”.

A estratégia deu certo em 2020, quando ele se elegeu para uma vaga de vereador em Ananindeua e agora vem com força para ser o deputado estadual mais votado do Estado.

Os caciques de sempre

A disputa mais acirrada para deputado estadual e federal é travada por velhos caciques da política paraense, salvo as exceções já citadas. Candidatos que já possuem mandatos e cadeira no Palácio dos Cabanos, na Assembleia Legislativa, em Belém, e no Palácio do Congresso Nacional, em Brasília, são franco favoritos nesse pleito.

Pesam as regalias que esses candidatos possuem em desfavor de uma renovação de nomes. A primeira delas é a estrutura política já montada em suas bases eleitorais, verbas de gabinete pagas com dinheiro público, combustível, passagens aéreas, possibilidade de fretamento de aeronaves para deslocamento dentro do segundo maior estado do país em extensão territorial, restando aos “novatos”, uma pequena janela para conseguir se eleger.

Mas, o que mais pesa no processo é o financiamento de campanha. Os caciques partidários fingem que são democráticos quando o assunto é a distribuição do fundo eleitoral Na prática, porém, o que ocorre é desanimador para os novos pretendentes, independentes de suas qualidades.

Muitos candidatos, provavelmente mais de 90% dos nomes que concorrem, independente da sigla ou federação partidária, a 15 dias das eleições, não têm sequer um santinho para distribuir para o eleitor saber o número com o qual concorre ao cargo pretendido.

A Reportagem entrevistou vários políticos de peso em Brasília e os realmente honestos intelectualmente, são unânimes em afirmar que: ”a mais importante — a mãe — de todas as reformas, é a reforma política”.

Muito já se discutiu no Congresso sobre o voto distrital misto, as candidaturas em listas partidárias e ultimamente, até o sistema em si, como a possibilidade de uma semipresidencialismo, cujo trabalho da comissão especial para tratar do tema, avança a passos de tartaruga. Pesa no processo o egoísmo nato dos políticos brasileiros.

Afinal, os currais eleitorais nunca mudaram desde o Brasil Colônia, e ter o controle sobre o processo, é a razão que justifica por que, dinastias familiares nunca largam “o osso”, da carcaça do sistema eleitoral brasileiro.

Palácio dos Cabanos, sede da Assembleia Legislativa do Pará, a casa dos deputados estaduais paraenses

Confira os favoritos para Deputado Estadual

Segundo o cientista político Dornélio Silva, o estudo dos resultados das duas pesquisas mostra que o MDB fará a maior bancada com 10 deputados na Alepa. A segunda maior será do PSDB/CIDADANIA. O PTB pode fazer a terceira maior bancada. O desempenho do partido está relacionado ao vereador Bob Fllay — maior puxador de votos dessas eleições estaduais.

Vale ressaltar que na pesquisa foram citados apenas 4 nomes do partido e pelos cálculos o PTB faz 5 deputados. Portanto, a quinta vaga está aberta dentro do partido que depende do cálculo das sobras eleitorais de acordo com o quociente eleitoral do desse pleito.

Pelo estudo, a Assembleia Legislativa deverá ser renovada em até 49%. O cálculo preliminar indica que 12 partidos e duas federações vão compor por 4 anos a nova Alepa.

Independente da renovação, verifica-se que a maioria dos partidos são da base política do governador, Helder Barbalho, cacique do MDB paraense. Apenas o PL ficará como oposição e eventualmente o PSC, que pode nem eleger nenhum nome nessas eleições para deputado estadual, uma vez que após o prazo da “janela partidária”, os dois deputados eleitos pelo partido cristão, se dispersaram em outros legendas, de apoio ao governo.

“Vale ressaltar que é um estudo que valida o momento da pesquisa. Ainda existem mais de 65% de eleitores que não tem nenhum candidato definido. Por outro lado, temos pela frente 15 dias de campanha, o que pode mexer pontualmente o jogo de cadeiras”, salientou Silva.

Ficha técnica da pesquisa

Nome da pesquisa: Contexto eleitoral Pará

Nível de Confiança: O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% dos resultados retratarem o atual momento eleitoral.

Registro Eleitoral: registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Pará sob o nº PA-04691/2022; PA-00891/2022

Margem de erro: A margem de erro estimada é de 2,25% para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.

Período:  Agosto/Setembro de 2022

Local: Estado do Pará

Amostra: Foram entrevistados 4000 eleitores.

Estatístico Responsável: Jadson Chaves – CONRE: 8010

Palácio do Congresso Nacional, sede da Câmara dos Deputados, a casa dos deputados federais paraenses

Confira os favoritos para Deputado Federal

O estudo da pesquisa da Doxa Pesquisas que lista os favoritos para deputado federal, foi feito com uma amostra de 4.000 entrevistas realizadas em 46 municípios do estado distribuídos pelas seis mesorregiões.

O estudo faz uma simulação de uma eleição a partir dos votos válidos atribuídos aos candidatos, de maneira espontânea, isto é, o eleitor respondeu a seguinte pergunta: “Se a eleição fosse hoje em quem você votaria para deputado federal?”.  Depois nomeamos cada candidato ao seu respectivo partido. Em seguida foram somados os votos de cada partido. Com essa informação foi possível aplicar (simular) um coeficiente eleitoral no universo da pesquisa; depois, foi aplicado um coeficiente partidário que projetou a quantidade de cadeiras que cada partido preencheria. Após saber a quantidade de vagas preenchidas por partido, foi decupado o número em cada partido para o preenchimento das vagas por aqueles mais votados de cada sigla.

“O resultado obtido gerou tabelas: a primeira é a projeção dos possíveis 17 deputados. Em seguida, nas outras tabelas podem ser vistos os outros candidatos e suas pontuações”, explicou Dornélio Silva, sobre a metodologia aplicada.

“Vale ressaltar que é um estudo que valida o momento da pesquisa. Ainda existem mais de 60% de eleitores que não tem nenhum candidato definido. Por outro lado, temos pela frente 16 dias de campanha, o que pode mexer pontualmente o jogo de cadeiras. Como no MDB a disputa interna é muito acirrada, mostramos como ficaria essa disputa na última tabela”, ressalta o cientista político.

De acordo com o estudo da Doxa, a nova representação federal partidária ficaria assim:

MDB – 5 deputados

PL – 2 deputados

PSD – 2 deputados

PTB – 2 deputados

PT/PV/PCdoB – 2 deputados

PSDB/CIDADANIA – 1 deputado

PDT – 1 deputado

PSB – 1 deputado

UNIÃO BRASIL– 1 deputado

Bancada evangélica sob risco

Se o levantamento obtiver a precisão esperada, o deputado federal, gaúcho, Vavá Martins, pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, não se reelegerá, assim como, o deputado federal Olival Marques, pastor da Assembleia de Deus, que foi eleito pelo DEM e migrou para o MDB. Se for confirmado os dados apurados após a abertura das urnas, a bancada evangélica paraense em Brasília, será implodida.

Aliás, a disputa interna no MDB é a mais acirrada em décadas, no PL também, após o ingresso de nomes do PSD, como os deputados Éder Mauro e Joaquim Passarinho.

A tabela a baixo mostra o desempenho dos principais candidatos do MDB na disputado interna do partido

A disputa por uma vaga de deputado federal no MDB é a mais concorrida dessas eleições, assim como, na disputa pela única vaga ao Senado

Nome da pesquisa:Contexto eleitoral Pará

Nível de Confiança: O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% dos resultados retratarem o atual momento eleitoral. Registro Eleitoral: registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Pará sob o nº PA-04691/2022; PA-00891/2022

Margem de erro: A margem de erro estimada é de 2,25% para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.

Período:  Agosto/Setembro de 2022

Local: Estado do Pará

Amostra: Foram entrevistados 4000 eleitores.

Estatístico Responsável: Jadson Chaves – CONRE: 8010

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.

 

Tags


https://www.zedudu.com.br/ha-15-dias-das-eleicoes-instituto-doxa-pesquisas-publica-ranking-para-deputado-estadual-e-federal-no-para/

 

Obs: Pode ser assinado ou anônimo.

 

Nenhum comentário: