terça-feira, 13 de setembro de 2022

MP afirma que suspeito da morte de Marielle tinha relação de proximidade com delegados presos

CASO Marielle Franco

AGENDA PODER | Redação·Geral | Manchete·| 13 de setembro de 2022 - 09:57 |Última atualização:

Conversas de WhatsApp e depoimentos indicam que, entre 2016 e 2018, Lessa teve acesso privilegiado a ao menos três delegados — todos atualmente presos. Eles são Marcos Cipriano, Adriana Belém e Allan Turnowski — este último, preso na última sexta-feira (9), foi secretário de Estado da Polícia Civil do RJ até abril, quando deixou o cargo para concorrer à Câmara dos Deputados.

A notícia é do UOL.

A relação do acusado de matar Marielle com esses agentes — incluindo o também delegado Maurício Demétrio — está sob investigação do MP-RJ. Os quatro delegados e Lessa são investigados por envolvimento com organizações criminosas ligadas ao jogo do bicho.

Em conversas extraídas de celulares de Demétrio — preso no ano passado por suspeita de exigir propina de comerciantes de Petrópolis, na Região Serrana do Rio —, ele diz a Marcelo José Araújo de Oliveira que Turnowski mantinha uma relação de respeito com Lessa. Segundo o MP-RJ, Oliveira integrava quadrilha de Demétrio e Turnowski suspeita de favorecer contraventores.

Segundo o MP-RJ, as mensagens são de 2016 — dois anos antes da morte de Marielle e Anderson. Não há contudo qualquer citação na investigação de envolvimento dos policiais nos assassinatos. De acordo os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado), Turnowski agia como agente duplo entre os grupos dos bicheiros Rogério Andrade e e Fernando Iggnácio, sobrinho e genro de Castor de Andrade, respectivamente. Rogério e Iggnácio travavam uma disputa pelo espólio de Castor até o assassinato de Iggnácio em novembro de 2020.

“Allan Turnowski atuava de forma velada e dissimulada. Ele obtinha informações junto aos asseclas de Rogério de Andrade, como [o ex-inspetor de polícia] Jorge Luiz Fernandes e Ronnie Lessa, e as repassava para Fernando Iggnácio, por meio de Maurício Demétrio e Marcelo, e com base nas informações obtidas, deliberavam estratégias para enfraquecer o grupo rival’, diz o MP-RJ. 

Procurado, o advogado de Turnowski, Fernando Drumond, afirmou que “a decisão pela prisão é baseada em diálogos de terceiros, incompletos, fora de contexto e gravados em 2016, época em que Allan Turnowski sequer exercia cargos na Polícia Civil, pois estava cedido à Cedae [Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro]”. O advogado Leonardo Dickinson, que defende o delegado Maurício Demétrio, disse por meio de nota que “precisa se inteirar integralmente dos autos para poder se manifestar”.

 

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