quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Fazendeiro que é réu pelo assassinato de dois sem-terra doou R$ 100 mil para campanha de Bolsonaro

AGENDA PODER | Redação·Manchete·| 15 de setembro de 2022 - 09:59


Um fazendeiro denunciado por participação nos assassinatos de dois sem-terra no Pará integra a lista de representantes do agronegócio que fizeram generosas doações ao partido do presidente Jair Bolsonaro(PL) nesta eleição.

Lázaro de Deus Vieira Neto, 64 anos, fez uma transferência de R$ 100 mil para uma conta bancária do diretório nacional do Partido Liberal no dia 6 de junho, durante o período de pré-campanha, e um Pix de R$ 1 mil direto para a campanha à reeleição de Bolsonaro.

Conhecido como “Lazinho”, o fazendeiro é réu na Justiça do Pará, acusado de envolvimento nas execuções de dois líderes do MST na cidade de Parauapebas, em abril de 1998.

Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), um grupo de fazendeiros executou a tiros os sem-terra Onalício Araújo Barros, conhecido como “Fusquinha”, e Valentim Silva Serra, o “Doutor”, após a reintegração de posse de uma fazenda invadida pelo MST na cidade localizada na região da Serra dos Carajás.

Lazinho responde por homicídio qualificado e ocultação de cadáver junto com outros seis acusados. De acordo com o MP, após a execução, os fazendeiros embrulharam o corpo de um dos sem-teto em uma lona e o desovaram a dez quilômetros do local do assassinato.

A defesa dele tentou, sem sucesso, anular a denúncia com vários recursos na Justiça do Pará e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando que a acusação trazia “versões impossíveis e contraditórias” e que não descrevia a conduta indiividual dos suspeitos nos crimes.

O fazendeiro perdeu os recursos e aguarda desde 2018 o julgamento no Tribunal do Juri. Na decisão que deu prosseguimento à denúncia, o juiz Ramiro Almeida Gomes, da 2ª Vara Criminal de Parauapebas, apontou “indícios suficientes de autoria e de materialidade do delito”.

Lazinho afirmou ser inocente e disse que não estava no local do crime quando os sem-terra foram assassinados. “Eu fui envolvido por ser conhecido aqui na região, mas eu nem estava lá presente”, disse o fazendeiro, que aguarda o julgamento em liberdade. Segundo ele, foi a presença de um homônimo no local que gerou a confusão.

A notícia é do Metrópoles.

 

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